29 junho, 2011

Programa do Governo

Secretaria de Estado da Cultura acaba com os subsidios a filmes, teatro, etc, que não produzam audiência, isto é, que dêm prejuízo.

Fim das golden shares, privatizando completamente EDP, REN, TAP e posteriormente AdP, RTP, CTT e ANA...

Alrgamento da gestão privada a hospitais e escolas.

Aumento generalizado dos impostos, justaposto a ordenados baixos com maiores exigências ao nivel dos consumos primários.

Quem aufere de apoios do estado terá que efetuar tributo solidário (imagino algo como ir limpar florestas,ou assim)

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18 Comments:

At 29.6.11, Blogger Pedro said...

Dessas medidas a única que me assusta e incomoda é do aumento dos impostos.


Em relação à cultura o governo nunca apoiou nada que realmente tivesse interesse. Continuam a existir pessoas a organizar eventos e a produzir, isso é que interessa. No fundo era só mais um ministério sabe-se lá para quê.


As privatizações também não me incomodam e têm de ser feitas.


E concordo que quem tem apoios do estado contribua de outra forma.


Os gregos estão na situação em que estão porque abusaram do sistema, da mesma forma que nós abusamos do sistema. Enquanto há, usa-se e abusa-se mas depois é que vêem os danos.

 
At 29.6.11, Blogger Match Girl said...

De todas essas medidas a que menos me incomoda é aumento dos impostos. Sim, é a que imediatamente nos afecta mas não é a pior, de todo.

Privatizações são necessárias sim, mas é importante perceber se não vai ser novamente um tipo de venda de garagem para os amiguinhos aumentarem o portfolio de negócios.

Gestão privada da saúde e escolas? Aí vem aumento da despesa para o Estado, isso já está mais do que provado. Mas se pelo menos melhorar os métodos e resultados práticos menos mal.

Relativamente aos cortes na cultura já nem sei o que dizer porque Portugal e quem o governa não entende que cultura é factor de desenvolvimento, e que o nosso país teria grande potencial em ser pólo de cultura na Europa mas parece que querem disponibilizar recursos para projectos repetidos 500 vezes e que os parvinhos aderem porque já sabem com que contar.

Quase me apetece voltar ao
lugar-comum do "isto está é bom para emigrar!"

 
At 29.6.11, Blogger João Veiga said...

a única coisa aí que realmente me preocupe é a gestão privada de hospitais e escolas...

É que se me puderem garantir que não vai ser para chular ainda mais o Estado, tudo bem. Mas se for para ser como fazem agora (ex. Hospital de Cascais...), no thanks :\

 
At 29.6.11, Blogger Unknown said...

Eu tou com o Veiga, acho que é realmente a coisa mais assustadora!

 
At 29.6.11, Blogger Pereira said...

Está mesmo bom para emigrar,realmente. É privatizações, é pôr uma forca na arte,impostos...
enfim

 
At 29.6.11, Blogger Scometa said...

A mim, sinceramente, assusta-me tudo.

Assusta-me que se dê efetivamente o passo para a economização do sector cultural. Uma coisa é dizer que o ministério da cultura nunca fez realmente nada, o que pode ser discutível e quase que parece um lugar-comum dizê-lo hoje; outra coisa é assumir politicamente que a cultura deve ser maximização do lucro através de audiências. Ou seja, se queres fazer um filme e esperas ter algum apoio, tens que ter as mamas da Soraia Chaves e uma música do Tony Carreira. Para mim, isto é algo próximo de um populismo muito famoso nos anos 30.

Assusta-me saber que o Estado não mais terá mão (golden share) em setores fundamentais da economia nacional, e que perdemos uma segurança, ainda que hipotética, que nos possa proteger do cada vez maior circulo de abutres que esvoaça sobre as nossas cabeças.

Assusta-me pensar que coisas que a nossa republica e democracia criaram com vista a ser tendencialmente gratuotas, estejam agora às mãos de gestão privada. A liberalização da educação e da saúde só produz resultados dentro de alguns estratos sociais.

E por fim, essa dos apoios sociais é o mais próximo que pode haver do fascismo. O que engana hoje as pessoas é que a maior parte daqueles que auferem apoios sociais o façam de forma ilícita, quando realmente até poderiam fazer um maior esforço para trabalhar. No fundo, a grande parte do povão português pensa que quem recebe apoios do estado são parasitas, como os ciganos, os emigrantes de leste e os gunas / basofes. Portanto, se recebem apoios do estado há que ir trabalhar, nem que seja a limpar florestas, prisões, ou a apanhar beatas na avenida dos aliados. Depois quem sabe, talvez, criar uns campos de trabalho para que se possa maximizar a mão de obra dessa gentalha que nem se qualifica para entrar dentro das normas da nossa sociedade. E que até fiquem lá a morar porque a produtividade aumenta. E que depois se metam umas cercas com arame farpado à volta de todo o complexo porque já sabemos que esses ciganos não gostam de trabalhar e vão tentar sempre fugir. Só ainda não percebi o que são aqueles camiões cheios de bilhas de gás a entrar dentro do complexo

 
At 29.6.11, Blogger Scometa said...

E a medida que menos me incomoda é realmente o aumento de impostos. Só me incomoda quando vejo que essa receita de estado vai ser usada para pagar dívida, e não para distribuir justamente pelos cidadãos através de programas de apoio nos mais variados planos sociais

 
At 30.6.11, Blogger Pickles said...

Assusta-me a primeira porque os melhores filmes feitos em portugal, dão em norma prejuizo, e apenas as mamas da soraia chaves serão financiadas.
Mas não tarda vai tudo ser privados, a seguir ao que aí está virão as outras empresas de transportes como a CP e vamos ver tudo o que é linha de interior a fechar.
De todas a que me assusta menos de facto é a dos impostos.

 
At 30.6.11, Blogger Scometa said...

"Quanto ao RSI, prestação não contributiva, o PSD e PS divergem no significado de direitos e deveres. Para o PS, direitos constituem uma obrigação do Estado, e o dever do cidadão é aprender novas competências. Para o PSD, não há direitos mas ajudas, e por deveres entende-se a retribuição em trabalho não pago, para que os ajudados percebam que não podem viver melhor com a ajuda pública do que sem ela. É assim que o PSD propõe, orwellianamente, uma nova forma de voluntariado." joão Galamba, in Jugular a 02/06/11

http://jugular.blogs.sapo.pt/2686564.html

 
At 30.6.11, Blogger ::Andre:: said...

Pereira, emigrar para onde pá?

 
At 30.6.11, Blogger ::Andre:: said...

Assusta-me saber que o Estado não mais terá mão (golden share) em setores fundamentais da economia nacional, e que perdemos uma segurança, ainda que hipotética, que nos possa proteger do cada vez maior circulo de abutres que esvoaça sobre as nossas cabeças.
Isto é uma medida tão PSD, não se tava mesmo a ver? E as privatizações, economização da cultura, etc etc etc. Pá, queixemo-nos de quê? As eleições foram no dia 5, devíamos ter actuado aí.

 
At 30.6.11, Blogger ::Andre:: said...

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At 30.6.11, Blogger Scometa said...

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At 30.6.11, Blogger ::Andre:: said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 30.6.11, Blogger Scometa said...

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At 1.7.11, Blogger jorge silva said...

Scometa: entrar em jogos de comparações com certas direitas e ideologias dos anos 30 apenas banaliza aquilo que na verdade foi o fascismo.
Se olharmos friamente para o que neste momento se está a passar, facilmente concluímos que estamos é a assistir a uma "americanização" do nosso modelo social. O que esta gente quer não é campos de concentração mas sim a liberalização dos mercados à boa maneira do neoliberalismo selvagem sem intervenção do estado, esperando que o mercado se equilibre e controle a si próprio. Isto, apesar dos tristes resultados que já sabemos que aconteceram nos EUA. Mais uma vez se verifica o habitual - ideologicamente, Portugal está na cauda (e não só ideologicamente, claro). Não há capacidade de olhar para os erros alheios e saber evitá-los!
A escolha deste ministro (supostamente independente) diz tudo.
As medidas de ter de trabalhar para receber aquilo que já descontaste, o não financiamento das artes, a crescente privatização de saúde e educação, etc. - tudo, mas tudo isso, já ocorre na "terra da liberdade".

 
At 1.7.11, Blogger Scometa said...

Concordo em 100% Jorge, e tenho dito isso a algumas pessoas. Portugal está a adoptar um sistema que está à beira do colapso do outro lado do Atlântico e que foi em grande parte causador desta crise.

Eu uso essas analogias exageradas mesmo por causa disso. Tanto tu como eu sabemos que certas teorias não se aplicam de um dia para o outro, antes fazem-se aos poucos. O Nacional Socialismo não decidiu de um dia para o outro que os Judeus deveriam ser exterminados, mas foi aos poucos incutindo isso nos seus seguidores. Acho que o exemplo de Orwell que o Galamba citou e que eu transcrevi acima é demonstrativo daquilo que eu acho de certas medidas "liberais".

 
At 1.7.11, Blogger Scometa said...

Mas sim, não quero banalizar aquilo que foi o fascismo ou o nacional socialismo no seu auge. Mas a ideia de que eu tenho que trabalhar de graça se receber apoios do Estado roça o fascismo, tens que admitir.

 

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