Ao início realmente "chocava", e diria o mesmo mas comparando com outros verdadeiros estrupicios na Av. da Boavista,e aquela salgalhada que se tornou, antes fossem todos assim.
antes de mais, eu não sou do Porto, mudei-me para cá há uns 4 anos logo não sei bem o que caracterizava a av da boavista mas dá-me a ideia que eram umas casinhas palacianas todas jeitosas e uns prédios art nouveau que por lá ainda estão.
a realidade é que as cidades mudam e crescem e assim é expectável que a arquitectura das mesmas evolua/mude.
lembro-me que quando o centro cultural de belém andava para ser feito se falou da descaracterização da zona, que até tem um mosteiro todo épico e não sei que mais... agora, se pensarmos bem nisso, aquela zona é caracterizada pelo dito mosteiro e pelo ccb (e pela fábrica de pastéis sim).
o mesmo se passa na boavista com a casa da música e este recente edifício da vodafone; estes edifícios serão o que caracterizará a av da boavista no futuro e convenhamos, são bem mais bonitos que aquela porra hedionda cheia de néons (hotel porto palácio) que para lá está...
O meu ponto é exactamente esse, foi-se deixando criar edifícios na Avenida a torto e a direito, sem qualquer enquadramento ou preocupação com a envolvente até que chegamos ao presente estado em que a rua é uma salganhada de monumentos de ostentação, casas decrepitas, hotéis parolos e algumas casas palacianas que ainda redimem o aspecto "nobre" que se pretendia para esta zona da cidade.
Atenção que não estou contra a arquitectura moderna e também creio que as cidades devam estagnar no tempo (se bem que com a resistência que existe em Portugal face à reabilitação duvido que isso aconteça, para mal das nossas carteiras e zonas residenciais) mas aquele edifício, naquele local, neste momento, para mim traduz-se numa falta de sentido urbanístico por parte das autoridades camarárias. Na
Um pouco por todo o nosso Portugal, a entrada na CEE primeiro e depois UE permitiu toda uma mão cheia de fundos para a "modernização" do pais. A tao famigerada explosão na construçao civil dos anos 80 e 90 espelha hoje, um pouco por Portugal inteiro, o que foi a construçao à portuguesa: concursos ganhos pelos filhos dos primos dos presidentes das autarquias, que á falta de qualquer sentido estético, descaracterizaram por completo muitas cidades. Para quê gastar dinheiro em projetos de design, quando tudo o que é preciso é betão para as pessoas morarem lá dentro? Isso são tudo paneleirices, que nós portugueses gostamos pouco
No Porto, essa realidade é gritante, sendo que se teve que esperar até ao século XXI para que se começasse a dar uma certa atençao a isso. Ainda hoje se conhecem as dificuldades de reabilitaçao das zonas históricas da cidade, com predios lindissimos votados ao abandono, dando muitas vezes um ar terceiro mundista à cidade, impedindo o rejuvenescimento da mesma a uma velocidade que nos permitisse acompanhar minimamente as exigências de uma verdadeira cidade europeia.
Quando passo por este edifício é de carro, nunca prestei a devida atenção ao factor urbanístico. No entanto, gosto do que vejo e de a pensar como um cruzamento entre a Casa da Música e a Pedrera.
7 Comments:
Como se a Av. da Boavista não estivesse já descaracterizada que chegue.
Ao início realmente "chocava", e diria o mesmo mas comparando com outros verdadeiros estrupicios na Av. da Boavista,e aquela salgalhada que se tornou, antes fossem todos assim.
antes de mais, eu não sou do Porto, mudei-me para cá há uns 4 anos logo não sei bem o que caracterizava a av da boavista mas dá-me a ideia que eram umas casinhas palacianas todas jeitosas e uns prédios art nouveau que por lá ainda estão.
a realidade é que as cidades mudam e crescem e assim é expectável que a arquitectura das mesmas evolua/mude.
lembro-me que quando o centro cultural de belém andava para ser feito se falou da descaracterização da zona, que até tem um mosteiro todo épico e não sei que mais... agora, se pensarmos bem nisso, aquela zona é caracterizada pelo dito mosteiro e pelo ccb (e pela fábrica de pastéis sim).
o mesmo se passa na boavista com a casa da música e este recente edifício da vodafone; estes edifícios serão o que caracterizará a av da boavista no futuro e convenhamos, são bem mais bonitos que aquela porra hedionda cheia de néons (hotel porto palácio) que para lá está...
O meu ponto é exactamente esse, foi-se deixando criar edifícios na Avenida a torto e a direito, sem qualquer enquadramento ou preocupação com a envolvente até que chegamos ao presente estado em que a rua é uma salganhada de monumentos de ostentação, casas decrepitas, hotéis parolos e algumas casas palacianas que ainda redimem o aspecto "nobre" que se pretendia para esta zona da cidade.
Atenção que não estou contra a arquitectura moderna e também creio que as cidades devam estagnar no tempo (se bem que com a resistência que existe em Portugal face à reabilitação duvido que isso aconteça, para mal das nossas carteiras e zonas residenciais) mas aquele edifício, naquele local, neste momento, para mim traduz-se numa falta de sentido urbanístico por parte das autoridades camarárias. Na
Há um projecto que está a ser feito para a av. da Boavista. Quanto a mim acho bem planearem uma zona mais "futurista" no Porto :)
Um pouco por todo o nosso Portugal, a entrada na CEE primeiro e depois UE permitiu toda uma mão cheia de fundos para a "modernização" do pais. A tao famigerada explosão na construçao civil dos anos 80 e 90 espelha hoje, um pouco por Portugal inteiro, o que foi a construçao à portuguesa: concursos ganhos pelos filhos dos primos dos presidentes das autarquias, que á falta de qualquer sentido estético, descaracterizaram por completo muitas cidades. Para quê gastar dinheiro em projetos de design, quando tudo o que é preciso é betão para as pessoas morarem lá dentro? Isso são tudo paneleirices, que nós portugueses gostamos pouco
No Porto, essa realidade é gritante, sendo que se teve que esperar até ao século XXI para que se começasse a dar uma certa atençao a isso. Ainda hoje se conhecem as dificuldades de reabilitaçao das zonas históricas da cidade, com predios lindissimos votados ao abandono, dando muitas vezes um ar terceiro mundista à cidade, impedindo o rejuvenescimento da mesma a uma velocidade que nos permitisse acompanhar minimamente as exigências de uma verdadeira cidade europeia.
Quando passo por este edifício é de carro, nunca prestei a devida atenção ao factor urbanístico. No entanto, gosto do que vejo e de a pensar como um cruzamento entre a Casa da Música e a Pedrera.
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