24 abril, 2010

O fatídico "Clube 27"



É um fenómeno recorrente os ícones da cultura popular serem imortalizados quando morrem. Mesmo que sejam famosos e talentosos em vida, se morrerem jovens e, sobretudo, de causa trágica e misteriosa (suicídio, acidente, homicídio), é certo e sabido que se tornam ícones eternos no imaginário popular.
O fenómeno só podia ter começado com uma arte de massas: o cinema. Rudolfo Valentino, primeiro ídolo do cinema mudo morreu aos 31 anos em 1926 e deixou em total histeria milhões de admiradoras (conta-se que várias mulheres cometeram suicídio devido ao desespero). Depois, foi James Dean que morreu vítima de um acidente de carro com 24 (precoces) anos, em 1955, imortalizando a sua figura como referência incontornável da cultura do século XX.
De resto, foi com Dean que se incutiu no imaginário das estrelas pop a máxima : "Live fast, die young and leave a good-looking corpse". Muitos levaram à risca esta filosofia de vida.
Mas seria a partir de 1969 que a morte de artistas famosos - nomeadamente músicos - tomaria um rumo verdadeiramente iconográfico. Começou em 1960 com a morte de Brian Jones (Rolling Stones), seguiu-se a morte de Jimi Hendrix e Janis Joplin em 1970. O líder carismático dos The Doors, Jim Morrison, morreria em circunstâncias misteriosas um ano depois. Este quarteto de mortes foi apelidado de "Clube 27" (nas imagens), pelo facto de todas estas figuras da música terem morrido com a idade de 27 anos. Mera coincidência?
Conta-se que foi um desejo mórbido de se juntar a este clube que o líder dos Nirvana, Kurt Cobain, se matou em 1994, também com 27 anos. Que insondável e misterioso desígnio se esconde por detrás deste fenómeno que leva à morte artistas populares como estes aos 27 anos? Apesar deste ser o quinteto mais famoso deste fatídico e mórbido clube, muitos outros artista/músicos se podiam incluir no rol dos falecidos com 27 anos. A saber:

- Pete de Freitas, guitarrista dos Echo and The Bunnymen
- Robert Johnson, guitarrista de blues
- Dave Alexander, baixista dos The Stooges
- Gary Thain, baixista dos Uriah Heep
- Kristen Pfaff, baixista das Hole
- Jeremy Michael Ward, músico dos The Mars Volta
- Mia Zapata, vocalista do grupo punk The Gits
- Ron McKernan, teclista dos Grateful Dead
- D. Boon, vocalsita do grupo punk Minutemen
- Rupert Brooke, poeta inglês
- Jean-Michel Basquiat, artista plástico
- Jonathan Gregory Brandis, actor americano
- (...)

Ian Curtis não quis esperar para entrar no "Clube 27" e, 4 anos antes de chegar a essa idade, cometeu suicídio. Mesmo não havendo nenhum "Clube 23" no qual pudesse estar representado, não é por este facto que o espírito do cantor dos Joy Division não vive no panteão mais alto dos ícones musicais de toda a história.

6 Comments:

At 24.4.10, Anonymous Anónimo said...

Suicidou-se para pertencer a um "clube" de artistas que morreram aos 27 anos? Coisa mais ridícula que já ouvi.

 
At 24.4.10, Blogger Unknown said...

Não é assim tão ridículo.

Claro que um acto suicida nunca é unicamente explicado por um só motivo, mas a verdade é que a própria mãe de Kurt Cobain afirmou publicamente que o filho lhe tinha dito, mais do que uma vez, que um dia iria pertencer a esse "clube".

Obviamente, esse desejo mórbido de Cobain não pode explicar a complexidade psicológica e emocional do desejo de morte voluntária, mas poderá ter ajudado...

 
At 24.4.10, Blogger Tiago said...

Não és é assim tão sábio.

 
At 24.4.10, Anonymous Anónimo said...

Sempre li que a mãe do Cobain disse que não acreditava que ele se tivesse suicidado.

 
At 26.4.10, Blogger ::Andre:: said...

Que parte é que o pessoal ainda não entendeu que cada tópico tem a perspectiva do seu autor? É a opinião do Victor, adjectivar de rídicula ou o que quer que seja não me parecem grandes argumentos.

Quanto ao conteúdo, acredito que são coincidências infelizes...

 
At 26.4.10, Blogger Pereira said...

O Jon Nödtveidt também tentou fazer parte do clube,mas chegou atrasado! Agora a sério,'tou com o André, são coincidências estranhas e infelizes

 

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