09 setembro, 2010

9 de Setembro

Um pouco de mea culpa por ter contribuído para o segundo mandato deste governo, mas se na altura me pareceu o mais acertado para a estabilidade, a verdade é que também ninguém esperava que o senhor Primeiro-Ministro – que até foi um dos mais activos positivamente das últimas décadas – se tornasse esquizofrénico e manipulador. O seu prazo de validade acabou, o de Cavaco, talvez sem cojones e mais preocupado com as eleições de Janeiro, termina hoje. Até Abril fica então tudo na mesma. Quer dizer, provavelmente pior. Dos PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha), fomos o único que não só não conseguiu baixar o défice como ainda teva a proeza de o conseguiu aumentar em 4%!! Até ao final do ano haverão melhoras, mas que ninguém se entusiasme, os impostos aumentaram e a receita fiscal será maior. Ao próximo governo pede-se o favor de arrumarem a casa, os problemas estão aí. Chega chega chega de sobrar sempre para os mesmos.

8 Comments:

At 9.9.10, Blogger Scometa said...

Tal como tu, também contribui para que este governo se mantivesse durante um segundo mandato. Não me arrependo, penso que as alternativas eram muito piores.

 
At 9.9.10, Blogger Match Girl said...

Tenho que concordar que estas últimas medidas são completamente dissonantes com o discurso pré-eleitoral, mas concordo com o Scometa quando diz que as alternativas eram muito piores. Mas para mim o pior de tudo é o autismo do nosso primeiro-ministro, que se recusa a admitir que não tem conseguido atingir aquilo a que se propôs. É um comportamento que se vem a arrastar desde o primeiro mandato e em que nada o tem ajudado, ajuda apenas os partidos da oposição (principalmente o execravél futuro primeiro-ministro:Pedro Passos Coelho) a conseguir argumentos para desculpar a falta de ideias.

 
At 9.9.10, Blogger ::Cardoso:: said...

ahh... afinal foram vocês... :-D

 
At 9.9.10, Blogger ::Andre:: said...

Eu não falei em arrependimento, votei de consciência tranquila que estava a dirigir o meu voto à pessoa/ partido indicados.

 
At 9.9.10, Blogger guenu said...

No actual cenário político português (e europeu), a única escolha plausível, no acto de votar, é votar em branco.

Esperar que as palavras ditas em campanha pré-eleitoral sejam posteriormente cumpridas é ser naive, sobretudo vindas de alguém dos quadrantes habituais do governo.

Ter como certo um governo que alterna entre o laranja e o rosa é triste e obsoleto. Assim sendo, preferiria entre o preto e o branco, sempre havia uma diferença mais substancial...

 
At 9.9.10, Blogger Scometa said...

O Sócrates tem definitivamente um problema de ego muito grave. Mas prefiro problemas de ego do que presumir que iremos ter uma maioria de direita nos próximos dois mandatos, talvez.

 
At 9.9.10, Blogger Scapegoatt said...

Nunca poderia votar num partido que deseja privatizar a Seg.Social. A politica pouco me diz, infelizmente. Um cargo que devia ser tomado com honra é cada vez mais utilizado para "picardias politicas" (no fundo são tds amigos uns dos outros) ou para proveito proprio. E de facto o absentismo tem crescido, pq as pessoas estão fartas e não são burras. Qual é o problema do nosso pais? É um problema de mentalidade. Os nordicos descontam muito em impostos e seg.social, mas dps tem regalias que nos nunca iremos ter. Porque?, porque somos latinos, esta no sangue. Como diz o povo: "anda meio mundo a enganar o outro meio" Todos querem subsidios/apoios do Estado. Conheço mt gente que trabalha, e nem sequer estão a decontar para a Segurança Social, ou se estão é com um salário que não é o real. Ou seja para sair tem de entrar, senão a situação ira caminhar para a insustentabilidade. Defice Orçamental? se houve um orçamento que não deu negativo (no tempo do estado novo) já é muito. É normal. É Portugal. Mas apesar de tudo, eu gosto dele.

 
At 10.9.10, Blogger guenu said...

O desinteresse generalizado pela política é uma excelente ferramenta para os governos manterem o estado de coisas.

No fundo, o Sócrates não tem problema algum, tudo está moldado à feição dos acontecimentos. O poder político interfere em todas as áreas da sociedade, que possam implicar lucros avultados (sendo grande parte deles distribuídos para benefícios pessoais e não declarados), ou então naquelas que possam corresponder a veículos instigadores de comportamentos desviantes.

Já quanto à cultura, ou à educação(que vai muito além da simples remodelação ou construção de escolas), ou ainda ao tipo de políticas sociais, o que interessa é manter tudo tal como está...controlado democraticamente.

Estamos num tempo em que só podemos considerar os conceitos de evolução e desenvolvimento, quando associados à economia e ao Produto Interno Bruto.

Tudo o resto não são números.

 

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