percebeste-me mal - eu não estava a querer dizer mal da Vieira da Silva, de cuja obra gosto (embora não de tudo), mas a referir que, porque aqui não lhe deram o devido valor e, pelo facto de ela ter deixado portugal não apenas por razões políticas ("Já não podia progredir em Lisboa, a pintura que aí fazia não me satisfazia, não sabia o que fazer, nem como fazer.", disse, conforme podes ler em http://www.vidaslusofonas.pt/vieira_da_silva.htm), ela deixou de ser portuguesa (por opção), pelo que já não se deve falar na sua obra pela suposta identidade portuguesa, (embora haja quem, disparatadamente, considere que as malhas geométricas de muitas das suas obras são reminiscências dos azulejos de lisboa...). Assim, discordo da tua afirmação "do que é nosso", porque a Vieira da Silva não nos pertence, é da humanidade..
ompreendo a tua concepção, embora a considere apenas um pormenor meramente linguístico, pelo facto de o nome ser português e de ela ter nascido cá... considera o caso do Thomas Bernhard, que se zangou definitiva e eternamente com a Áustria - não achas que seria desrespeitar a sua memória e vontade se disséssemos que ele é, antes de mais, um autor austríaco? Mas não te preocupes, porque não parece ter sido este o caso da Vieira da Silva, ou pelo menos, não há registos de um antagonismo tão forte quanto o de Bernhard... e sim, claro, já fui à fundação em Lisboa, há muitos anos e gostei muito, tanto da obra dela como da do Arpad.
A geografia define a nossa nacionalidade, não há muito a fazer sobre isso. Mas temos e devemos que respeitar as vontades de cada um, sem dúvida. Mais desrespeitoso é quando se desenterram obras de artistas que enquanto vivos queriam-nas enterradas e isso passa a vida acontecer.
7 Comments:
"nosso" só de nome... se a Vieira da Silva tivesse ficado em Portugal, muito provavelmente, não chegaria a ter reconhecimento algum.
Consigo separar as coisas. Ela fugiu e pediu a nacionalidade francesa por causa de politica. Essa fase passou, as obras dela ficarão para sempre.
percebeste-me mal - eu não estava a querer dizer mal da Vieira da Silva, de cuja obra gosto (embora não de tudo), mas a referir que, porque aqui não lhe deram o devido valor e, pelo facto de ela ter deixado portugal não apenas por razões políticas ("Já não podia progredir em Lisboa, a pintura que aí fazia não me satisfazia, não sabia o que fazer, nem como fazer.", disse, conforme podes ler em http://www.vidaslusofonas.pt/vieira_da_silva.htm), ela deixou de ser portuguesa (por opção), pelo que já não se deve falar na sua obra pela suposta identidade portuguesa, (embora haja quem, disparatadamente, considere que as malhas geométricas de muitas das suas obras são reminiscências dos azulejos de lisboa...). Assim, discordo da tua afirmação "do que é nosso", porque a Vieira da Silva não nos pertence, é da humanidade..
Somos todos da humanidade cara Viana, somos todos, mas não consigo deixar de a ver como portuguesa. Por falar nisso, já foste à fundação em Lisboa?
ompreendo a tua concepção, embora a considere apenas um pormenor meramente linguístico, pelo facto de o nome ser português e de ela ter nascido cá...
considera o caso do Thomas Bernhard, que se zangou definitiva e eternamente com a Áustria - não achas que seria desrespeitar a sua memória e vontade se disséssemos que ele é, antes de mais, um autor austríaco?
Mas não te preocupes, porque não parece ter sido este o caso da Vieira da Silva, ou pelo menos, não há registos de um antagonismo tão forte quanto o de Bernhard...
e sim, claro, já fui à fundação em Lisboa, há muitos anos e gostei muito, tanto da obra dela como da do Arpad.
A geografia define a nossa nacionalidade, não há muito a fazer sobre isso. Mas temos e devemos que respeitar as vontades de cada um, sem dúvida. Mais desrespeitoso é quando se desenterram obras de artistas que enquanto vivos queriam-nas enterradas e isso passa a vida acontecer.
Ainda na semana passada saí na estação do rato e pensei que devia voltar à fundação, não vou lá há uns 4 anos.
Enviar um comentário
<< Home