Que músicos é que vão mudar o futuro?
Ontem li um artigo do LA Times sobre o Bob Dylan. E fiquei, realmente, pensativo sobre que artista é que teria esse impacto nas gerações futuras. Mas vamos, primeiro ao contexto.
Nos anos 60, nos EUA, com o explodir da guerra do Vietname e com a grande onda de contestação que havia, então, no país, havia, também, um grande número de artistas pop naturalmente aceites pelas rádios. Não falo só de Dylan, mas dos Doors, com o seu Lizard King a falar dos direitos dos índios, do próprio Hendrix, de Joplin e a lista podia continuar. É um fenómeno que não entendo na sua totalidade, mas fazer parte da onda de rock emergente, na altura, era tão aceite pelas classes no poder como um cavalo trípede e isso estava directamente ligado com ter uma posição e uma opinião vincada relativamente ao clima belicista que se vivia na América. Galinha e ovo, mas é óbvio que ambos acabam com penas.
Contudo, o LA Times dá uma perspectiva em que não havia pensado antes: Dylan é, provavelmente, o mais influente de todos estes nomes; mesmo que não musicalmente, social e, o ponto de enfoque da reportagem do diário californiano, juridicamente. Isto porque, na altura em que as consciências das pessoas que actualmente formam as classes de poder se estavam a desenvolver, as músicas de Dylan eram altamente difundidas nas emissoras e deixavam, realmente, uma marca nas pessoas que o ouviam, essencialmente por falarem de assuntos palpáveis (ouça-se Hurricane). O resultado? Bob Dylan é cantautor/músico mais citado, e um dos autores mais referidos, em resoluções jurídicas na história recente da América. E estamos a falar, a nível de referencias, de uma diferença de troféus de Manchester United para o Benfica (e não me lixem que os do United valem 10 vezes mais; ou valem para mim, que sou do Sporting).
Ora, se tivermos em conta os tempos em que vivemos, há um sem número de condicionantes que me leva a crer que o tempo dos tipos que fazem a diferença já passou – a começar pela o fenómeno da internet, a passar pelos próprios “artistas” que andam por aí a vender o corpo. Será que a Britney Spears vai ser uma influência para o primeiro ministro de 2030 que decidir impor mais austeridade e perceber que, “ups, I did again”, enterrou ainda mais o país? Será que o Jay-Z vai estar na mente de um importante empresário que, cheio de problemas, continua a engatar miúdas? Será que a Rihana vai ser o motivo que vai levar uma mulher do futuro a usar um guarda-chuva? Ou, mais no nosso campo, será o Varg Vikernes ponderado como um exemplo de conduta a seguir e queimar igrejas vai passar a ser uma obrigação constitucional?
Contudo, o LA Times dá uma perspectiva em que não havia pensado antes: Dylan é, provavelmente, o mais influente de todos estes nomes; mesmo que não musicalmente, social e, o ponto de enfoque da reportagem do diário californiano, juridicamente. Isto porque, na altura em que as consciências das pessoas que actualmente formam as classes de poder se estavam a desenvolver, as músicas de Dylan eram altamente difundidas nas emissoras e deixavam, realmente, uma marca nas pessoas que o ouviam, essencialmente por falarem de assuntos palpáveis (ouça-se Hurricane). O resultado? Bob Dylan é cantautor/músico mais citado, e um dos autores mais referidos, em resoluções jurídicas na história recente da América. E estamos a falar, a nível de referencias, de uma diferença de troféus de Manchester United para o Benfica (e não me lixem que os do United valem 10 vezes mais; ou valem para mim, que sou do Sporting).
Ora, se tivermos em conta os tempos em que vivemos, há um sem número de condicionantes que me leva a crer que o tempo dos tipos que fazem a diferença já passou – a começar pela o fenómeno da internet, a passar pelos próprios “artistas” que andam por aí a vender o corpo. Será que a Britney Spears vai ser uma influência para o primeiro ministro de 2030 que decidir impor mais austeridade e perceber que, “ups, I did again”, enterrou ainda mais o país? Será que o Jay-Z vai estar na mente de um importante empresário que, cheio de problemas, continua a engatar miúdas? Será que a Rihana vai ser o motivo que vai levar uma mulher do futuro a usar um guarda-chuva? Ou, mais no nosso campo, será o Varg Vikernes ponderado como um exemplo de conduta a seguir e queimar igrejas vai passar a ser uma obrigação constitucional?
Eu, a seguir, seguiria sempre os ensinamentos de uma banda instrumental: ficar calado e fazer uma festa do caraças sempre que possível. Obrigado, Grails, por me ensinarem que há sempre maneira de usar o botão de edit na vida.
PS: Caso haja algum benfiquista lesado, leia-se, na metáfora da bola, Benfica no lugar de Man United e Ala Arriba no lugar de Benfica.
4 Comments:
Tenho esse artigo no Courrier para ler :).
Bom, o único nome que me surge agora é PJ Harvey, embora esteja longe de ter a mesma dimensão.
Thom Yorke, por exemplo, apesar de com um papel bem mais contemplativo do que os exemplos que referes. Vai demonstrando a sua repúdia em relação à podridão da sociedade, sem no entanto fazer disso um mote de vida.
De resto, acho que é apanágio desta nossa geração uma descrença enraizada mesmo nos mais incorformados. No fundo não nos iludimos. Já tivemos muitos exemplos, já percebemos que nada de significativo vai mudar. A mesmo que alguma catastrofe assim o obrigue.
Susana, é verdade. A PJ abanou as terras de sua majestade. Ainda assim. foi rapidamente esquecido...
também já li um artigo que relaciona o novo álbum da PJ com a onda de contestação que houve em Espanha, na Grécia e por aí fora, mas não sei se a vamos citar :P
Eu julgo que este tipo de icones não aparece de forma tão evidente por causa da industrialização das artes. Basta olharmos para quais eram os grandes filmes e os grandes músicos dos anos 50, 60, 70 e os compararmos com o que temos actualmente. O espectáculo, o fogo de artifício, a cultura pop, simplesmente, ganharam.
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