24 março, 2011

Moonspell, a levar bem longe o nome de Portugal



Abrimaal, a Internet saúda-te.

22 Comments:

At 24.3.11, Blogger vera viana said...

Tristes que somos por, nas tuas palavras, vermos o nome de portugal ser levado bem longe, com letras fascizóides e nacionalistas deste calibre:

Mother Tongue speaks to Me
In the strongest way I¹ve ever seen (e fala em inglês...?)
I know that she sees in Me
Her proudest child, her purest breed (...)
World can¹t you see it ?
Am I alone in my belief ?
Virando costas ao Mundo
Orgulhosamente sós
Glória Antiga, volta a nós!
Alma mater !
(...)
Glória Antiga, volta a nós!
ALMA MATER !

esqueci-me de dizer que sou absolutamente anti-moonspell por causa desta música - que nunca quis sequer ouvir, basta-me ler a letra.
e, já agora, que não tenho um pingo de orgulho nacional - nasci neste país porque... calhou.

mas, no prob, dir-me-ão - o Abrimaal não sabe o que está a cantar... ok, mas eu sei o que ele está a dizer.

 
At 24.3.11, Blogger Priscilla Fontoura said...

bela interrupção a do telemóvel.

 
At 24.3.11, Blogger Scometa said...

especialmente a forma abrupta como ele passa do telemóvel pra moonspell outra vez. É preciso coordenação.

 
At 24.3.11, Blogger naSum said...

Ok mas é suposto conhecer esta personagem?

 
At 24.3.11, Blogger Crestfall said...

Oh vera, parece que vais ter que parar de ouvir Electric Wizard. Olha que o Jus Oborn acha piada a insígnias nazis.

 
At 24.3.11, Blogger Unknown said...

O Varg Vikernes matou uma pessoa, que esse sim é um acto muito condenável e não deixa de ser um génio e de ter feito dois dos melhores discos de sempre do Black Metal!

 
At 24.3.11, Blogger vera viana said...

Crestfall, a cena do jus Oborn não é pró-nazi, mas provocatória, conforme ele justificou numa terrorizer.
Neuroticon, não ouço burzum, precisamente por isso, e mesmo que seja "um dos melhores discos de sempre".
já deixei de ouvir grupos por razões semelhantes, sem problemas, porque não quero contribuir para esse tipo de coisas.
e mesmo coisas que ouço, novas, tento informar-me sobre o que está por trás, antes - por exemplo, e mais recentemente, sobre watain e shining, antes de os ir ver e de comprar cd's.
há grandes personalidades que tiveram simpatias pró-nazis (como o lovecraft ou o wagner, por exemplo) e não os fruo sem alguma dúvida ou algum incómodo, embora a/o relativize ...
moonspell é daqui, é português, da minha realidade e eu sei que o alma mater cheira a "salazarento", declaradamente. uma coisa é ter simpatias, outras é veiculá-las pela música ou por qualquer outro meio.
se já ninguém se preocupa com estas questões, não há problema, é cena minha, não preciso de seguidores e não tenho receio do ridículo.

 
At 25.3.11, Blogger Saturnia said...

Ofereço senhas de "risoterapia". A malta aqui leva as coisas demasiado a sério.

 
At 25.3.11, Blogger ty said...

Acho que o Justin Broadrick pisou a cauda de um gato uma vez, é melhor não ouvires nada dele também.

Epá, lol. Ainda bem que não tens receio do ridículo.

 
At 25.3.11, Blogger vera viana said...

porra, sempre pensei que estava discutir com gente moderadamente consciente e dialogante.
mas tudo bem, já percebi a mensagem e a raiz do problema.

 
At 25.3.11, Blogger tak said...

O problema é não teres sentido de humor

 
At 25.3.11, Blogger Unknown said...

O homem é uma coisa, a arte é outra.

"irony is a dead scene"

 
At 25.3.11, Blogger ::Andre:: said...

Gostei dessa frase, Beto.

 
At 25.3.11, Blogger ::Andre:: said...

Acho tão válido a opinião da Vera como aquele que se ri do vídeo. É preciso é bom senso e respeito.

Eu hoje acordei a cantar este tema. Por volta da hora do almoço cantarolei Biffy Clyro e há pouco veio-me Kyle Minogue à cabeça. Isto sim, isto é grave.

 
At 25.3.11, Blogger vera viana said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 25.3.11, Blogger jorge silva said...

Parece-me que a origem desta discussão é o facto de ser este tema em questão – o “Alma Mater” dos Moonspell – e não o maior ou menor número de gargalhadas que possam suceder ao ver tão triste figura a disseminar os seus vídeos pela net. Por isso, e uma vez que também faço parte do grupo de gentinha irritante com um certo ódio de estimação por Moonspell em parte, mas não exclusivamente, devido a este tema, queria dizer aqui umas palavrinhas.

Há um provérbio índio que diz “não critiques alguém sem antes andares um dia com os seus mocassins”. Nem toda a gente acha que rir é o melhor remédio e, para algumas pessoas, há assuntos que se revestem de uma grande importância, enquanto que, para outras pessoas, esses mesmos assuntos não têm importância nenhuma.
Provavelmente, para muita gente aqui, os Moonspell já eram algo com uma carreira internacional garantida quando começaram a ligar à música, mas outros já há muito andavam por cá quando os Morbid God ainda nem sequer existiam. Entre esses outros havia temas que não eram encarados levianamente devido a certas experiências que tínhamos no nosso quotidiano. O neo-nazismo era um tema muito presente e qualquer coisa que o fizesse lembrar era para ser combatido. Ainda para mais vindo das fileiras de quem muitas vezes era alvo de ataques!Ainda hoje em dia a questão do black-metal escandinavo não é vista com bons olhos por muita gente mais velha dentro deste meio, como eu já pude, aliás, constatar.
As pessoas crescem, e hoje o Fernando Ribeiro até se diz um gajo de esquerda, mas, na altura do aparecimento deste tema (Alma Mater), as declarações dele em que dizia desconhecer que a expressão “orgulhosamente sós” era conotada com o salazarismo eram encaradas com grande cepticismo. Ainda para mais porque vinham de alguém que gostava sempre de assumir uma postura muito intelectual.
Actualmente há uma grande tendência para desvalorizarmos tudo e mais alguma coisa, encolher os ombros, dizer “relaxa” e ver tudo de modo “light”. Hoje em dia é muito “cool” ter uma atitude “snob” para com quem demonstra convicções, enquanto se estranha a apatia da sociedade. É “fixe” dizer-se “à rasca”, mas encher todas as esplanadas dos Aliados aos Leões depois de uma “manif”, a consumir artigos que não são de primeira necessidade. Alguns nem sequer conseguem ver a incongruência, para outros os paradoxos são incríveis.
Nem todos seguem a mesma cartilha, seja em que faixa etária ou grupo for, e haverão sempre pessoas que preferirão falar e levar as coisas a sério, mesmo quando isso possa ser mal-entendido por muita gente. Pela parte que me toca é impossível separar o criador da obra, acho sempre que isso é uma atitude muito pós-moderna de querer usufruir das coisas sem ter de se preocupar com convicções e com as escolhas que essas convicções nos possam obrigar a tomar. Eu assumo, por exemplo, sem complexos, que até hoje ainda não consegui usufruir convenientemente da obra do Ezra Pound porque não a consigo dissociar das ideias que o seu autor defendia. Estou a perder algo devido às minhas convicções? Acredito que sim, mas estou convicto do porquê das minhas escolhas.

 
At 26.3.11, Blogger Adriano said...

Eu disse "o que é que isso interessa?"
Tu disseste "...nada"

 
At 26.3.11, Blogger vera viana said...

já percebi perfeitamente que as preocupações de quem lê e comenta este blogue não são coincidentes com as minhas, nem assim teria de o ser (pela parte que me toca, ainda bem).
poucos daqui terão conhecido moonspell antes de terem existido ou sequer se tornarem a instituição que são agora. mas em qualquer circunstância, tanto eles como outros, podem ter os seus valores e ideologias de base discutidos - daí o valor da democracia e a importância do livre arbítrio.
e o fernando ribeiro dizer que não sabia a expressão ser salazarista só pode ser motivo de riso, dado que qualquer português mais ou menos conhecedor da história do estado novo o sabe, tanto quando sieg heil é nazi. se se importam ou não com isso, já é outra questão, porque a maioria das portugueses é saudosista, ou do sebastião ou do salazar - e que giro que é dizer "orgulhosamente sós, glória Antiga, volta a nós".
haverá sempre uns quantos "ridículos" que se preocuparão com estas questões e com o que está por trás, porque a obra é indissociável de quem a faz. em qualquer caso, contudo, acho preferível ter consciência do que lhe subjaz, de modo a que a melhor possa avaliar e desfrutar, embora saiba que a "malta" já não se importa com isto, porque isto de viver com convicções e ter consciência do passado para melhor se aperceber o presente (e, quiçá, conjecturar o futuro) é uma chatice...
e é de uma incongruência absurda, realmente, poucos saberem mesmo o que é não ter dinheiro para comer ou para uma viagem de metro, quando dinheiro para cerveja ou semelhante não falta...

não cheguei a perceber o objectivo deste post, mas a questão não foi o facto de o Abrimaal cantar este tema. de minha parte, preferiria que o tal bom nome de portugal fosse levado bem longe por alguma coisa de jeito da nossa cultura e não por uma música com esta conotação.
não esperava contudo, que o público-alvo fosse tão pouco capaz de entender e discutir um argumento, mas estamos sempre a tempo de aprender.

 
At 26.3.11, Blogger Scometa said...

Bem, a culpa deste post é tua Vera porque foi graças ao video de Paradise que puseste lá no grupo do facebook que encontrei esta figura a cantar a forever failure e posteriormente esta dos feitiço lunar. O titulo é irónico, usei moonspell apenas por ser nacional e achar piada tambem ao sotaque português do rapaz.

Quanto ao conteúdo da letra da alma matter, tenho que ser sincero e dizer que nunca liguei muito a isso, e admito que infelizmente.

 
At 26.3.11, Blogger tak said...

É engraçado sugerir que eu sou deste ou daquele tempo ou movimento ou que encho esplanadas e vou a manifs e que a minha primeira banda de metal foram os nickelback e que sou um cínico apenas por me rir de um gajo a cantar moonspeel que tem que recusar uma chamada a meio. É menos engraçado levar tudo tudo tudo a sério. Discutir a alma mater é bater no cavalo morto e cego.

De qualquer maneira, a full moon madness tinha sido mais engraçada.

 
At 27.3.11, Blogger João said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 28.3.11, Blogger Priscilla Fontoura said...

é engraçada essa questão das convicções... Há também um provérbio que diz "A rir se corrigem os costumes."

 

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