A evolução na criatividade
Horseback
O black metal é um dos géneros musicais que mais se reinventou nos útlimos anos. É também um os géneros que maior celeuma causa entre os fãs nos fóruns e revistas da especialidade. Eu tornei-me especialmente fã deste género quando ouvi o Ruun dos Enslaved, e encontro-me dentro dos apreciadores desta ramificação progressiva e ambiental.
Descobri recentemente os Horseback, e este "Invisible Mountain" não tem deixado de rodar. Um álbum de black metal psicadélico, todo ele uma viagem de morte pelo deserto (citando de cabeça uma review da Terrorizer). Correm-se certos riscos de degolação fanática ao dizer que estamos perante um àlbum de black metal, mas penso que uma audição atenta e liberta de preconceitos revelará as claras influências na sonoridade. Mas estas são daquelas bandas que quebram a barreira artística do género em todos os sentidos, desde o som à própria estética (como podem constatar pela foto em cima, sem qualquer indício da presença de satã, corpse paint ou cabeças de animais sangrentas a decorar as paredes da sala), e normalmente são estas as que causam mais polémica, muito pela questão do estatuto de serem trve ou não trve.
Isto serve igualmente para questionar em que ponto estamos na evolução da criatividade. Vou neste caso apenas mencionar na música, sendo que gostaria que dessem a vossa opinião sobre se acham que esgotamos a criatividade e estamos a repetir/aperfeiçoar/reinventar processos antigos, ou se há coisas novas a serem criadas. Vamos todos dar as mãos e partilhar os nossos sentimentos na caixa de comentários.
P.S: Para primeira audição no myspace recomendo a música que dá o título ao àlbum. Que p**a de viagem.
11 Comments:
Bom disco, obrigado pela dica. Não querendo contudo levar a discussão para o lado trve ou não da coisa, confesso que não chamaria a isto um disco de black metal.
Quanto à evolução da criatividade, é ver isto e os próximos: http://www.everythingisaremix.info/
Já conhecia.Gosto,mas não considero um álbum black metal, apesar de ter influências óbvias.
Em muitos géneros, a evolução passou por uma pequena inovação acrescentada à repetição, reinvenção.
Por exemplo...basta olhar para o (excelente) estado do black metal na América do Norte para saber que nunca houve mais que uma pequena ruptura com o passado.
Hoje em dia acho que é muito complicado fazer algo completamente único,100% original (duvido que alguém sequer tenha isso em mente quando está a tentar criar algo),mas isso não é desculpa para a falta de criatividade que parece dominar vários géneros musicais...cough post rock cough cough
Conheci no ínicio deste ano, foi uma excelente surpresa. E prende, lá isso prende..
Quanto à criatividade e o estado em que se encontra, acredito que a música sempre se re-inventou, repete processos vencedores (em equipa que ganha não se mexe...). No entanto, acho também que a criatividade musical, hoje em dia, passa mais por uma conseguida fusão entre vários estilos... Como os Horseback que mistura o BM com psicadélico...
Encontrar algo de realmente novo passa, na minha opinião, por descobrir novos ambientes e novas sonoridades.. Agora ando colado no Kraut-rock (3Leafs não sai do meu leitor - aconselho!!) e, não sendo novo (de longe...) é para mim totalmente novo, logo mais apetecível enquanto música.
a minha cultura BM é muito reduzida, confesso, mas após ouvir algumas das músicas destes senhores não me sinto nada inclinado a dizer que estes o praticam.
reconheço muitas coisas do doom, sim, algumas de kraut e outros psicadelismos mas tirando a voz arranhada (e eventualmente, o logo deles), não diria que eram uma banda de BM...
o que para mim é interessante constatar é a tendência que muitas destas bandas "recentes" da guitarrada (que assim engloba muita gente distinta) tem muitas referências esotéricas. por isto não quero dizer referências pseudo-mitológicas de satanás no bosque em jeito de odin, tão típicas de determinados géneros, mas sim, referências subtis como este "Invisible Mountain" por exemplo, que para mim remete para a questão eterna da Thule/Shamballah/Avalon/insert referência favorita, do centro espiritual que se escondeu (cá está ele novamente) ou de algum modo desapareceu.
Mas existem outras bandas com referências muito óbvias/subtis como os Master Musicians of Bukkake, ou os Secret Chiefs 3.
tenho a certeza que existem muitas outras que desconheço - se mas sugerirem, agradeço.
a minha questão é: o que se passa afinal? eu estava habituado a ouvir estas referências noutros campos musicais - notavelmente, nos industriais, noises e seus post (muitos destes citados aliás pelos horseback como influências) - mas agora estão aqui também. os adeptos começaram a tocar guitarra foi?
Capaz de ser o disco que mais ouvi este ano. Ainda bem que pegou, I guess.
Confesso que o rótulo BM não seja nada consensual para esta banda. Já li definições como drone/psicadélico/stoner/doom, mas vamos sempre dar ao mesmo.
Se calhar peguei mais no BM mesmo por causa do facto deste ter sofrido uma evolução sonora nos últimos 20 anos que para mim são das mais entusiasmantes da "cena", que acabei por identificar com a banda. Mas certamente, pelo menos para mim, as influências estão lá, quer nas vocalizações, quer mesmo na produção.
Well, o vinyl que aqui tenho é black, e é certamente metal...
The first three tracks are variations on a theme!!
Os Horseback já foram mencionados algumas vezes, vale a pena espreitar:
http://amplificasom.blogspot.com/search?q=horseback
Adriano :)
É a tal conversa dos rótulos.. Percebo o que o Eduardo quer dizer e o Rodolfo complementa bem, mas não chegamos a conclusão nenhuma. Por curiosidade, aceitaram bem o Black One como BM?
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