Prazeres desconhecidos
As reuniões de bandas fazem-me alguma comichão. Compreendo-as, admiro-as mais quando os elementos são honestos com os fãs e assumem os seus motivos, e por vezes são oportunidades únicas para apaixonados como nós mas desafortunados sem máquinas do tempo. Lembro-me dos Pixies em Coura ou recentemente os Godflesh em Birmingham. Duas belas e marcantes noites. Para sempre as recordarei. E o que não dávamos nós para uma simples viagem ao passado para preenchermos aquela lacuna de viver uma das favoritas ao vivo? Hendrix! Black Sabbath! The Smiths! Jeff Buckley! Khanate! Mencionei clichés, confesso, mas sorrir-me-iam os olhos. Já por outro lado, não escondo um certo desconforto quando vejo uns Kyuss a reunirem-se sem todos os seus elementos. Estarei a ser demasiado romântico? Se vou celebrar a sua música quero que um membro como o Homme esteja em palco e, como é óbvio, a vontade dele ou o que não permitiu que tal venha acontecer pouco importa neste desabafo. Enfim, mais tarde descobrirei. Amanhã, Peter Hook no Clubbing a tocar o “Unknown Pleasures”. Não sei o que vou sentir ou até se me vou importar. Os Joy Division foram, são e serão uma banda cujas eternas canções recupero com frequência. Mas qual o sentido de as ouvir ao vivo sem ser através de Ian Curtis? Não sei, talvez saiba depois de amanhã, mas vou. Vou porque no mesmo evento haverá Massimo Pupillo e FM Einheit e um dos prazeres desconhecidos até há poucos dias atrás: o EVOL/VE.
9 Comments:
Pois, eu também queria ver os dois concertos mas os horários sobrepõem-se, infelizmente.
00:45 - 02:15 PETER HOOK performing "UNKNOWN PLEASURES"
00:15 - 01:15 FM EINHEIT + MASSIMO PUPILLO
Desta é que eu não sabia...
FM EINHEIT na casa da música :|
Distrai-me, porra!
Quanto ao Peter Hook, acho um bocado decadente embarcar nessa aventura!
Amanhã é noite de rock.
Foi cancelado, não foi? |:
Eu cheguei lá e disseram-me que o Massimo e o FM Einheit tinham cancelado por doença de um deles, não percebi bem.
Depois fui para a sala onde tocou o Hook e não saí de lá mais.
Gostei bastante do concerto de Peter Hook.
Eu não fiquei muito convencido. Sem o Ian não dá. É complicado.
Mas os miúdos eram competentes, e gostei muito de ouvir a Shadowplay.
O formato do Clubbing é enganador, oferece muito mas com a sobreposição dos horários pouco se vê. Álvaro Costa deu para aquecer meia-hora pois queria repetir Gala Drop. Com estes foi outra meia-hora pois queria ver o Massimo a solo. O Pupillo não desiludiu mas também não encantou ninguém, este projecto é obviamente a dois e a falta do FM Einheit fez-se sentir. Vi o concerto todo e de lá desloquei-me para a sala principal onde vi um Peter Hook a denegrir a imagem de uma banda eterna, arrisco mesmo a dizer que se Ian fosse vivo suicidar-se-ia novamente. Homenagem ou oportunismo? Homenagem não foi, o resto pouco me interessa. Quanto a Norberto Lobo, Ghuna X, etc etc não vi porque os horários não o permitiram.
Confesso que fui ao concerto sem grandes expectativas mas a acreditar nas boas intenções deste senhor. Bastaram-me 5 minutos para perceber o quanto estava enganada. Desde a performance em palco, passando pelo facto de não conseguir tocar e cantar ao mesmo tempo (já para não falar na voz péssima que poderia ter sido melhorada com umas aulinhas) e, o mais grave, a meu ver, nenhum tipo de menção ao IAN CURTIS. Tratando-se de uma (pseudo) homenagem não deveria estar presente algum tipo de sentimento? Em momento algum senti este sentimento, em momento algum fui "transportada" para o universo de Joy Division. Só me resta aplaudir um grupo de miúdos, que por desconhecimento ou euforia, deram algum tipo de encanto a um concerto sem encanto nenhum.
Então sinto-me enganado, André, pelo que me foi dado a entender, fiquei a pensar que tinha sido mesmo cancelado. Não me deram a entender que o Pupillo ia tocar independentemente disso.
Clubbing sempre no seu melhor.
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