Sun Ra Arkestra
A Arkestra como devia ser sempre: no andar de cima de um bar da esquina simpático na sua terra “natal”, Filadélfia, rodeada de amigos e entusiastas. Festejou-se, na passada terça-feira, o 86º aniversário de Marshall Allen, o director interino da Sun Ra Arkestra há já 15 anos desde a partida para o espaço de Sun Ra em 1993 e a breve direcção de John Gilmore até 1995, com um concerto especial de mais de duas horas e meia. Não me considerando um melómano de Sun Ra (e muito menos da Arkestra pós-Ra) ou estando habituado a escrever sobre free-jazz prefiro não entrar por grandes escritos sobre concerto e deixar apenas algumas fotos. No entanto quero salientar que poucas bandas existirão com tanta alegria contagiante e energia em palco como esta Arkestra. E parece haver algo especial em ver músicos com mais de 60 anos a dançarem de forma louca em frente ao palco arrastando todo o público com eles. O mote que cai melhor à Arkestra vem mesmo de uma linha de uma música que está sempre presente nos seus concertos: “Be in tune, free your mind, be yourself, and watch the sunshine.”
Discos favoritos de Sun Ra ou da Arkestra, alguém? Eu pessoalmente gosto quando estão em modo mais exploratório e oblíquo, especialmente os discos “Solar-Myth Approach Vol. 1 & 2” [1971] e “Strange Strings” [1966]. Mas claro, quem não gosta dos super clássicos “Space is the Place” [1972] ou “Nuclear War”[1982]? Ficam estas duas músicas para fechar o post. “Space is the Place” em versão ao vivo – que apesar da má qualidade de som (mal se ouvem as três baterias / percussionistas e as várias camadas de sopros) capta grande parte da energia que é suposto ter. E a “Nucler War” na versão que se encontra em disco (como é que isto ainda não foi editado em versão remasterizada?)
A Arkestra esteve na Casa da Música em 2005 – com muita pena minha falhei o concerto. Alguém esteve lá? Como foi?
10 Comments:
é realmente curioso ver a energia que certos senhores do free jazz ainda demonstram. E ver a Arkestra em ação no palco é vital para entender de forma mais abrangente a música criada por Sun Ra.
Além dos discos que vc citou, eu colocaria na lista dos granes trabalhos de Sun Ra os dois volumes "The Heliocentric Worlds", de 1965, e o "Nothing Is", de 1966. Dois clássicos fundamentais.
O Heliocentric Worlds já ouvi um par de vezes sem prestar a atenção devida. Vou tratar de ouvir com mais atenção. O Nothing Is não conhecia - também vou ver se se encontra por aí.
E encontrá-los, pelo menos a preços decentes?......
Estas re-edições da ESP voam tão rápido.....
Acho um piadão ver concertos anunciados por aí como se o Sun Ra ainda fosse vivo...
Que concertos?
A banda continua a chamar-se Sun Ra Arkestra (under the direction of Marshall Allen) e continua a tocar muitas composicoes do Ra - dai se calhar nos presses ainda falarem do Sun Ra como se o proprio fosse tocar.
É isso, promovem os concertos como se ele fosse mesmo tocar. Mas também não me admiraria se recentemente alguém pensasse que tinha mesmo visto o Sun Ra ao vivo.
E se calhar viram - isso das vibracoes cosmicas pode facilmente criar ilusoes :)
Eu vi esse concerto da arkestra.Fui sozinho e deviam estar prai umas 50 pessoas na sala 2 da casa da música(desta vez com cadeiras).
Qunato a dsicos da orkestra,para mim todos os discos de estudio valem a pena.
Mas e o concerto, como foi?
O concerto foi morno.
Um 3 em 5.
Ficou a imagem da orkestra a tocar no meio do público,do contrabaixista que tinha que sair ajudado por mais dois(devido a idade)da presença dum guitarrista(o sun ra só gravou um disco com guitarra)e da falta dum sintetizador no placo,nem que fosse só numa música.
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