29 junho, 2006

Every Red Heart Shines Toward the Red Sun


Belo documentário de cerca de 10 minutos em que os Red Sparowes falam de si e do próximo álbum com edição prevista para este ano.
Mais: através deste link, é possivel ver e admirar 687 fotos tiradas este ano durante a tour europeia. 38 concertos em 39 dias, 18 países diferentes.
http://www.redsparowes.com/rstour/rstour.html

Sugestão para Sábado: Bar Timoneiro

Será no próximo Sábado -1 de Julho - , o primeiro concerto da banda *sem nome* no Bar Timoneiro, que fica situado na MAGNÂNIME e INFÂME marginal de Valbom (Sugestão: Tomar marginal do Rio Douro, em direcção a Lever, seguir indicações do "Posto Náutico"). O evento iniciar-se-á por volta das 22h, e irá oferecer uma amálgama de covers de bandas como Pearl Jam, Placebo,Red Hot entre MUITAS outras... O ideal para um serão descomplexado...

Antevemos, um ambiente semelhante ao da imagem em anexo... Apareçam!

28 junho, 2006

3 Curtinhas

the Gersch - the Gersch
12 Anos após a concepção de um dos grupos mais famosamente desconhecidos do mundo, foi finalmente editado no dia 06.06.06 pela Tortuga Records o primeiro longa-duração dos the Gersch, que não é mais do que uma colecção de gravações realizadas entre 94 e o fim da década de 90, que se encontravam há muito tempo perdidas, e que tiveram agora direito a uma remasterização.
the Gersch foi a "criação original" de Cliff Meyer actualmente nos Isis e Red Sparowes, e foi uma criação profundamente inspirada nos diálogos poéticos de Conan the Barbarian!!! Alguma da sonoridade embrionária de Isis pode ser aqui compreendida, precisam é de fazer algum esforço.
Rock & Doom Roll Stoner Metal Sludge do fundo da caverna para o mundo. Completamente cru, ou será apenas parcialmente? E perfeitamente asqueroso. All hail the Gersch!

36 Crazyfists - Rest Inside the Flames
Depois do gelo, o fogo. O 3º disco dos 36 Crazyfists surge 2 anos após A Snow Capped Romance, novamente com o selo Roadrunner.
Eu não sou um grande apreciador de Scremo/Metalcore, mas há por essas pastagens um punhado de bandas deveras interessantes e os 36 Crazyfists são uma delas. Mais uma vez criaram um excelente conjunto de músicas poderosas, emocionais e impregnadas com melodias contagiantes e cheias de goove. A variação vocal de Brock Lindow é cada vez mais distinta e os instrumentos que se fazem ouvir na perfeição agradecem a produção polida. De referir a colaboração de Howard Jones dos Killswitch Engage no tema Elysium, que até acaba por ser um tema bem KSE e um dos melhores e mais pesados do disco!

Threat Signal - Under Reprisal
Under Reprisal é o 1º disco destes jovens Canadianos que conseguiram num curto espaço de 2 anos de existência passar do computador lá de casa para a internet e daí para um contrato com a Nuclear Blast. Para disco de estreia não está nada mau, uma mistura decentemente combinada de Thrash, Death melódico e Metalcore.
O problema é que não conseguem fugir à comparação com as influências mais óbvias como Fear Factory (Christian Olde Wolbers produziu o disco), Meshuggah, Soilwork, Pantera, ou até grupos mais recentes como Lamb of God (oiça-se Now) ou Mnemic. As duas primeiras músicas começam com estrutura rítmica à la Meshuggah e vão desembocar em refrões algures entre FF e Soilwork.
De qualquer maneira, apesar da escassez de originalidade, o som é bastante forte e compacto, alicerçado num bom trabalho das guitarras (os solos são bem porreirinhos) e existem aqui temas bem interessantes como Seing Red, One Last Breath e Inane.

23 junho, 2006

Remembrance: My Dying Bride "The Angel and The Dark River"

11 anos passaram desde o nascimento de um dos álbuns que mais marcaram a minha adolescência, ou até mesmo ... Quando o ouvi pela primeira vez - com o rádio sintonizado no mítico "Caronte Metálico" - algo mudou... O choro do violino, a voz melancólica de Aaron Stainthorpe, os teclados que fazem suster a respiração e , é claro, as letras que fazem sonhar e apelam à solidão da alma... Algo mudou, tudo mudou desde então... E é mágico pensar nos sacrifícios que se faziam para ter esta ou aquela música, o esperar ansiosamente pela chegada do "carteiro", da carta que continha "O" tal "disco", do tape-trading... Hoje está tudo à distância de um clique, e os sentimentos onde cabem?

"You can't expect to see him and survive
You'll swallow his tongue of thorns
His mouth, dripping with flies
In his glorious kingdom of fire
But I believe he wept
I will make them all lie down
Down where hope lies dying
With lust, you're kicking mankind to death
We live and die without hope
You tramp us down in a river of death
As I stand here now, my heart is black
I don't want to die a lonely man
This is a weary hour
This is a weary hour"
My Dying Bride, 1995 (The Cry Of Mankind, in "The Angel and The Dark River")

22 junho, 2006

DEP - Plagiarism

Err, oh Senhores, o que é isto?
A ideia até nem parecia má de todo. Uma Remistura de Unretrofied, 4 Covers - Wish (NIN), Angel (Massive Attack), Jesus Christ Pose (Soundgarden), Like I Love You (Justin Timberlake) - e the Perfect Design gravada ao vivo.
Os problemas começam logo com a Remistura de Unretrofied que não tem rigorosamente nada de especial, e as covers são tudo menos impressionantes, mais parecido com as originais seria difícil. Não é que sejam horriveis mas tendo os originais, quem é que precisa disto? Não conheço a música do Justin Timberlake, no entanto acredito que deve ser mesmo assim :-\! Os originais dos restantes temas são todos de qualidade inegável, agora não entendo como é que uma banda com a insanidade de DEP se pode limitar a fazer pouco mais que meras cópias. Compare-se isto com a recriação que fizeram de Come to Daddy dos Aphex Twin para o EP Irony is a Dead Scene! A versão de Jesus Christ Pose que tinham colocado há umas semanas no MySpace já deixava antever o caminho coverto.
O Título do EP é bem indicativo do Plagiarism e é uma edição "apenas" disponível via iTunes (obviamente que eu NÃO PAGUEI nem vou pagar para ter estes mp3, mas tenho e paguei por todos os cds e eps anteriores, vá, prendam-me :-P), vamos considerar esta coisa como uma mera brincadeira, o disco que há-de vir vai certamente arrebentar!

21 junho, 2006

Lair Of The Minotaur - The Ultimate Destroyer

É pá, este disco é mais Metal que a Siderurgia Nacional!
Com tantas variações, mutações e decomposição em infinitos subgéneros, torna-se cada vez mais difícil destrinçar e catalogar todo o som que de uma forma ou de outra é apadrinhado pelo avô Metal.
Não que isso também tenha alguma importância, os rótulos pouco interessam, desde que a música seja de qualidade... E a música neste disco é sem dúvida de qualidade e é Metal. Thrash, Speed, Death, Doom, whatever!
Este Power trio oriundo de Chicago não esconde as armas e debita logo no arranque do disco decibéis de destruição massiva, com riffs sludge, bateria galopante e vocalizações bagaçais, harmonizados numa produção crua mas muito bem misturada. A primeira música intitula-se, apropriadamente, Juggernaut of Metal! E temos outros títulos pérola como Cannibal Massacre ou Engorged With Unborn Gore, que fazem os Cannibal Corpse roer-se de inveja.
Não se pense no entanto que este disco é unidimensional. O último tema, the Hydra Coils Upon This Wicked Mountain, é extraordinariamente Doom épico Sabbathiano. Sempre carregado de groove.
De Sabbath a Slayer, passando por Melvins e Venom, se querem Metal, oiçam este disco, e se não querem, oiçam na mesma! The Ultimate Destroyer, um título bem apropriado.
De referir que este disco tem edição da cada vez mais destacada Southern Lord, e que um dos elementos da banda é Larry Herweg, baterista dos Pelican.

19 junho, 2006

Callisto - Noir

Alguns meses após o lançamento do disco de Cult of Luna, aguardava com enorme expectativa a resposta destes camaradas partidários sonoros finlandeses.
O 2º longa duração dos Callisto, além de ser composto pelos mesmos elementos que fizeram de True Nature Unfolds um disco fantástico, aprofunda e refina nos detalhes, e amplia as passagens instrumentais, tornando o seu som cada vez mais único e distintivo, o que não implica uma desassociação de bandas como Isis ou Neurosis.
Se eles se ficassem pelo primeiro 1/3 de cada música, este poderia até ser um grande disco de indie-rock slowcore capaz de lhes valer umas vendas jeitosas. O problema é que perderia 1/2 da beleza e ficaria privado de 1/2 do interesse, da força e da intensidade.
Todas as músicas começam em compassos lentos e serenos marcados pelo baixo e pela bateria e as melodias vão sendo trabalhadas pelas guitarras e também pontualmente pelos teclados, saxofone e violoncelo. As vocalizações, sempre berradas, estão por detrás dos instrumentos, nunca se sobrepondo em volume mas contribuindo para os momentos mais densos e catárticos do disco. Desta vez não temos direito a vocalizações femininas.
As 3 primeiras músicas, Wormwood - Latterday Saints - the Fugitive, fazem uma sequência fantástica e são, talvez :-\, as minhas favoritas. A the Fugitive então... tem uns Riffs extremamente simples mas inversamente contagiantes.
A partir de Outubro vão estar em Tour pela Europa, esperamos tê-los por cá.

The Bomb Shelter Studios





É aqui que os Isis se encontram a gravar o próximo álbum.
Vale a pena dar uma espreitadela: http://www.bombshelterstudios.com/

13 junho, 2006

Envy - Insomniac Doze

3 anos volvidos desde A Dead Sinking Story, eis que os Japoneses Envy nos brindam com mais um fantástico álbum de Hardcore Emo Pós-rockiano.
A edição europeia deste disco é da Rock Action, a editora gerida pelos Mogwai. Tetsuya Fukagawa, vocalista dos Envy, colaborou com o seu registo spoken word no tema I chose horses do recente Mr. Beast.
Não sei se foram impulsionados por esta relação estreita com os Mogwai, mas este disco é o mais post-rock oriented que já fizeram.
Menos abrasivo mas não menos intenso, com mais partes longas em crescendo contido, muito próprias dos seus conteraneos Mono, a 5ª faixa, the Unknown Glow, tem 15 minutos e a última, A Warm Room, é disso um exemplo perfeito.
Apesar de estes momentos e de a longa duração de alguns temas não serem nenhuma novidade no som dos Envy, os interlúdios são aqui mais explorados que nunca.
A dicotomia vocal funciona na perfeição, e apesar do Japonês não ser o meu forte, torna-se desnecessário compreender o significado directo do que está a ser cantado para conseguir absorver a emotividade adjacente. Além de que, tal como aconteceu nos registos anteriores, as letras em inglês devem ser incorporadas no booklet.
As densas camadas de guitarras são talvez o elemento mais impulsionador do som dos Envy, geram beleza e intensificam a paixão contida neste disco.
Épico, emocional, intenso, melancólico, obrigatório.

Download aqui (enquanto se mantiver disponível).

12 junho, 2006

Envy - Chain Wandering Deeply

O novo disco dos Japoneses Envy, Insomniac Doze, tem rodado por aqui quase todos os dias. Para quem não conhece a melhor banda de Hardcore Asiática e arredores, e em jeito de aperitivo, aqui fica o vídeo dum tema do excelente A Dead Sinking Story.

Parabéns à Casa da Música

Pelo seu rigor fantástico e magnífica organização.
Passo a explicar: ganhei um convite duplo para Alva Noto & Ryuichi Sakamoto através do Diário Digital e no mesmo referia que os bilhetes tinham que ser levantados até uma hora antes do concerto, ou seja, 22.05h. Cheguei a esse fabuloso edificio eram 22.19h e já ñ me deram o bilhete que EU ganhei no passatempo, ou seja, o MEU bilhete pois tinha passado da hora. Segundo o fofo que me atendeu, "passou a hora e há gente interessada nas bilheteiras para comprar". Mas quem é o anormal que vai para as bilheteiras quando o concerto já está esgotado há várias semanas? E mais: se eu participo num passatempo é porque ñ tenho intenção de ir???
Podia ter pedido para chamar alguém acima dele, podia ter pedido o livro de reclamações, podia ter levantado a voz e dar um pouco de espectáculo no meio daqueles snobs todos, hoje até pensei em escrever um mail mas seria dar demasiada importância a quem ñ merece e no fundo o culpado sou eu porque cheguei 14 minutos atrasado.
Durante 10 segundos só desejei que desse uma caganeira ao Sakamoto ou que o Noto partisse um braço mas que culpa têm eles e os fãs? Nenhuma. Tenho pena de ñ ter ido mas espero que tenha sido um bom concerto. Mais uma vez, continuo a achar que este país está cheio de regras, precisa é de bom senso.

09 junho, 2006

MGR - Nova Lux (Neurot)

MGR (Mustard Gas and Roses) é o projecto a solo de Michael Gallagher, guitarrista dos excelentes Isis. Sou e sempre serei suspeito a falar de algo que envolva esta banda, mas depois de projectos como Old Man Gloom ou Red Sparowes este é mais um belo álbum saído de um dos seus elementos.
Em "Nova Lux" podemos viajar durante 5 maravilhosos instrumentais carregados de drone (Untitled I a Untitled V), podemos ir onde quisermos desde que tenhamos os phones nos ouvidos e os olhos fechados. 45 minutos de ambiente instrumental, um ambiente relaxante e solitário para ouvir de madrugada.
Conta também com a ajuda de Greg Burns (Red Sparowes) e Oktopus (Dalek) mas "Nova Lux" é a visão de Mike Gallagher, é o seu escape, é a sua alma, nada mais.

http://www.mgrsounds.com/mp3/M.G.R.-I-.mp3
http://www.mgrsounds.com/mp3/M.G.R.-IV-.mp3

FDS: aceitam-se sugestões...

E eis que um novo fim-de-semana se aproxima! A minha (única) sugestão vai para uma visita à Feira do Livro... Mais alguma ideia?




"Quero matar o tempo!
Que maquiavélica vontade!
Mas talvez a única
Que me trará a pura felicidade"
RL

"Os corpos apodrecem, mesmo antes de morrerem já vão apodrecendo (...) Não há nada de mais abjecto do que um corpo. Nem para se comer serve."
Pedro Paixão (in "Noiva Judia")

08 junho, 2006

Misery Index - Discordia

2º Disco de originais para estes Grinders de Washington.
A estreia de 2003, Retaliate, foi alvo de merecidos elogios por parte de toda a imprensa da especialidade e considerado um dos melhores discos daquele ano. Como tal, as expectativas para este registo eram elevadas.
Mudaram-se da Nuclear Blast para a Relapse e antes do lançamento do disco estiveram em tour com os Fear Factory, passando pelo Hard Club no mês de Abril, onde deram um concerto a que tive a oportunidade de assistir e onde apresentaram algumas músicas deste álbum.

A primeira impressão que tive ao ouvir o disco foi a de ter gostado mais do som no concerto, que pensando bem, até nem estava grande coisa! Em parte, essa impressão pode-se dever ao facto da performance deles ter sido muito boa e tecnicamente impressionante, e se calhar também estava à espera que a produção fosse idêntica à do disco anterior, e não é. Ouvindo isto repetidas vezes e analisando doutra perspectiva, a produção até é capaz de ser melhor, menos crua, mas continuo a não apreciar por completo o som da Bateria, e isto não tem nada a ver com o novo Baterista, que é excelente! Independentemente disso a ferocidade é a mesma. 33 minutos de Death/Grind/Hardcore tocado com mestria, quase sempre devastador mas por vezes lento, progressivo, atmosférico, com letras politizadas e carregado de blastbeats.
Um disco obrigatório para quem gosta deste tipo de sonoridade. Os Misery Index são líderes.

Para começar o dia...

gimme danger, little stranger
and I'll feel you bleed
gimme danger, little stranger
and I'll heal your disease

there's nothing in my dreams
Just some ugly memories
kiss me like the ocean breeze

well if you will be my lover
i will shiver and sing
but if you won't be my master
i will do anything

there's nothing left alive
but some dark glassy eyes
raise my fears one more time

come on little danger, die a little stranger
swear you're gonna feel my hell
come on little stranger, die a little later
swear you're gonna feel my hell
swear you're gonna feel my hell

gimme danger
little stranger
gimme danger
little stranger
gimme danger
every day
can you feel it?
can you feel it?
can you feel it?i gotta feel it
i gotta feel it
i gotta feel it

07 junho, 2006

Explosions in the Sky @ Reckless Records

06 junho, 2006

6.6.6

Parece que a data de hoje, 06.06.2006, representa, com um bocado de esforço, o número da besta. Há muitas bestas por aí, não sei a qual se referem em particular.

Há 24 anos saiu um álbum que fazia referência a esse tal número da besta. Esse álbum foi um marco na NWOBHM e é sem dúvida um dos melhores na carreira dos Iron Maiden e do Heavy Metal em geral. Como tal, merece ser relembrado e ouvido neste dia. Foi o primeiro disco a contar com a participação de Bruce Dickinson.


Rev 13:18 Here is wisdom. Let him that hath understanding count the number of the beast: for it is the number of a man; and his number is Six hundred threescore and six.

Oferta da casa Vol 1

05 junho, 2006

Ashram @Casa das Artes 03.06.06

Depois de Carlos Bica na Sexta, Sábado foi noite de Ashram em Famalicão.
O trio Napolitano regressou a Portugal para apresentar o seu novíssimo disco "Shining Silver Skies", editado pela Portuguesa Equilibrium Music.
Um piano, um violino, uma voz e por vezes uma guitarra. O som Neoclássico dos Ashram transborda romantismo e melancolia.
Ao vivo, ao contrário do que acontece em disco, não contam com o contributo do Violoncelo, mas o poder da música é o mesmo e até atinge outra dimensão, potenciada pelo fantástico som do violino de Alfredo Notarlobert. A Voz de Sergio Panarella não me pareceu arrancar com toda a confiança, mas quando aqueceu, esteve irrepreensível, emprestando os momentos de maior claridade ao concerto, e também uma nostalgia Folk quando acompanhado da guitarra. Houve tempo para a interpretação de um tema que surgiu da colaboração entre o Pianista Luigi Rubino e JM da Equilibrium Music, cantado quase em spoken word, para um solo de piano e ainda para uma fantástica improvisação de violino sobre uma peça espanhola do século XVI.
O único aspecto negativo foi a fraca adesão do público. Penso que o concerto não terá sido devidamente publicitado, mas também não deve haver muita gente que conheça os Ashram ou que esteja familiarizada com este tipo de som :-\.

Carlos Bica @Casa da Música 02.06.06

A redacção deste tasco esteve em peso, na passada sexta-feira, no concerto de Carlos Bica na Casa da Música.
Aparentemente não há mais ninguém interessado em fazer a reportagem :-\.

Em primeiro lugar, quero agradecer à simpática rapariga que nos ofereceu 2 bilhetes, mesmo no momento em que me preparava para pagar, OBRIGADO!

O concerto decorreu na sala 2. Dos concertos que já tinha presenciado nessa sala, todos foram em pé, mas também nenhum deles se prestava a outra posição que não a vertical. Foi por isso uma surpresa agradável verificar que tinham colocado cadeiras para nos alaparmos.
Esta agradável surpresa rapidamente se tornou numa desconfortável experiência. Quem foi o Arquitecto paisagístico de interiores que desenhou aquelas cadeiras? E quem foi o responsável das compras que adquiriu aqueles belos espécimes da família pedregulhus ruchosus? Podiam ser bonitas, mas a função conforto não estava certamente activada!

Carlos Bica esteve acompanhado por um guitarrista Finlandês, 1 Saxofonista Alemão e um Dj também Alemão. Como tal, o Set quase não incluiu temas do seu disco do ano passado, Single, e os que incluiu foram adaptados à ocasião.
Apesar de eu não saber que o contexto do concerto seria outro, a inclusão do Dj incutiu uma dinâmica muito interessante. De destacar o solo de turntabling que terminou debaixo de uma grande ovação. Com o contra-baixo de Bica sempre a comandar, houve alguns momentos numa toada jazz menos interessantes, mas no geral foi um concerto bastante interessante.
Espero poder vê-lo interpretar o disco um dia destes.

02 junho, 2006

E Recordar é Viver - SBSR

Passada uma semana, eis que me sinto com vontade de reviver... O fim-de-semana foi... INDESCRITÍVEL... Mas, vamos por partes:

1º SBSR - Confesso que o que me moveu foi mesmo Deftones, Placebo e Tool. Nos primeiros, a voz ficou aquém, assim como a intensidade da actuação. Placebo foi sempre a despachar, faltou interactividade, paixão... Mas, para mim, Placebo é sempre Placebo... Deu para desanuviar do stress que os meus pupilos me causam :) Tool foi colossal, desde os efeitos multimédia, até à corporalidade de Maynard que exalta a beleza da ANATOMIA HUMANA - que, aliás, serve de inspiração à banda. If Lucy Fell foi enérgico, com o vocalista a desafiar permanentemente as leis da gravidade... A meteorologia, a fauna foram pontos mais que positivos. Menos positivo foi a logística (apenas 2 caixas multibanco), as sandes de pão-mais-que-seco, a falta de higiene alimentar, a brutalidade de um segurança, a escassez de água, a mosquitada... Ah! E já agora porque não palcos um pouco mais altos?

2º - Zuzabed - Ficamos hospedados numa residencial, junto ao Largo do Carmo, esplêndida - um terraço com vistas para o Castelo de S.Jorge, uma decoração lindíssima, a simpatia do Luís... 5 estrelas!

3º - A leveza do pessoal - foi impressão minha ou estava tudo doido?

4º Oceanário - Ainda demos lá um pulo! Destaque para o peixe lua,para a relação comensal manta-remura e para o pedacito em que nos "abancamos" a ver aquele imenso azul...AH! Também vimos uma raia a defecar... Obrigada FILIPE!



E reviver, fez-me ficar melancólica...

Gregor Samsa - 55:12

Esta história não é a do caixeiro-viajante sobre o qual versa Kafka na sua Metamorfose, mas esta banda Americana leva-nos numa viagem com o seu quê de Kafkiano.
Depois de uma série de EPs e Splits, os Gregor Samsa editam finalmente o primeiro álbum de originais.

"55:12" emite em 50 minutos um Indie/Post-Rock/Slowcore melancólico espalhado por longas e amplas auto-estradas repletas de paisagens atmosféricas. Ténues ritmos quase sempre numa cadência muito lenta e serena, acompanhados por intercaladas vozes masculinas e femininas muitas vezes quase sussurrantes, que são pontualmente amplificados num crescendo contido. Fazem-me lembrar GY!BE em alguns momentos, principalmente nas cordas, mas nunca chegam a explodir como se não houvesse amanhã.Também podem evocar Sigur Rós e Low.

Destaque para "Even Numbers" (a música mais comprida-10minutos), "What I Can Manage", "Young and Old" e "Lessening".
Um belo disco, muito recomendável, mas que dada a sua natureza, aconselha-se que se o escute com atenção e por diversas vezes para o conseguir assimilar por completo.

Hoje, no Porto

ninguém tem motivos para ficar em casa:

Carlos Bica @ Casa da Música
If Lucy Fell + Men Eater @ Porto Rio
El Hijo + Old Jerusalem @ Mercedes
Daniel Mercury @ Campo de Jogos da União Desportiva Valonquense

E para o fim de semana atenção ao excelente programa em Serralves: http://www.serralves.pt/

Boris - Pink

Quando no post sobre os Jesu falei do novo metal esqueci-me desta banda extraordinária: os Boris. Mas isto tudo é um pouco relativo pois os Boris já têm, apesar de não parecer, 12 anos de carreira. E que 12 anos!!! De qualquer maneira, quem é que quer saber de rótulos e etiquetas?
Ao "milésimo" álbum estes japoneses (é importante referir a nacionalidade) elevam a fasquia tão alta que ñ sei onde é que isto vai parar. Isto é punk, é metal, é drone, tudo misturado em riffs de guitarra e baixo tão explosivos como viciantes e numa bateria selvagem, completamente pedrada. Distorção e velocidade também é aqui, e ñ deve nunca ser escutado ao volante. É também daqueles discos que se for para ouvir baixinho então mais vale nem ouvir. Alguém baterá isto este ano? Duvido.

Está na altura de conquistarem o mundo. E merecem, de longe...

01 junho, 2006

Jesu - Silver

Já ñ é novidade nenhuma que Justin Broadrick (ex Godflesh, Napalm Death, entre outros) tem uma banda nova, os Jesu. Este EP também já ñ deve ser novidade para ninguém mas apeteceu-me escrever algo para ficar aqui registado.
4 músicas (Silver, Star, Wolves e Dead Eyes) em 29 minutos que continuam a direcção do álbum anterior, ou seja, pós-rock experimental, intenso, escuro, melódico e introspectivo. É o som dos Jesu. Mas neste novo há uma diferença notável: a voz, a maneira de cantar do Justin parece-me diferente. Parece-me também que este é o trabalho mais acessível dele.
Se ñ organizasse a minha colecção de cds alfabeticamente, pegava neste e juntava-o a bandas como os Isis, Sunn0))), Cult of Luna, Pelican, Mouth of the Architect, etc. Estas bandas são o novo metal e isso agrada-me.

Discografia:
Heartache EP (2004)
Jesu (2005)
Silver EP (2006)

http://www.avalancheinc.co.uk/jesu.html
http://www.hydrahead.com/