20 novembro, 2010

Bud Spencer e Terence Hill

Aos olhos dos jovens de hoje, Bud Spencer e Terence Hill poderiam ser facilmente confundidos com um número de circo. Mas não de um circo qualquer, daqueles que são acompanhados por camelos moribundos e leões bulímicos e cujo apresentador, porteiro, vendedor de bilhetes e pipocas, faquir, contorcionista e ordenhador de alpacas são a mesma pessoa. Mas nos tempos áureos dos videoclubes e do cinema de bairro, eram o pináculo da comédia, o expoente máximo da gargalhada, como são hoje em dia Jim Carrey, Seth Rogen, Will Ferrel, Adam Sandler ou Ben Stiller.

No final dos anos 70 a Itália dominava o cinema mundial com os seus sub-géneros de baixo orçamento conhecidos como “Spaghetti”. Havia o mítico western spaghetti, o pós-apocalíptico, as comédias de acção e as comédias eróticas. Tudo isto devidamente dobrado em Inglês, com aspecto americano e com os actores a assumirem pseudónimos americanos. Sim, porque já na altura havia esta mentalidade imbecil de que apenas o cinema americano é bom. Bud Spencer e Terence Hill eram Carlo Pedersoli e Mario Girotti.

Os seus filmes eram bastante simples. Bud Spencer era um grandalhão gorducho, o tanque de guerra da porrada. Terence Hill era o malabarista contorcionista que elaborava complicadas ginásticas ao serviço das porradas de bar. Os seus filmes consistiam em sequência após sequência de bordoada de três em pipa, em que os nossos amiguitos saíam incólumes, penteadinhos e com a roupa engomada e todos os desgraçados que tinham apanhado no focinho ficavam deitados no chão a sofrer dores musculares, mas sempre vivos e sem ferimentos graves, feridas ou qualquer marca do porradão infernal que acabaram de apanhar…

Eu não sou do tempo em que os filmes eram feitos, uma vez que o meu auge do videoclube foi a partir de 1987, mas mamei os filmes deles todos em VHS e no cinema de verão da praia de Monte Gordo. Como não havia a oferta dos dias de hoje (nem os torrentes e as mulas, blink blink) os filmes eram vistos inúmeras vezes.

Eram filmes divertidos mas infinitamente xungosos. Tenho pena de não ter nada deles actualmente. Acho que há uma caixa de DVDs no Ebay com o original italiano e as dobragens em Inglês. Eu até comprava, mas tenho um filho para criar e não cago dinheiro, por isso espero que alguém compre e depois me empreste.

in CinemaXunga

6 Comments:

At 21.11.10, Blogger ::Andre:: said...

Vou chamar o meu pai para vir ler este post :)

 
At 21.11.10, Blogger amebix said...

Acreditem ou não,tenho um canal alemão que passa um episodio todos os dias,quando apanho fico colado a ver os italianos a dar purrada em Alemão.Quando era puto falavam em Espanhol,muito bom.

 
At 22.11.10, Blogger ::Cardoso:: said...

Olha... esquece a edição em DVD. Perde-se bastante. Há uns tempos vi o chamavam-lhe trinitá em DVD e perde-se todo o ambiente. É estranho ver um filme de Bud Spencer sem aquele eco característico de cinema ao ar livre.
Da próxima vez já decidi ligar o DVD à aparelhagem de som e pôr as colunas na varanda com o volume no máximo.
Para a experiência ser total vou esperar pelo verão e unto-me com mel, deixo as janelas abertas e espero por ser devorado por mosquitos.

 
At 22.11.10, Blogger ::Cardoso:: said...

Quanto ao comentário da mentalidade imbecil de que apenas o cinema americano é bom. Só tenho duas palavras: Steven Seagal

 
At 22.11.10, Blogger ::Andre:: said...

Devíamos fazer uma sessão de cinema com isto, Cardoso. Amendoins no colo.

Por falar em Steven Seagal, quero tanto ver o Machete!!

 
At 23.11.10, Blogger Crestfall said...

lolada. Ainda noutro dia, a propósito não sei do quê, deu-me para procurar uns vídeos desta dupla no youtube.
O cenário do Cardoso untado de mel é arrepiante!

 

Enviar um comentário

<< Home