14 novembro, 2008

Intronaut - Prehistoricisms [2008]


Faz amanhã precisamente um ano que os Intronaut passaram pelo palco do Porto-Rio, e todos os presentes puderam constatar a destreza técnica dos seus elementos, particularmente os da secção rítmica.
A aplicação benéfica da técnica em prol da qualidade das composições será sempre uma questão relativa, tanto quanto os gostos e percepções do ouvinte. Com Prehistoricisms, os Intronaut fornecem-nos um conjunto de ardilosos temas que formam o todo mais desconcertante que eles arquitectaram até ao momento. Aquele onde se tornam verdadeiros aventureiros do progressivo. Não é que já não o fossem em Void, e nem digo que gosto mais deste álbum, até porque é um trabalho de assimilação mais difícil, mas há aqui algo que os torna mais únicos do que anteriormente. Há vastas extensões de deliciosas linhas de baixo de inclinação jazzística, a espaços ambientais, que por vezes também soa ao motor de um carro a carburar; as guitarras continuam a derivar entre os riffs pesadões e secções texturadas (Australopithecus contem belos exemplos) prosseguindo por trilhos mais intrincados do que as estruturas tradicionais do metal, e os ritmos quebrados da bateria desorganizam o andamento dos temas. Continuam a fracturar e experimentar, deambulando por ambientes caóticos que oscilam entre a brutalidade e a serenidade sem repetir fórmulas. Eles avisaram que viria aí "...what could possibly be the first ever fusion of traditional indian music and heavy metal.". Não me parece que a coisa seja bem assim, mas o último tema, The Reptilian Brain, alonga-se por uns míseros 16 minutos encetados por umas vibrações tribais que se vão transformando e desaparecendo. E depois, tudo isto soa coerente. Gosto do meu metal assim.

P.S: Agora estão na Century Media, estranho? Talvez não.

12 Comments:

At 14.11.08, Blogger António M. Silva said...

tenho que admitir que nao gostei muito deste álbum, estava à espera de melhor, principalmente depois de todo o "sururu" à volta da banda. Também pode ser de mim, nao sei...

 
At 14.11.08, Blogger ::Andre:: said...

Gostei mais do concerto do que qualquer disco deles, mas também gostei do que acabei de ler. É por tua causa que o vou ouvir. Até já.

 
At 14.11.08, Blogger Crestfall said...

Se calhar é mesmo por não ser um disco fácil... Deixem-no crescer.

 
At 14.11.08, Blogger naSum said...

Não é fácil não... tenho que lhe dar + atenção

 
At 15.11.08, Blogger Globku said...

eh pah, eu achei isto fenomenal desde a 1ª vez, xD. Nasceu logo grande

 
At 15.11.08, Blogger Tiago Esteves said...

Por acaso nas primeiras audições n me cativou...vou tentando :D

 
At 16.11.08, Blogger Adriano said...

é um grande album, mais difícil que os anteriores, mas solidifica com o tempo :)

Algumas recomendações para ouvirem:

Lights at Sea - Lights at sea (para os fans de Jakob e intrumental pós-rocky em geral :) Mt bom mesmo!

Venetian Snares - breakcore/modern classical
Não sei se se perdem por aqui mas este album é épico, dark, e massivo. Do mais headbaging em breakcore que encontrei recentemente.

Ver vídeo em: http://www.youtube.com/watch?v=vg52OSGmg7g&eurl=http://blog.burocratik.com/

Adriano Esteves.

 
At 17.11.08, Blogger noisea said...

Fiquei curioso. A ver se saco em breve...

pedro nunes

 
At 17.11.08, Blogger Crestfall said...

Oh adriano, eu gosto de Venetian mas a que disco te referes? O homem tem uma tonelada deles.
Lights at Sea tenho aqui para ouvir.

 
At 18.11.08, Blogger Adriano said...

hey,

comçei a conhecer o venetian através do Rossz Csillag Alatt Született, mas tou a ver se conheço a discografia dele. Este gajo tem pancada!!!! :P

 
At 18.11.08, Blogger Crestfall said...

O Rossz é capaz de ser o melhor, aquela mistura entre clássica e breakcore...

 
At 19.11.08, Blogger Crestfall said...

Vídeo da Australopithecus: http://www.youtube.com/watch?v=hZYhDtg31Wc

 

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