Blitz: 25 anos
Lembro-me quando comprava o Blitz às terças-feiras, era uma rotina quase religiosa. E adorava, adorava mesmo quando não tinha nada de jeito. Cheguei a ser assinante, cheguei a ver os Isis numa das páginas e depois vi o jornal a transformar-se em revista. Espreitei os primeiros números e separei-me dela. Compreendi e aceitei que tivesse que mudar, mas já não tínhamos nada para dar um ao outro. Foi o fim.
Faz 25 anos agora em Novembro e deixo aqui o meu desejo que tudo continue a correr bem.
9 Comments:
pois é... O Blitz jornal foi a grande referencia musical dos anos 80/90... também desisti quando se tornou revista, mas fico contente por, aparentemente, estar de boa saúde neste formato.
Eu tb comprava. Era como se fosse uma especie de ritual às Terças. No entanto tb me lembro que não havia mt mais por onde escolher. Pelo menos onde morava. E comprava-a excluisvamente pela secção metaleira, que trazia sempre uma entrevista, e pouco mais. A partir do momento que começaram a sair revistas da especialidade.....
Também eu era um aficionado do Blitz, mas desiludi-me com o último ano e meio do jornal e não tenho pachorra para a tendência mórbida da revista. Algumas parecem as páginas da necrologia. O delay da Blitz é um fosso. Vamos ter de esperar 10 dez anos até encontrar os mais admiráveis criadores de hoje na capa, quando a melhor música devia ser apreciada e aclamada em tempo real (como acontece todos os dias neste blog, que não é obrigado a destacar bandas bubblegum e consagrados desgastados para angariar público).
Tenho muita pena.
O meu último momento de diversão com o Blitz foi quando mijei com o Pedro Gonçalves, por detrás de uma tenda em Paredes de Coura, e disse-lhe:"Até o Blitz mija aqui...".
Agora para ser jornalista da blitz basta ter um tradutor automatico porque a revista tornou-se basicamente na traduçao portuguesa da NME. Logo nem precisam de pesquisar ou investigar, basta acederem à nme.com e fazerem copy paste.
Alías para mim a blitz devia passar a chamar-se "saiba as ultimas da lady gaga". Ao menos assim nao manchavam o legado dO blitz.
eu vou comprar a blitz hoje, dar-lhe uma ultima oportunidade. pode ser que esteja qualquer coisa que se aproveite :)
é incrível como a mudança de papel os transformou numa porcaria tão grande... é triste, mas há por aí muito sítio para ler coisas boas.
Não sei se o jornal mudou ou apenas as pessoas que o liam.
A oferta e acessibilidade a informação, essa sim aumentou.
Miguel, compreendo a tua frustação e desânimo mas infelizmente é o que vende e é o tipo de revista musical que a maior parte quer comprar. É por isso que nós temos dificuldade em ter 200 pessoas para um concerto de Earth e os Rammcoiso esgotam Atlânticos. A Blitz é um negócio. Soube-se adaptar aos dias de hoje e sobreviveu, de outra maneira não conseguiria pois não é mais do que o reflexo do mercado que temos. Eu desisti há imenso tempo, mas como o Adriano também refere hoje há muitas outras soluções e nelas encontramos o nosso espaço. Em relação a revistas, a Rock-A-Rolla e a Wire chegam-me. Fica a nostalgia desses tempos do jornal...
A única recordação que tenho do blitz é um quadrado de 10x10 com a review do Arise de Sepultura.
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