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Os Æthenor são hoje em 2011 um dos projectos que mais gozo me dá acompanhar. Vincent de Roguin deu lugar ao histórico e free-jazziano Steve Noble, Kristoffer Rygg dos Ulver a certo ponto passou a fazer parte do alinhamento, o próprio O’Sullivan que já não está nos Guapo é hoje presença fundamental nos já mencionados noruegueses e encontra-se envolvido noutros projectos deliciosos como Miracle com Steve Moore dos Zombi ou Mothlite na sua versão mais pop…
É com esta formação que En Form for Blå, editado mais uma vez via a extraordinária VHF e um dos álbuns que mais esperei pela luz do dia (ler download e não esquecer o deluxe double LP), é, sem dúvida, a melhor viagem das quatro. Mais do que a soma de todas as partes, documenta a evolução profunda e contínua deste colectivo que se por um lado julgar-se-ia improvável, por outro é a sua colisão/ união que o coloca na prateleira de discos únicos.
Cativante mas anti-climax, meditativo mas não sedativo, atmosférico e altamente rico e aventureiro em paisagens de sons em transição, o grupo exibe uma maturidade proveniente de sub-géneros “antiéticos” onde a união desafia e quebra barreiras. São 55 minutos de música subtil e singular onde o vocabulário aqui utilizado, por muito que se tente apontar referências, só eles o dominam.
Hoje, naquele que já é o melhor festival do Verão, o quarteto subirá ao palco Milhões (demasiado cedo se o desabafo me é permitido) para um concerto que se vai amar ou odiar. Depois de um par de tentativas falhadas em vê-los lá fora, a expectativa está demasiado alta e o que quer que aconteça às 20:15 do dia 22 de Julho de 2011 prometo que não vou partilhar com ninguém.
1 Comments:
Carecia de mais noite, para o que é, mas não deixou de ser hipnótico.
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