31 dezembro, 2010

Já se ouve 2011...

2010: as nossas escolhas

Voltei a tentar, mas a certo ponto deixei de ter prazer. E a música é isso, certo? Os tops de revistas, zines ou mesmo o dos leitores do blog que decidiram participar, quando os mesmos têm várias pessoas/ votações envolvidas, parecem-me fazer sentido. Esses satisfazem-me e levam-me à descoberta de mais rodelas. Nas individuais já não encontro grande objectivo. Eu pelo menos não consigo atribuir um valor aos discos, não me apetece procurar razões que diferenciem o meu vigésimo sexto do vigésimo sétimo preferido, nem sequer consigo encontrar aquele que, no meio de dezenas, mais prazer me deu quando no fundo também passei o ano a descobrir discos de outras décadas que tanto ou mais satisfação me deram. E mais: ficaram discos por ouvir que por este ou aquele motivo ainda não o consegui fazer. Acima de tudo, recorde-se 2010 como uma excelente colheita e despeço-me de vocês com a lista, sem qualquer tipo ordem, dos álbuns que mais rodaram por aqui e os 10 preferidos dos restantes membros da Amplificasom:


Oneohtrix Point Never - Returnal [Mego]

Hairy Bones - Live at Fresnes [PNL 2010]

Lean Left - The Ex Guitars meet Nilssen-Love-Vandermark Duo Vol. 1 [Smalltown Superjazz ]

Schlippenbach Trio - Bauhaus Dessau [Intakt]

Ufomammut - Eve [Supernatural Cat]

Gil Scott-Heron - I'm New Here [XL]

Little Women - Throat [Aum Fidelity]

Peter Brötzmann, Massimo Pupillo & Paal Nilssen-Love - Roma [sr]

Barn Owl - Ancestral Star [Thrill Jockey]

Prins Thomas - Prins Thomas [Full Pupp]

Actress - Splazsh [Honest Jon's]

Master Musicians of Bukkake - Totem Two [Important]

Eleh - Location Momentum [Touch]

Helena Gough - Mikroklimata [Entr'acte]

Menace Ruine - Union of Irreconcilables [Aurora Borealis]

Year of No Light - Ausserwelt [Conspiracy]

Flying Lotus – Cosmogramma [Warp]

Thee Silver Mt. Zion - Kollaps Tradixionales [Constellation]

Catherine Christer Hennix - The Electric Harpsichord [Die Schachtel]

David Maranha - Antarctica [Roaratorio]

High on Fire - Snakes For The Divine [E1 Music]

Demdike Stare - Liberation Through Hearing [Modern Love]

Samsara Blues Experiment - Long Distance Trip [World in Sound]

Peter Broderick - How They Are [Bella Union]

Aloe Blacc - Good Things [Stones Throw]

anbb - Mimikry [Raster-Noton]

Black Mountain - Wilderness Heart [Jagjaguwar]

Brian Eno - Small Craft on a Milk Sea [Warp]

Celeste - Morte(s) Nee(s) [Denovali]

Crippled Black Phoenix - I, Vigilante [Invada]

Hype Williams - Untitled [Carnivals]

Jailbreak - The Rocker [Family Vineyard]

Kylesa - Spiral Shadow [Prosthetic]

Magda Mayas - Heartland [Another Timbre]

Neil Young - Le Noise [Reprise]

Oceansize - Self Preserved While the Bodies Float Up [Superball]

Peter Brötzmann & Hamid Drake - Brøtzmann-Drake [BRÖ]

Sun Araw - On Patrol [Not Not Fun]

The Dillinger Escape Plan - Option Paralysis [Season of Mist]

Blood of Heroes - Blood of Heroes [Ohm Resistance]

Mulatu Astatke - Mulatu Steps Ahead [Strut]

Twilight - Monument to Time End [Southern Lord]

Ariel Pink's Haunted Graffiti - Before Today [4AD]


Eduardo:

Enslaved - Axioma Ethica Ondini

Horseback - Invisible Mountain

The Tea Club - Rabbit

Sailors With Wax Wings - Sailors With Wax Wings

Ufomammut - Eve

Cough - Ritual Abuse

Samsara Blues Experiment - Long Distance Trip

Intronaut - Valley of Smoke

Deftones - Diamond Eyes

Sleepy Sun - Fever


Jorge:

Year of No Light - Ausserwelt

Bongripper - Satan Worshipping Doom

Twilight - Monument to Time End

Kvelertak - Kvelertak

Rosetta - A Determinism of Morality

More Than Life - Love Let Me Go

The Secret - Solve et Coagula

Intronaut - Valley of Smoke

Black Breath - Heavy Breathing

Dawnbringer - Nucleus


Miguel:

Arcade Fire - The Suburbs

Deftones - Diamond Eyes

Gayngs – Relayted

The Sword - Warp Riders

Trash Talk - Eyes & Nines

Norma Jean - Meridional

Peter Broderick - How They Are

World´s end girlfriend - Seven Idiots

Orelha Negra - Orelha Negra

Gold Panda - Lucky Shiner

30 dezembro, 2010

A casa em cubos pequenos

O vosso TOP 20

20. Burzum - Belus (Byelobog)
19. Master Musicians of Bukkake - Totem Two (Important Records)
18. The Dillinger Escape Plan - Option Paralyzis (Season of Mist)
17. Pombagira - Baron Citadel (Black Axis)
16. Brant Bjork - Gods & Goddesses (Low Desert Punk)
16. Zoroaster - Matador (E1 Entertainment)
15. Oceansize - Self Preserved While the Bodies Float Up (Superball)
15. Ihsahn - After (Candlelight)
14. High on Fire - Snakes for the Divine (E1 Music)
13. Cloudkicker - Beacons (Self-released)
12. Kayo Dot - Coyote (Hydra Head)
11. Deftones - Diamond Eyes (Reprise)

10. The Ocean - Heliocentric / Anthropocentric (Pelagic)

9. Twilight - Monument to Time End (Southern Lord)

8. Alcest - Écailles de Lune (Prophecy) / Intronaut - Valley Of Smoke (Century Media)

7. Envy - Recitation (Temporary Residence)

6. Ufomammut - Eve (Supernatural Cat)

5. Rosetta - A Determinism of Morality (Translation Loss)

4. Year of no Light - Ausserwelt (Conspiracy)

3. Enslaved - Axioma Ethica Odini (Nuclear Blast)

2. Anathema - We're Here Because We're Here (Kscope)

1. Agalloch - Marrow of The Spirit (Profound Lore)

29 dezembro, 2010

Catherine Hennix dixit

"Each composer should simply have her own concept of tuning. That seems to me basically the future of music. Instead of everyone using the same system of tuning, each composer works out her own system of tuning and makes music accordingly."

28 dezembro, 2010

Little Boxes








Vasconcelos Library aka Megabiblioteca
Cidade do México, México
Alberto Kalach
2006

27 dezembro, 2010

Actress, Splazsh


Já sabemos que os tops e as listas são aquele exercício típico em que procuramos sempre atribuir um valor a algo. Está intrínseco ao Homem, faz-se competição por tudo e por nada. Mas vale o que vale, certo? Neste caso, a única vantagem que encontro é descobrir discos que me passaram ao lado durante o ano, nada mais.

Splazsh é o número um para a Wire e deixou muita gente confusa. Eu inclusive. Talvez porque há duas maneiras de o digerir: conhecemos minimamente a contemporaneidade da música electrónica – dos breakbeats britânicos à revolução laptopniana germânica e austríaca – e aí reconhecemos o devido mérito OU ouvimo-lo com o desconhecimento do passado e apenas nos deixamos entreter porque sim, entretém. A nossa opinião final varia imenso ao ponto de, nisto dos tops, atribuirmos um classificação altíssima ou optarmos pela exclusão total do disco.

A prateleira é aquela que tem os separadores de pós-dubstep e as entranhas do house e do techno. Que não se confunda, não é disco para dançar mas sim, sabe melhor de madrugada. De qualquer maneira, independentemente da digestão, são discos destes que nos fazem sentir a música de forma diferente (leia-se viva) e eventualmente acabar por discuti-la, seja online ou em casa com os amigos e uns copos. Até podemos vir a descobrir que afinal não passou dum hype, mas mesmo nessa altura há que fazer vénia e atribuir o respectivo mérito por criar algo que se encontra no limbo perfeito entre o convencionalismo e o experimentalismo. Neste caso a Darren Cunningham, o produtor britânico por detrás deste alter-ego, que saca aqui um disco intrigante e expressivo e que se quem lê estas linhas gosta de música então vai definitivamente ouvir e construir a sua opinião. A minha vale o que vale.

O menino Jesu

Jesu - Heart Ache & Dethroned [Hydra Head 2010]
Lembro-me, como se fosse hoje, da primeira vez que ouvi o Heart Ache. Dois longos temas esculpidos em twists que se balanceavam entre riffs pesados e melódicos. Continua a ser um dos meus preferidos, continua a dar-me razão quando acho que Jesu funciona melhor como EP do que LP.
Esta reedição traz um segundo disco (e um belíssimo novo artwork) com temas da mesma época, mas que foram postos na gaveta até que, suponho, Justin se sentisse com vontade de lhes dar um ponto final. Dos seis temas nem todos são de topo e num deles até imagino Chino Moreno a dar-lhe voz, mas vale, vale mesmo. Aquelas melodias pop, lentas, mortalmente lentas, escalando uma parede de guitarras distorcidas e percurssão, expressando um optimismo cauteloso entre a dor e a perda. Isto é Jesu, a única religião que vale a pena.
Jesu - Christmas EP [Avalanche 2010]
Nunca entendi a foleirice de se editar temas de natal. Uma compilação dos Queen em todos os natais é obrigatório, claro, mas temas natalícios fazem-me uma comichão… Não esperava isto de Justin Broadrick o que prova que o homem, seja para o mal ou para o bem, nos continua a surpreender ao fim destes anos todos. Ele explica-se: "inspired by the onset of the Christmas period and the onset of emotions and feelings of nostalgia, joy and sadness that the period often evokes" e no fundo até o compreendo. O EP consiste num tema banal cozinhado com os ingredientes habituais (elogio) e dois remixes do mesmo ambos de dois alter-egos do próprio Justin: Pale Sketcher e Final. Enfim, só para fãs como eu que gostam de ouvir tudo ou para viciados em compilações propícias da época.

25 dezembro, 2010

Amplificasom apresenta: OM no Porto

OM
31 de JANEIRO
PASSOS MANUEL

Esta é a nossa prenda de natal para vocês e esperamos que estejam tão excitados quanto nós. Perseguíamos os OM há alguns anos e finalmente vai acontecer quase de forma exclusiva pois no Passos as entradas são muito limitadas. Estejam atentos, durante a semana daremos mais info sobre a primeira parte, preço dos bilhetes e respectiva reserva/ compra.
A banda de Al Cisneros, Emil Amos e Rob-Lichens-Lowe também passará por Lisboa no dia anterior numa organização da ZDB, claro.
Continuação de boas rabanadas e até já!!!

24 dezembro, 2010

FELIZ NATAL CAMBADA!

23 dezembro, 2010

TOP 20

Ao bacalhau e às rabanadas há que juntar as habituais listas dos discos preferidos e, tal como no ano passado, queremos arquivar o ano com vocês. Enviem-nos o vosso TOP 20 para amplificasom@gmail.com e na primeira semana de Janeiro divulgaremos os resultados. Em 2009 estas foram as vossas escolhas:
11 a 20

Caspar, o filho

Caspar Brötzmann e o seu trio Massaker foram recentemente confirmados para o dia curado pelos Sunn O))) no Roadburn. Não tendo dúvidas que isto se deveu à insistência e persuação de Stephen O'Malley, uma das grandes inspirações para ele, o mérito é grande, mesmo mesmo grande. Ao contrário do pai, Caspar andava desaparecido do mundo musical: não grava discos há mais de dez anos (sendo que o último como Massaker foi o incrível Home em '95) e as aparências em palco são tão raras que este concerto vai ser algo histórico, é já até um dos momentos de 2011. A todos que têm bilhete: depois contem-me como foi!

21 dezembro, 2010

As cuecas brancas

Se o outro tópico tinha o nome de Fender vermelha, este tem mesmo que ser algo como "cuecas brancas". Que não se desvalorize, o que esta miúda faz vale tanto como o Marclay. É um estudo científico sobre o relacionamento entre o corpo humano, neste caso constituído pelos atributos feminos, e a guitarra/ música. Não? Ok...

20 dezembro, 2010

Descansa em paz Capitão Coração de Bife

Para sempre recordar, aqui fica o texto do David sobre o "Trout Mask Replica".

Mais um belo trabalho fotográfico do dia 8 Dezembro

Peter Broderick, Greg Haines, Azevedo Silva

Espreitem o link porque está muito bom!

Obrigado Bruno Costa!

17 dezembro, 2010

Eu ouvia música pop porque era infeliz ou era infeliz porque ouvia música pop?

"O que veio primeiro? A música ou a miséria? As pessoas preocupam-se com crianças a brincar com armas, a verem filmes violentos, como se a cultura da violência fosse consumi-las. Mas ninguém se preocupa se ouvem milhares de canções sobre sofrimento, rejeição, dor, miséria e perda. Eu ouvia música pop porque era infeliz ou era infeliz porque ouvia música pop?"

Quem nunca teve momentos à lá Rob Gordon? Principalmente os tops 5, quem nunca os fez? Quem não adora comprar discos nas Championship Vinyl das nossas cidades? Enfim, não me lembro quantas vezes o vi, é um dos melhores filmes de sempre. Atirem aí mais filmes marcantes que estejam apenas relacionados com música.

JM Coetzee dixit

"Nunca saberemos o que é viver fora do Estado, o que é não pertencer ao Estado, porque o Estado se apodera de nós e constitui a nossa identidade e as regras da nossa sociedade ainda antes de nele termos nascido."

Chienne d'histoire

Constantinopla 1910. As ruas da cidade são invadidas por cães errantes. O governo recém-eleito, influenciado por um modelo de sociedade ocidental, recorre a peritos europeus para escolher um método de erradicação, antes de decidir, brutalmente e sozinho, deportar massivamente os cães para uma ilha deserta, ao largo da cidade.

John Estes, o dorminhoco

Estávamos em 1961 e muita coisa estava para acontecer ao mundo, tudo o que era/ é cultura ocidental estava prestes a implodir. Em Brownsville, Tennessee, o cineasta David Blumenthal, que estava na zona a filmar um documentário sobre a migração negra para o norte, tropeça numa lenda do Blues: Sleepy John Estes.

John Adam Estes - o “sleepy” veio do seu gosto por dormitar várias vezes ao dia - foi um songwriter, compositor e poeta nascido no Tennessee, Estados Unidos, não se sabendo ao certo se a 25 de Janeiro de 1899 ou 1904. Gravou algumas canções e partilhou alguns palcos nos inícios dos anos vinte, mas até esse momento da descoberta, Estes fez de tudo e mais alguma coisa para se ir mantendo vivo. Aliás, quando isso aconteceu e já praticamente cego, muita gente não queria acreditar assumindo logo à partida que este Sleepy não passava dum impostor. Mas não, era mesmo ele.

O seu timbre “chorão” emanando uma sensação de vazio e desespero; a sua abordagem à guitarra; as suas letras autobiográficas baseadas em ocasiões da sua vida ou pessoas que conhecia na sua terra de Brownsville como o advogado local - Lawyer Clark Blues - ou o mecânico - Vassie Williams' Blues - por exemplo; o facto de ter sempre uma banda a acompanhá-lo tirando daí novas texturas a um estilo conhecido por ser solitário…

Deixa o mundo dos vivos em 1977 enquanto preparava uma tour europeia, mas o seu trabalho nunca será esquecido mesmo que, quando se fala em blues, o seu nome não seja o mais consensual. Foi um dos verdadeiros mestres da sua linguagem. Viveu na pobreza e limitado fisicamente e mesmo assim foi capaz de transformar a sua condição e as suas experiências em Arte. R.I.P, Sleepy.

Por aqui roda “I Ain't Gonna Be Worried No More”, vinte e três canções gravadas entre 1929 e 1941, e hoje não preciso de mais nada.

Roma é amor

É o que dizem, mas neste caso a cidade só interessa por ter sido palco de um concerto absurdamente perfeito. 22 de Dezembro de 2008 é a data, Casa Del Jazz o local. Peter Brötzmann no Tenor e a caminhar para os 70 anos numa forma incrível; Massimo Pupillo, mais conhecido pelos seus riffs nos Zu e talvez inspirado pelos ares da sua terra, no seu melhor trabalho de sempre; e Nilssen-Love que com as baquetas na mão é sempre um reflexo de quem tem à sua frente, ou seja, neste caso perfeito (não é por acaso que em meia dúzia de linhas repito este adjectivo). O álbum está dividido em três temas e nisto da música pouco gosto de descrições, há uma necessidade de se sentir o que se ouve e ponto. É isso que sugiro, descubram este disco a tempo de irem para os vossos tops. Aliás, faço-vos uma promessa: faltam umas trezentas e tal horas para o final do ano e os vossos melhores trinta e três minutos e dezassete segundos de 2010 serão aqueles em que o primeiro tema deste disco estiver a rodar. Tenho dito.

Alice

Sunn O))) - Alice
Full Blast - Alice
Tom Waits - Alice
Screaming Trees - Alice said
Nuno Prata - Alice ri-se
Bernardo Sassetti - À espera de Alice
Mais?

15 dezembro, 2010

We're trapped in the belly of this horrible machine and the machine is bleeding to death

A actual conjuntura do negócio musical assim o permite e a época é propícia: acreditemos no pai Natal! Há uns anos vi os Pixies em Coura, recentemente os Godflesh e os Swans em Birmingham, e começo a contar os trocos para ir ver os GY!BE no próximo ano. Tudo exemplos de bandas que julgava nunca as ver em cima dum palco. A minha avó já dizia que só não há cura para a morte por isso enquanto os membros de bandas até então defuntas forem vivos podemos e devemos sonhar. Em cima, foto dos Godspeed em Londres. Alguém foi? E alguém se lembra da passagem deles por Portugal?

Broderick: uma semana depois

First I'm here and then I'm there
Then I'm here and then I'm there
From there I'll go anywhere

And there's always somewhere
That I'll be going
And I just might go without you knowing
Any place from China to Brazil
I said any place from North Carolina to Israel

But most of the people that I know
Are the kind that I like to tell when I go
I'm lucky to have so many good friends
But because it is so often that I am going
And because I tell most of the people I'm going
I say goodbye too often
I say goodbye too often

Old news: airport security
New news: too much airport security
And I say goodbye too often

Old news: Unpack the suitcase
New news: It's on the plane
And I say goodbye too often

Old news: This place looks nice
New news: It's time to leave again
And I say goodbye too often

Old news: I like the food here
New news: I had good food there once
And I say goodbye too often

Old news: Goodbyes are hard
New news: Goodbyes are still rough
And I say goodbye too often

Old news: I'll miss you when I'm gone
New news: I miss you cause I'm gone
And I say goodbye too often

Old news: Time heals all wounds
New news: Time heals all tunes
Time heals all tunes
And I say goodbye too often

I say goodbye too often
Hello, hello
I say goodbye too often
Hello, hello, hello
I say goodbye too often
Hello, hello, hello
Hello, hello, hello
I say goodbye too often
Hello, hello, hello
Hello, hello, hello
Hello, hello, hello
Hello, hello, olá

"No encore mais do que merecido, Broderick “says goodbye to you often”, com Hello To Nils, a coroar, assim, uma bela e tocante noite no Passos Manuel."
in Ponto Alternativo

14 dezembro, 2010

Apontamentos sobre o frio descer da noite





Soberbo

Sci-fi literature

Estando eu a degustar sofregamente a leitura do "The three stigmata of Palmer Eldritch" do Philip K. Dick, lembrei-me de vir aqui perguntar: quem de vós aqui lê ficção científica? Quais os sub-géneros dentro deste género que mais prazer vos dão?

Não posso deixar de referir a incrível semelhança entre o argumento do Inception e o tema central desta obra escrita em 1965: um homem regressa de Proxima Centauri ( a estrela mais próxima do nosso sol) com uma nova droga capaz de induzir um novo mundo dentro do nosso sub-consciente, onde podemos passar uma vida inteira dentro desse mundo e onde no "mundo real" apenas um segundo se passou. Com a mesma pergunta, se estamos a viver no mundo real ou no mundo induzido. A tal história de o peão parar de girar ou continuar a girar, como vimos no final do filme de Christopher Nolan.

Scott Kelly + Orthodox: bilhetes

Como prometido, alguns bilhetes estão à venda na Lost Underground desde ontem. Por aqui, as reservas vão em tão bom ritmo que eu diria que vamos esgotar o concerto até ao final de Dezembro. Já agora, porque não oferecerem a entrada mágica como presente de Natal?

Assange

Assange, Julian Assange. Vilão para uns e herói para outros, é hoje julgado e provavelmente extraditado por um crime que todos sabemos que não cometeu. Foi uma maneira nada subtil dos states reforçarem a ideia que são a maior democracia do mundo e o país mais livre do mundo até se meterem com ele. Mas vejamos os dois lados: numa época em que, quer queiramos ou não, dependemos dos Estados Unidos para a estabilidade ocidental em todas as áreas, fará sentido o “desvio” da correspondência diplomática? Ou o que faltou foi apenas uma filtração do conteúdo por parte de Assange e a sua equipa de forma a evitar polémicas desnecessárias?
Não estou dividido, a recusa de que tudo pode ser considerado segredo de Estado desde que o mesmo assim o determine é bem-vinda e não fossem os Assanges deste mundo e estas notícias não viriam cá para fora pois sabemos que a maior parte da imprensa faz parte de grupos económicos e políticos onde dificilmente têm a liberdade para uma investigação que chegasse perto deste(s) resultado(s).
Enfim, aconteça o que acontecer e façam do Assange um mártir ou não, há uma Internet pré e pós-Wikileaks. Deixo a pergunta: até quando vai continuar a ser um espaço livre e sem regras?

13 dezembro, 2010

20 anos de Mercedes

Não me lembro da primeira vez. Talvez Mono em 2004? Também não me lembro quantas vezes entretanto já fui a um dos bares mais porreiros do Porto, mas lembro-me de vários concertos que se tornaram inesquecíveis. E isto sem contar com os da Amplificasom: o primeiro de sempre com os Enablers, Shooting Spires na noite em que Jacko morreu, e Part Chimp há uns meses atrás numa daquelas noites perfeitas.
Em nome da Amplificasom, que venham mais vinte e um abraço ao Zequinha e ao Abel.

¿Por qué no te callas, Cameron?

"David Cameron, stop saying that you like The Smiths, no you don't. I forbid you to like it." (...) David Cameron hunts and shoots and kills stags – apparently for pleasure. It was not for such people that either 'Meat Is Murder' or 'The Queen is Dead' were recorded; in fact, they were made as a reaction against such violence."
Morrissey in Twitter

10 dezembro, 2010

José e Pilar

Eu tenho ideias para romances e ela tem ideias para a vida, e eu não sei o que é mais importante.

Estamos cercados por vento e fogo

São uma banda que está no coração de muitos de nós. Reconhecemo-los por serem intensamente ferozes e abrasivos, por criarem uma atmosfera brutal que é balanceada entre doses maciças e experimentais como só eles o sabem fazer. E quem são eles? Uma banda que está na terceira década da sua carreira, uma banda que está no seu auge, uma banda que nos arrasa ao vivo. Na passada segunda-feira testemunhei um dos melhores concertos da minha vida e desejo a todos vós que lêem estas linhas a oportunidade de um dia verem os Neurosis em pleno palco. A setlist foi mais ou menos isto:
1 - At the End of the Road
2 - The Doorway
3 - ?? (tema novo?)
4 - Given to the Rising
5 - The Web
6 - Locust Star
7 - Water is not Enough
8 - Distill (watching the swarm)
9 - Stones from the Sky
10 - Through Silver in Blood

Talk Talk

No dia seguinte ao concerto perfeito dos Ulver, tive a oportunidade de rever o O’Sullivan e se há coisa que não me vou esquecer desse jantar foi do facto dos seus olhos sorrirem quando, já não me lembro porquê, falamos dos Talk Talk. No dia seguinte googlei pelo "Laughing Stock" e nunca mais ouvi a banda com os mesmos ouvidos. Não tardei a comprar o original, não tardei a ouvir tudo o que havia para ouvir. E nem sequer é muito, a carreira destes ingleses durou cerca de dez anos, mas eu tinha para mim que os Talk Talk tinham um grande álbum pop – "It’s My Life" – e pouco mais. Esse disco foi realmente o que os catapultou para o seu sucesso (comercial), mas a banda foi muito mais do que meia dúzia de hits, basta ouvi-los a deixarem os synths de lado em "Spirit of Eden" e a abrirem os braços a uma nova fase mais experimental e jazzística. É verdade que na altura foi um fracasso, mas arriscar-me-ia a dizer que o pós-rock começa aqui em 1988 e não em ’94 quando Simon Reynolds inventou o termo motivado pelo "Hex" dos Bark Psychosis. Ouçam o primeiro tema, a pedra estava lançada. Voltando atrás, aliás à frente, é pelo último disco – o já mencionado Laughing Stock de ‘91 – que estou verdadeiramente apaixonado. Faço play durante três ou quatro vezes aos cinco minutos e trinta e três segundos de "Myrrhman" e só depois vou avançando pelo álbum fora, todo ele uma “obra de assombrosa complexidade e beleza imensa”. Um disco que mistura rock, jazz, clássica, ambiente e que na altura estava muito à frente do seu tempo. Hoje continua a ser uma obra-prima não reconhecida…… até ao momento em que o ouvimos.

Broderick, Haines, Silva: voltem sempre!!!



















Obrigado Carmo!