Actress, Splazsh
Já sabemos que os tops e as listas são aquele exercício típico em que procuramos sempre atribuir um valor a algo. Está intrínseco ao Homem, faz-se competição por tudo e por nada. Mas vale o que vale, certo? Neste caso, a única vantagem que encontro é descobrir discos que me passaram ao lado durante o ano, nada mais.
Splazsh é o número um para a Wire e deixou muita gente confusa. Eu inclusive. Talvez porque há duas maneiras de o digerir: conhecemos minimamente a contemporaneidade da música electrónica – dos breakbeats britânicos à revolução laptopniana germânica e austríaca – e aí reconhecemos o devido mérito OU ouvimo-lo com o desconhecimento do passado e apenas nos deixamos entreter porque sim, entretém. A nossa opinião final varia imenso ao ponto de, nisto dos tops, atribuirmos um classificação altíssima ou optarmos pela exclusão total do disco.
A prateleira é aquela que tem os separadores de pós-dubstep e as entranhas do house e do techno. Que não se confunda, não é disco para dançar mas sim, sabe melhor de madrugada. De qualquer maneira, independentemente da digestão, são discos destes que nos fazem sentir a música de forma diferente (leia-se viva) e eventualmente acabar por discuti-la, seja online ou em casa com os amigos e uns copos. Até podemos vir a descobrir que afinal não passou dum hype, mas mesmo nessa altura há que fazer vénia e atribuir o respectivo mérito por criar algo que se encontra no limbo perfeito entre o convencionalismo e o experimentalismo. Neste caso a Darren Cunningham, o produtor britânico por detrás deste alter-ego, que saca aqui um disco intrigante e expressivo e que se quem lê estas linhas gosta de música então vai definitivamente ouvir e construir a sua opinião. A minha vale o que vale.
2 Comments:
É um disco que divide muita gente... Parece que demora a entrar e depois morre antes do seu final... Os melhores momentos, contudo, são bastante especiais...
A tua curta descrição está perfeita.
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