Sendo director criativo de uma empresa de design, acho que a frase que colei na parede reforça este sentimento: "Don't try to be original, just try to be good - Paul Rand"
A palavra originalidade foi apenas diluída com o acesso massificado à informação. Tornou-se um mito.
Adriano, eu corrigiria a frase que tens na parede da seguinte maneira: "Don't try to be original, just be yourself". Acho que o ser bom só não é suficiente para que numa àrea como o design os trabalhos se destaquem. Há muita gente muito boa com as ferramentas, que cumprem o que se lhes pede na perfeição. Mas quando a individualidade criativa não é instigada, os trabalhos arriscam-se mais a ser "cópias" do que outra coisa qualquer. Não se trata de originalidade (concordo que isso seja um mito), trata-se de em cada trabalho a personalidade do autor poder ser encontrada por quem vê do outro lado.
Isto para dizer que concordo em absoluto com este texto do Jarmusch, especialmente "Select only things to stteal from that speak directly to your soul. If you do this, your work (and theft) will be authentic"
Em parte é verdade, mas se deixar "just be yourself", 60% das pessoas ia vender batatas por não serem suficientemente bons e correrem o risco de culparem os clientes por não gostarem da sua arte ou estilo.
Ser nós próprios sem querer ser bom é meia dose :)
E ser bom implica primeiro entender pq algo é bom ou apropriado sem tentar reinventar a roda.
eu acho que talvez seja excessivamente pessimista - wow, eu a ser optimista? - dizer que já não há originalidade nas artes actualmente...
lembro-me que quando estava na escola, alguns dos meus colegas de pintura terem começado a apregoar que a Arte tinha morrido; pelos vistos, nos 90's, os críticos e os teóricos da coisa tinham chegado a esta mesma conclusão, que a produção artística da altura era cópia de outras coisas, logo, estava extinta ou em vias de extinção.
grande tanga. ou então fui eu que percebi mal a História da Arte, das duas uma.
a Arte sempre copiou, ou imitou a Vida e a Natureza; mesmo quando veio o Abstraccionismo e todas as contra-correntes que lhe sucederam ou que ocuparam o palco na mesma altura e mesmo quando surgiram todas aquelas formas de Arte não figurativa que actualmente chamamos de Modernismo.
o que sucedeu a determinada altura foi o Conceptualismo - e o seu subsquente Pós-Conceptualismo - e este, apesar de nada mais ter feito que substituir o meio de representação, deu a impressão que já não se estava a inventar a pólvora seca como todas as gerações anteriores andaram a inventar. Os Pós-Conceptualistas dedicaram-se a fazer, através dos seus trabalhos, mais comentários à Arte em si do que propriamente Arte mas, arrisco, isso também é Arte ou, pelo menos, do seu domínio.
Ora o Conceptualismo e o seu Pós, manifestaram-se e manifestam-se ainda numa era de excesso de informação e a verdade é que muitos "artistas" usam a desculpa do Conceptualismo para mascarar as suas idiotices de Arte quando, na verdade, são só pastilha elásticas coladas em tapetes com um texto a explicar que é um comentário ao Capitalismo e à sociedade de consumo... certo.
Mas não podemos afirmar que não existam artistas originais actualmente só porque existem uma data de clones e de idiotas. Ou que os primeiros não sejam, de facto, originais só porque fazem trabalhos que se inspiram nos seus antecessores. É importante a meu ver, existir actualmente esta reflexão sobre tudo o que se passou anteriormente na Arte.
Igualmente, o século XX e XXI trouxeram-nos meios que não estavam disponíveis antes como o Vídeo ou a Internet. A malta que se dedica a estas coisas certamente é original nem que seja porque são os responsáveis pela exploração de um novo meio e de expandir um pouco mais a percepção do que pode ou não ser Arte.
A originalidade não é assim tão importante. Mais importante é a sinceridade das acções e das intenções.
(e pelo que tenho visto, usualmente quem faz este tipo de afirmações - que a Arte morreu, que não há originalidade, etc - são sempre os críticos, os teóricos e os historiadores... o que é que eles sabem MESMO da produção artística? Uns sabem o que lhes parece bem na altura, outros aquilo que lhes dá jeito para demonstrar os seus teoremas e os últimos, precisam sempre de pelo menos 50 anos de tempo passado para saberem se os dois anteriores tinham razão ou não.)
10 Comments:
Sim, já não há nada original. A originalidade hoje (no cinema, na música, nas artes plásticas...) é uma reciclagem de referências passadas.
Na maioria das vezes isto aplica-se, mas por vezes algumas criações escapam á rede do genérico e over-used e recriam (sim, recriam) algo porreiro..
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Sendo director criativo de uma empresa de design, acho que a frase que colei na parede reforça este sentimento: "Don't try to be original, just try to be good - Paul Rand"
A palavra originalidade foi apenas diluída com o acesso massificado à informação. Tornou-se um mito.
http://blog.ninapaley.com/2009/12/28/the-cult-of-originality/
Adriano, eu corrigiria a frase que tens na parede da seguinte maneira: "Don't try to be original, just be yourself". Acho que o ser bom só não é suficiente para que numa àrea como o design os trabalhos se destaquem. Há muita gente muito boa com as ferramentas, que cumprem o que se lhes pede na perfeição. Mas quando a individualidade criativa não é instigada, os trabalhos arriscam-se mais a ser "cópias" do que outra coisa qualquer. Não se trata de originalidade (concordo que isso seja um mito), trata-se de em cada trabalho a personalidade do autor poder ser encontrada por quem vê do outro lado.
Isto para dizer que concordo em absoluto com este texto do Jarmusch, especialmente "Select only things to stteal from that speak directly to your soul. If you do this, your work (and theft) will be authentic"
Em parte é verdade, mas se deixar "just be yourself", 60% das pessoas ia vender batatas por não serem suficientemente bons e correrem o risco de culparem os clientes por não gostarem da sua arte ou estilo.
Ser nós próprios sem querer ser bom é meia dose :)
E ser bom implica primeiro entender pq algo é bom ou apropriado sem tentar reinventar a roda.
a,
eu acho que talvez seja excessivamente pessimista - wow, eu a ser optimista? - dizer que já não há originalidade nas artes actualmente...
lembro-me que quando estava na escola, alguns dos meus colegas de pintura terem começado a apregoar que a Arte tinha morrido; pelos vistos, nos 90's, os críticos e os teóricos da coisa tinham chegado a esta mesma conclusão, que a produção artística da altura era cópia de outras coisas, logo, estava extinta ou em vias de extinção.
grande tanga. ou então fui eu que percebi mal a História da Arte, das duas uma.
a Arte sempre copiou, ou imitou a Vida e a Natureza; mesmo quando veio o Abstraccionismo e todas as contra-correntes que lhe sucederam ou que ocuparam o palco na mesma altura e mesmo quando surgiram todas aquelas formas de Arte não figurativa que actualmente chamamos de Modernismo.
o que sucedeu a determinada altura foi o Conceptualismo - e o seu subsquente Pós-Conceptualismo - e este, apesar de nada mais ter feito que substituir o meio de representação, deu a impressão que já não se estava a inventar a pólvora seca como todas as gerações anteriores andaram a inventar. Os Pós-Conceptualistas dedicaram-se a fazer, através dos seus trabalhos, mais comentários à Arte em si do que propriamente Arte mas, arrisco, isso também é Arte ou, pelo menos, do seu domínio.
Ora o Conceptualismo e o seu Pós, manifestaram-se e manifestam-se ainda numa era de excesso de informação e a verdade é que muitos "artistas" usam a desculpa do Conceptualismo para mascarar as suas idiotices de Arte quando, na verdade, são só pastilha elásticas coladas em tapetes com um texto a explicar que é um comentário ao Capitalismo e à sociedade de consumo... certo.
Mas não podemos afirmar que não existam artistas originais actualmente só porque existem uma data de clones e de idiotas. Ou que os primeiros não sejam, de facto, originais só porque fazem trabalhos que se inspiram nos seus antecessores. É importante a meu ver, existir actualmente esta reflexão sobre tudo o que se passou anteriormente na Arte.
Igualmente, o século XX e XXI trouxeram-nos meios que não estavam disponíveis antes como o Vídeo ou a Internet. A malta que se dedica a estas coisas certamente é original nem que seja porque são os responsáveis pela exploração de um novo meio e de expandir um pouco mais a percepção do que pode ou não ser Arte.
A originalidade não é assim tão importante. Mais importante é a sinceridade das acções e das intenções.
(e pelo que tenho visto, usualmente quem faz este tipo de afirmações - que a Arte morreu, que não há originalidade, etc - são sempre os críticos, os teóricos e os historiadores... o que é que eles sabem MESMO da produção artística? Uns sabem o que lhes parece bem na altura, outros aquilo que lhes dá jeito para demonstrar os seus teoremas e os últimos, precisam sempre de pelo menos 50 anos de tempo passado para saberem se os dois anteriores tinham razão ou não.)
"A originalidade não é assim tão importante. Mais importante é a sinceridade das acções e das intenções."
"Don't try to be original, just be yourself".
:)
Adriano, imprime este do Jarmusch e mete no teu escritório :)
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