23 março, 2010

O taxi de Joe McPhee

O Taxi Driver é perfeito, até aquele tema de sax que nos acompanha na viagem de Travis Bickle, mas Scorcese cometeu um dos maiores erros da história ao não deixar a banda sonora ao cuidado de Joe McPhee, especialmente se utilizasse o tema Song for Laureen. O filme é de ’76, o álbum Black Magic Man é de ’70, sempre que o ouço penso nisto e não sei explicar porquê…

Em menos dum ano vi/ vou ver este Mestre três vezes: a solo na Culturgest, há umas semanas com o Corsano, e em breve no Tentet do Brötzmann. É dos meus músicos preferidos, pelos seus discos, a sua abordagem perante o sax, o tom, a tranquilidade que emana em palco mesmo quando explode. É estranho saber que aprendeu a tocar saxofone aos 32 anos (embora tivesse escola de trompete). Hoje aos 70 anos é um dos melhores, já é o é há muito tempo.

Se a solo foi muito intimista, este com o Corsano foi mais experimental. Notou-se que o improviso foi o prato da noite, alguma inibição pela parte do Chris talvez por ainda não se sentir tão à vontade como na dupla com o Flaherty, talvez até ambos os músicos tenham sentido não estarem perante o seu público alvo (abriram Mono). A verdade é que o que fica registado é um brilhante concerto e a reacção da audiência foi muito muito positiva o que prova que estes espectros mais alternativos e quase marginais podem ter mais mercado (perdoem-me a expressão) caso haja um esforço por parte de quem ouve e gosta de ouvir música ou promotores como estes que arriscam numa noite eclética mas altamente interessante.
Até breve Joe!

The sound begins in the silence
of the morning
before the morning
of the day before
in a vortex of dreams
expanding
racing
to meet the dawn
racing naked across a razor's edge
through the frozen fog of memory

The sound emerges like
long shadowy fingers
snaking throughout the silence

collecting silence
in a cocoon of silence
in anticipation of the next

The sound surrenders to itself
and becomes
the place
where the meeting begins
unfolding layers
of mystery
revealing nothing
revealing all
speaking in lost languages
forgotten in a climate of
nostalgia

The sound continues
in anticipation of the
next

1 Comments:

At 1.4.10, Anonymous Anónimo said...

Ainda vem a sequela do Taxi Driver.

 

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