O Momento
Olhando para trás sou capaz de conseguir lembrar-me do exacto momento e de qual o disco que me fez entrar no tipo de sonoridades que oiço actualmente. Óbvio que alarguei muito os horizontes e nem oiço a banda em questão actualmente, mas lembro-me que foi o meu primo que um dia me emprestou uma cassete em que estava gravado o "Ceremony of the Opposites" dos Samael. O impacto foi tremendo, era completamente diferente de todo o que andava a ouvir, que sinceramente nem era grande coisa, porque a atenção à música nem era extrema.
Também conseguem lembrar-se do exacto momento e do álbum em que perceberam "é isto que quero ouvir e é isto que me vai formar musicalmente"?
13 Comments:
Existiram muitos momentos, para muita imersão em muitos graus de música diferente...
Mas o primeiro está marcadíssimo!
Foi uma cassete original que uma prima me emprestou... In Utero! Tinha eu uns 9 anos... Agora passam-se anos sem ouvir o disco, mas ainda gosto muito dele!
totalmente, o salisbury dos uriah heep. http://www.youtube.com/watch?v=AnKgvOKnIgs - este tema não desgruda.
Eu ainda tenho a minha primeira cassete (de fita castanha, pq de fita preta era considerado um luxo :P ) que tem Led Zep - "IV" de um lado e Twisted Sister - "You Cant Stop Rock And Roll". Foi por ai que tudo começou cmg. O que me levou para sonoridades mais extremas foi o "Beneath the Remains". De Samael o meu favorito é mesmo o "Passage". Uma verdadeira perola. Quando vi o video "Jupiterean Vibe" fiquei "blown away". Ainda hj....
Cá vai o xelente video: http://www.youtube.com/watch?v=AtlnsjVDV4c
Depois de ouvir muita 'rádio cidade' até me fartar, e da minha mãe me proibir de ver televisão, tive de me virar para os discos do meu pai, isto aos 10 anos. The Wall dos Pink Floyd lançou-me numa obsessão pelo rock.
Mais tarde quando fui descobrindo os outros álbuns dos Floyd, ficou o gosto pelo Psych que dura até hoje :)
A ideia que tenho é que comecei a prestar mais atenção à musica com o rock que ia passando na radio - os singles do Get A Grip dos Aerosmith e de Use Your Illusion I/II de G'n'R.
Mais tarde fui descobrindo outros estilos, e hoje ouço quase de tudo.. mas mantenho-me mais fiel ao rock/metal.
4!
Comecei a dar atenção à música mais afincadamente com o Smash dos Offspring e o Ten dos Pearl Jam. O primeiro já não oiço há uns bons 13 anos, o segundo ainda gosto, mas a cena dos Pearl Jam esmoreceu muito nos últimos 10 anos!
O Aenima dos Tool foi o que me começou a fazer mais atenção ao que ouvia e a procurar algo mais do que letras nas músicas.
Mas "O ALBUM", "A CENA", "O MOMENTO" como é o titulo do post, foi a verdadeira chapada na cara: Mr. Bungle - Disco Volante. Mudou completamente a minha concepção inocente de música. Perdi anos a tentar discernir que título (e só os t´titulos eram uma surpresa: Everyone I Went to High School With Is Dead) correspondia a que tema porque tinha gravado numa k7 de 90 minutos e não distinguia uma faixa da outra dada a maradice do album.
Entretanto já ouvi coisas mais complexas e continuo a ouvir coisas mais easy, no entanto o Disco Volante foi o momento!
http://www.youtube.com/watch?v=pPXeOR4oCoA
Motörhead e (blaargh!) Motley Crüe para começar, ouvidas agora, não terão sido grandes pérolas, mas melhoraram com os Iron Maiden e "The Number of The Beast".
Mas nada me convenceu mais do caminho a seguir do que os magníficos Sabbat ("History of a Time to Come" e "Dreamweaver") e Kreator ("Terrible Certainty" e "Extreme Agression"), que se destacam, e muito, do thrash que ouvia na altura.
Halber Mensch dos Einstuerzende Neubauten... quando pus o vinil a tocar sentei-me muito calado a tentar perceber o que estava a acontecer na minha cabeça e que estranhas emoções despertavam esta música teutónica :)
http://www.youtube.com/watch?v=y0LF6WA9rxI
Com estes e com uns tais Joy Division, comecei a definir a minha identidade musical.
http://www.youtube.com/watch?v=yyYK5fqfRI4
quando ouvi o New Dawn Fades, achei que me andava a perder com as outras merdas que ouvia... isto era tão mais sério. Ok, mentira, não deixei de gostar dos Sigue Sigue Sputnik ahahah.
"Existiram muitos momentos, para muita imersão em muitos graus de música diferente..."
É isto que o Neuroticon disso. Desde a descoberta dos discos do meu tio até ao primeiro que comprei até a outros muito marcantes numa fase musical já matura. Ainda mais virão, também acredito nisso.
Caro Tiago Esteves,
Não imagina o quão agradavel foi ver, e depois ler, este seu post.
É que este album dos Samael foi tb um dos marcos musicais na minha já longinqua progressão e iteração por entre formas e estilos musicais.
É certo que, tal como diz, tb já não presto grande atenção à banda, mas temas como "Baphomet's Throne" e "Crown" deixaram as suas marcas.
Quanto ao tal momento, recordo-me de me terem emprestado uma K7 com um qq album de Dead Kennedys e que no lado B tinha a gravação de um disco de uns cabeludos, que se vestiam de forma ridicula e se fartavam de gritar:
banda: Iron Maiden
album: Seventh Son a Seventh Son!
Nunca mais fui o mesmo.
A certa altura da minha vida, não sei bem quando, emprestaram-me um CD com várias músicas de Radiohead, uma espécie de "best of" pessoal cobrindo a fase inicial da banda até ao OKC, que provavelmente foi o responsável por um maior interesse pela música da minha parte, apesar de ter sido algo de que sempre gostei muito.
A partir daí os meus gostos foram-se moldando, mas nunca sem fugir muito de uma sonoridade mais ou menos similar... Até que ouvi o Daydream Nation dos Sonic Youth, o tal momento da "chapada", que me levou, de forma mais ou menos directa, àquilo que sou hoje musicalmente. Não é que tenha começado a ouvir jazz e música electrónica no dia seguinte... Mas esse álbum, mais do que abrir, escancarou a porta dos meus horizontes. A partir daí foi sempre a abrir à procura de mais e mais coisas diferentes, que me deixassem num estado de estupefacção como aquela secção intermédia da "Silver Rocket". :)
Tinha 12 anos, acabado de ingressar na escola secundaria paran iniciar o 3ºciclo de ensino básico(7.ano, velhos tempos..) e emprestaram-me uma cassete com Sepultura, Napalm Death e Cannibal Corpses. Além de ter sido a entrada para o Metal foi a abertura de horizontes. Claro que hoje, talvez só Sepultura é que vai rodando no mp3, mais para matar saudades do que outra coisa. Entretanto, aos 14 descobri RATM e começei a perceber que a revolução nao iria passar na televisão pelo que passei a prestar mais atenção ao que se fazia no underground.
Relembro que na altura a net era para ricos e sacar uma musica era a loucura!! (hoje sacam-se discografias completas e ninguém se acha extraordinario :p)
Por fim, o último passo foi com Tool, banda que ainda hoje ouço e com regularidade.. a partir daí foi um tirinho até chegar ao restante do post/avangard metal, doom com fartura, sludge (som que me obrigou a sair sozinho, sem companhia porque os meus amigos não ouvem..)!
E foi assim! Sem dar por ela passaram-se 12 anos sempre acompanhado pela musica que escolho e nao pela que escolhem por mim.
O que começou a despertar em mim um interesse pelo música foi a beleza do som de um instrumento: a guitarra. Desde a primeira vez que vi o Clapton na TV , aí com uns 6 anos, e pensei "tenho que aprender a tocar isto". Depois veio o despertar para o Rock com a febre dos Guns n'Roses, Metallica, Megadeth e afins. As coisas foram aumentando de peso e surgiu um álbum que me levou para extremos mais profundos: "Tales From a Thousand Lakes" dos Amorphis. Antes disso, outro momento fulcral para o meu "enculturamento" musical foi quando pedi emprestado ao meu tio o LP "The Wall" dos Pink Floyd. Actualmente, contraponho o interesse pelo que vai saindo de novo com a descoberta de coisas mais antigas que na altura da adolescente febre musical, não conseguia o distanciamento suficiente para entender e apreciar. Fundamentalmente tenho preferência pelas sonoridades mais pesadas e por tudo o que é progressivo, mas também tenho uma panca por blues, jazz e por "coisas bem feitas". Em suma, sem música não vivo.
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