27 abril, 2011

Top 5 “filmes famosos que não valem uma merda”

Todos nós temos que lidar com a existência de filmes no nosso plano dimensional que só por si justificariam o fim da liberdade de expressão. Tudo bem, desde que não sejamos importunados por eles. Mas isso era antes. Antes de haver 1382 canais de TV e video on demands e infernais quantidades de conteúdo semelhante a uma lixeira a céu aberto que ejacula milhares de horas de programação de inenarrável fedor para dentro dos nossos lares sem pedir permissão. Elaborei uma lista de 5 desses filmes que toda a gente adora, mas que me fazem secretamente sentir a gonorreia de mil leprosos a cada vez que os apanho num zapping.

5. Pretty Woman (1990)

Um principe encantado dos tempos modernos enamora-se por uma prostituta de rua depois de ter pago uma fortuna para não lhe tocar sequer. Nem uma mamada ou um dedinho curioso… Nada. Quando penso em putas de rua, daquelas que atacam à noite nas avenidas escuras das grandes cidades só me vem à cabeça o seguinte: herpes, gonorreia, sida, cocaína, heroína, toxicodependência, alcoolismo, dentes todos podres, hálito a cadáveres em decomposição desde 1996, incontinência intestinal e três tipos de Sida (daquela que corrói o latex). Daí a dificuldade que tenho em assimilar aquele argumento.

4. Lost in Translation (2003)

Sim, estou a ver o horror nas vossas caras neste momento, mas há coisas que têm que ser ditas. Uma Scarlett Johansson enjoada com uma vontade enorme de cometer adultério é apenas tolerada pela presença dos seus formidáveis seios. Bill Murray aprecia a sua companhia e tem imensa pena que ela não tenha completado recentemente o seu 12º aniversário. Um filme ideal para trintonas que julgam ver ali a sua história de vida por nunca estarem satisfeitas com a sua situação actual, mesmo que essa situação seja tudo aquilo que sempre desejaram nos últimos 29 anos. Um filme que tem os seus dotes mas que para o fim se arrasta, gordo e demasiado inflado, que se leva demasiado a sério por uma falta de sentido de humor crónica de Sofia Coppola, que terá escutado atentamente as directivas do seu papá, segundo as quais as comédias nunca ganham oscares. Mas há uma coisa que não podemos negar: quem não gosta de ver japoneses a fazer palermices?

3. The Passion Of The Christ (2004)

Um filme gore, sangue, tripas, matança e carnificina de que não há memória no cinema mainstream e que leva exércitos de velhas, clérigos, sacristões e sodomitas em geral aos cinemas não é natural. Excepto se servir para criar uma panela de pressão de ódio contra aqueles que são responsáveis pelos maiores problemas da humanidade, incluindo o massacre do próprio Messias, o filho de Deus na Terra: os Judeus. Isto, claro, segundo a visão alcoólica e tremida de um Mel Gibson que em tempos teve imensa piada a chacinar tribos de canibais motoqueiros nos desertos de uma Austrália pós-apocalíptica. Argumento: Jesus Cristo é preso e barbaramente torturado durante 90 minutos sem razão aparente. Não posso contar o fim porque pode ser spoiler para alguém que ainda não o tenha visto... Para breve a sequela: The Revenge of The Christ.

2. Home Alone (1990)

Um filme pode ter imensa piada. Mas à 12356ª vez começa a perder algum interesse. Nem sei bem o que se passa neste filme. Todos os santos domingos à tarde lá estão aqueles 2 atrasados mentais a apanhar com latas na cabeça e escorregar para cima de um chão coberto de pregos, enquanto uma criança com problemas emocionais alienado pelos próprios pais e família ri desenfreadamente apesar de ter sido deixado ao mais bárbaro abandono por uns pais mais interessados em laró do que no bem estar dos seus filhos. Um filme que não poderia ser rodado actualmente porque uma narrativa que tem como personagens centrais dois homens adultos e uma criança fechada dentro de uma casa invoca invariavelmente para um imaginário de enrabanço.

1. Titanic (1997)

Não sei o que será pior. Se o enfado de passar 3 horas da mais pura claustrofobia a ver um romance tirado da Revista Maria que desenrola lentamente na direcção de um final merecido, se a banda sonora da mais pirosa das cantoras pop de todos os tempos. Titanic roubou-nos a todos um pedaço importante da nossa vida, 3 horas de vida que poderiam ser a diferença entre uma vida banal e o sucesso. Do que mais me lembro de quando fui ver o filme em 97 foi o desconforto provocado pelas cadeiras, como se se tratasse de uma viagem de barco para a Austrália, sem dormir. Um Leonard DiCaprio que só apetece esbofetear e aquela meia hora que realmente interessa a soar demasiado postiça, quando o digitech ainda parecia Lego. Um filme molengão, dengoso, fútil e idiota. James Cameron sabe marketing como ninguém. Um filme onde idosos, senhoras e crianças morrem violentamente afogadas no frígido Atlantico Norte, mas que a censura americana obrigou a cortar uma cena onde 4 pobres cachorrinhos perdiam a vida ao cairem ao mar. Isto diz tudo acerca de uma civilização.

14 Comments:

At 27.4.11, Blogger Carlos said...

Obrigado por incluires o Lost in Translation! Nunca percebi o que há de tão fabuloso no filme. Ver o Bill Murray no ecrã é tedioso.

 
At 28.4.11, Blogger Unknown said...

O Bill Murray é grande! O Groundhog Day é uma pérola :D

 
At 28.4.11, Blogger Carlos said...

Aborreço-me com ele... Não sei se por achar que ele interpreta sempre o mesmo personagem ou pela sua permanente expressão facial (ou falta dela).

 
At 28.4.11, Blogger Luís said...

Discordo totalmente acerca do lost in translation, mesmo com a tua versão da historia e interpretação do mesmo.

 
At 28.4.11, Blogger ::Andre:: said...

Como eu adoro o LIT... E não sou trintão nem o incluo na história da minha vida..

 
At 28.4.11, Blogger jorge silva said...

epá!!! até que enfim que falam mal da Sofia Coppola! e os filmes com a choca da Kirsten Dunst então...

 
At 28.4.11, Blogger ::Andre:: said...

Kirsten Dunst? Ó Eduardo olha-me este a cascar na Dunst...

Família Coppola é <3

 
At 28.4.11, Blogger Scometa said...

Eu gosto da Coppola, tenho um certo fascínio pela sua representação do vazio das sociedades mais abastadas. A minha critica vai mais para o facto de ela ser um pouco monotonal, não há grande variação de estilo nos filmes dela, ao contrário do Francis.

 
At 28.4.11, Blogger Cinema Xunga said...

É verdade. Ela só sai ao pai nos peitinhos!

 
At 28.4.11, Blogger Crestfall said...

Acho que desses 5 apenas o pretty woman e o home alone passam a cada 4 dias na tv, não? Mas tens boa solução, desliga a antena da tv ou o cabo hdmi que vai para a tua caixinha de tv por cabo :D

 
At 28.4.11, Blogger Scometa said...

Achas mesmo Crest? Assim ele perdi os re-runs do hollywood ou do TCM que passam GRANDES filmes mesmo. Esses que ele refere são um mal necessário

 
At 28.4.11, Blogger Cinema Xunga said...

Até podias cancelar o contrato de internet, vender a casa e ir morar com naquelas tribos inglesas das serras algarvias. Mas não teria tanta piada, pois não?

 
At 28.4.11, Blogger João Veiga said...

pois.... tb n percebo a cena do Lost in Translation.... o único filme em que adormeci heh.

Quanto ao Titanic, posso dizer que não perdi 3 horas de vida, visto que quando o barco começou a afundar, não sei bem como, tive de ir a correr à casa de banho vomitar lol

Não sabia que a Paixão de Cristo passava assim tantas vezes nesses canais :| acho que é um bom filme para tratar daquele assunto. Nao se pode fugir muito ao argumento "base" :P

 
At 28.4.11, Blogger Crestfall said...

Edu: Ele tem esses GRANDES filmes todos em VHS.

xunga: Quem te garante que eles não têm tv? Provavelmente teria ainda mais piada.

 

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