01 outubro, 2010

Rapidinhas

Aloe Blacc - Good Things [Stones Throw 2010]
Todo o disco é um agradável passeio ao Soul dos setentas. É a produção, é o surpreendente barítono de Blacc, as suas letras políticas e sociológicas… Está na moda a repescagem retro, é certo, mas quando o ouço aquilo que passa é uma mensagem bem honesta. E não me lembro como cheguei lá, mas ainda bem que o fiz. Ah, surpreendente a cover da Femme Fatale…
Barn Owl - Ancestral Star [Thrill Jockey 2010]
Recentemente falei da dupla Caminiti e Porras, “filhos” de Dylan Carlson, por causa do excelente The Conjurer. O Pedro Nunes já o tinha feito em 2008 com um outro disco. Neste site, o nome Barn Owl será mencionado muitas mais vezes, vai chegar um dia que até estarão num dos nossos cartazes. E isto tudo porque os gajos são muito muito bons. Em Ancestral Star, pensem em caminhadas num deserto turbulento debaixo dum céu nublado onde o vento é inconstante e em que dum lado está Ennio Morricone e do outro os Sunn O))). Podem não acreditar, mas isto sai dos seus amplificadores. Disco notável!
La Otracina - Reality Has Got To Die [Holy Mountain 2010]
Imaginem a "magia space rock duns Hawking, o improviso prog dos Crimson, o “fuck yeah” dos Metallica dos inícios e os synths duns Tangerine" numa Bimbi em modo kraut. São altos psiconautas virtuosos e uma das bandas mais fixes que por aí andam, mas só para quem quer. Só para quem quer.
Little Women - Throat [Aum Fidelity 2010]
Estou pisado de tanto ouvir este disco, que disco! Quarteto constituído por dois saxofones (um Alto e um Tenor), uma guitarra e uma bateria. A energia é de uma banda trash, a precisão de uma banda math e a paixão de uma banda free. Não se ouvia nada assim desde o Naked City e não é garganta se chamarmos a isto de Death Jazz.
Schlippenbach Trio - Bauhaus Dessau [Intakt 2010]
40 anos! Este trio de Alexander von Schlippenbach com Paul Lovens e o mestre Evan Parker lança discos neste formato há 40 anos! Todos eles já gravaram e participaram em dezenas e dezenas de discos, nada mais têm a provar. Já viram tudo, já fizeram tudo e o resultado, gravado ao vivo na Bauhaus Dessau cuja música poderá ser associada com aquilo que reflecte o estilo arquitectónico, é este: um álbum praticamente perfeito. A interacção entre os músicos, o som acolhedor e elegante, o ser hermético e abstracto quando é preciso ser, a dinâmica, o contexto, a “eloquência” através dos seus instrumentos… É um daqueles álbuns que não nos limitamos a ouvir, parece que fazemos parte dele. É arte, um dos mais belos que ouvi este ano.
The Unwinding Hours - The Unwinding Hours [Chemikal Underground 2010]
Dois dos veteranos dos saudosos Aereogramme decidiram voltar às canções via TUH e infelizmente não foi da melhor maneira. Não é mau de todo, mas a composição é fraca, nada os distingue das mil bandas que foram editadas no dia de hoje e amanhã estarão esquecidos. É pena…

4 Comments:

At 2.10.10, Blogger Tiago Esteves said...

Barn Owl vem à ZDB abrir para Josephine Foster :D

 
At 2.10.10, Blogger noisea said...

Bom disco o de Aloe Blacc.

Barn Owl, thank's pela referência. Vou ouvir esse disco sem falta.

Little Women já tinha espreitado umas músicas, achei demasiado caótico.

pedro nunes

 
At 3.10.10, Blogger Nuno Teixeira said...

Mal posso esperar pelo concerto de Barn Owl para ouvir o novo disco ao vivo (e trazê.lo debaixo do braço).

 
At 4.10.10, Blogger João Ruivo said...

O álbum do Aloe é um dos que mais gostei neste ano.
Apaixonei-me quando ouvi uma brilhante cover da Billie Jean ( http://www.youtube.com/watch?v=DptqlP9PYXc ) e depois disso o álbum entrou-me no ouvido (e no mp3) e ainda não voltou a sair.

 

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