30 junho, 2011

Já não se diz olá?

Depois dum fim-de-semana extra-prolongado, já de volta à rotina habitual que acompanha os dias de trabalho, não tardou muito até que começasse a reproduzir memórias formadas durante a semana passada, mais especificamente dos concertos de Kyuss Lives!, Boris e Secret Chiefs 3.
Numa reflexão mais a frio, é possível traçar paralelos entre as bandas quanto à sua postura em cima do palco, pelo menos no que diz respeito à comunicação com o público, ou melhor, à falta dela.

O que é a música senão uma forma de expressão e por conseguinte, uma tentativa de comunicação? Porém, intriga-me que todas estas bandas releguem quase por inteiro o diálogo, porventura a forma mais básica de estabelecer uma relação de intimidade com o público. Esta espécie de afastamento voluntário será sobretudo uma opção estética ao invés de dificuldades linguísticas, sendo uma escolha cada vez mais comum por parte dos músicos.

Hoje em dia é comum ver bandas a promover uma espécie de amizade virtual, deixando os fãs entrar na sua esfera pessoal através do uso de redes sociais, studio reports e afins. Parece portanto paradoxal que se relegue o contacto verbal quando se deparam fisicamente com o espectador. Não acho isto moralmente errado ou desrespeitoso, mas creio que é indicativo duma mudança. Falta saber até que ponto as coisas vão mudar.

E para não deixar o post sem música, aqui fica um crowd greeting à boa "maneira antiga".

29 junho, 2011

Mastodon, a entrar para a galeria de melhores bandas de sempre

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Ainda a ressacar: Boris, Russian Circles e Saade em fotos








Saade e Russian Circles via Jorge Silva
















Boris via Carmo Louceiro

Programa do Governo

Secretaria de Estado da Cultura acaba com os subsidios a filmes, teatro, etc, que não produzam audiência, isto é, que dêm prejuízo.

Fim das golden shares, privatizando completamente EDP, REN, TAP e posteriormente AdP, RTP, CTT e ANA...

Alrgamento da gestão privada a hospitais e escolas.

Aumento generalizado dos impostos, justaposto a ordenados baixos com maiores exigências ao nivel dos consumos primários.

Quem aufere de apoios do estado terá que efetuar tributo solidário (imagino algo como ir limpar florestas,ou assim)

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28 junho, 2011

EAK e Löbo em Julho


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Killers Kill, Dead Men Die

The Gumshoes

 The Crime Scene

Last Rites

The Ladies of L.A.

The Interrogation

The Club

The Dressing Room

The Ring

The Snoop

The Getaway

Lobby of the Damned

End of the Party

The Shoot-Out

The Big Reveal

25 junho, 2011

Porto aos olhos da Carmo










HOJE!!!

Portas: 21h
Saade: 21h30
Russian Circles: 22h10
Boris: 23h30


Tempo perfeito, concerto quase esgotado, três projectos deliciosos, estreia no Hard Club, amigos da Lovers, a vossa companhia.. Alguém falou na melhor noite deste Verão?

24 junho, 2011

Baklava com Nusrat Ali Khan

Eu não sou cozinheiro há muito tempo, embore cozinhe há uns 20 anos - aprendi novo, quando era escuteiro.

De todos os empregos em que estive desde que me entreguei voluntariamente à escravatura do mundo laboral, este é sem dúvida dos mais interessantes - acima deste fica a experiência como relações públicas numa galeria de arte contemporânea, que de certo modo ia mais de encontro à minha vocação e formação.

A coisa boa de se ser cozinheiro é ver, objectivamente, o resultado do nosso trabalho a evoluir.
Escolhem-se os ingredientes, preparam-se, cozinha-se, serve-se.
Vemos o
ciclo do início ao fim; estas contemplações metafísicas não são assim tão frequentes em muitos outras actividades laborais - demiti-me de um emprego confortável como administrador de sistemas numa seguradora porque o resultado do meu trabalho era demasiado abstracto. Quando o trabalho de um sys admin é bem feito, nada acontece... a rede bomba, os servers estão estáveis e o pessoal tem linhas telefónicas. Para mim, isso era demasiado próximo de um nada absoluto, quero dizer, eu estava a trabalhar para que nada acontecesse. Uma espécie de wei-wu-wei pervertida: uma Inacção pela Acção.

Adiante.

Para além de me proporcionar (óbvio) material para profundas reflexões e um evidente escape criativo, cozinhar permite-me também expor algumas preocupações ou interesses pessoais de modos subtis (e por vezes, subversivos). O meu Seitan Esclarmonde permite-me sempre falar um pouco do Catarismo e os meus pratos marroquinos ou turcos tornam as pessoas mais sensíveis a uma imersão cultural no Islão (gosto eu de acreditar).

Como a receita hoje é turca, vamos ouvir uma modinha Sufi cantada pelo grandioso Nusrat Ali Khan, para animar e vamos fazer Baklava, uma sobremesa tradicional muito boa.




Recheio

12 folhas de massa phyllo
3 chávenas (ch) de avelãs trituradas
1 ch amêndoas (ou nozes) trituradas

Calda

1 cl café de canela
1/2 cl café de cravinhos partidos
1/4 ch de óleo
1 1/4 ch açúcar mascavado
1/4 ch sumo de limão
2 cl sopa de raspa de limão
2 cl sopa de melaço (ou seiva de ácer, a receita original leva mel)
1 cl chá baunilha

Primeiro de tudo, untar um tabuleiro com um pouco de óleo.

Preparamos a massa phyllo de modo a obter 12 folhas do tamanho do tabuleiro. Deve-se manusear com muito cuidado pois é uma massa muito fina.

Colocamos 6 folhas de massa (devem ser untadas com um pouco de óleo individualmente) no fundo do tabuleiro e espalhamos metade do recheio de frutos secos com cuidado e uniformemente e cobrimos com mais três folhas.

Repetimos o processo e colocamos nova camada de recheio cobertos com a massa e colocamos no forno, untando igualmente a última camada com mais um pouco de óleo.

Depois, com uma faca afiada, fazemos quatro golpes verticais ao longo do tabuleiro de modo a cortar todas as camadas.
Fazemos 5 golpes na horizontal e cortamos cada pedaço diagonalmente. Dá trabalho mas ajuda a cozinhar e dá um aspecto muito bonito.

Pomos no forno a 350 graus durante 20 minutos e baixamos a temperatura para 300 graus e cozinhamos mais 25 minutos ou até estar castanho dourado.

Enquanto isto vai ao forno, preparamos a calda misturando todos os ingredientes num pequeno tacho e aquecemos até espessar.

Assim que a Baklava sair do forno, vertemos a calda uniformente, deixamos arrefecer e servimos.