Here comes the Fuzz!
FUZZ
Pronunciation:/fʌz/
noun
1 a frizzy mass of hair or fibre:a fuzz of black hair[mass noun] :his face was covered with white fuzz
2 a buzzing or distorted sound, especially one deliberately produced as an effect on an electric guitar.
Em 1960, um tal de Grady Martin estava a tocar baixo durante uma sessão de gravação para a música "Don't Worry", do cantor de country Marty Robbins. Devido a um problema na mesa de som, o som do baixo não ficou gravado correctamente, tendo ficado com distorção. Podem ouvir em baixo o trecho em questão.
Os tipos lá acharam piada à coisa e lançaram a música assim mesmo. O tema acabou por fazer sucesso e como tal, surgiu a necessidade de emular este tipo de som duma maneira fiável, sem haver a necessidade de recorrer a artifícios de gravação. A tarefa ficou a cargo de Glen Snoddy, o produtor responsável aquando a gravação de "Don't Worry". Em 1962, é lançado a primeira Fuzz Box, a Maestro FZ-1 Fuzz Tone, ficando mais tarde conhecido como a Gibson Maestro Fuzz-tone. O impacto no mercado foi reduzido, sendo utilizado maioritariamente por músicos country, passando despercebido do público em geral. Mas, eis que em 1965, é lançado o single Satisfaction dos Rolling Stones, sendo o riff principal gravado com a Fuzz Box. And the rest is history.
Desde então, a exploração do fuzz tem atingido novas dimensões, chegando a definir estilos de música por si só. O som cheio e porco do Death Metal Sueco, passando pelo groove saturado e pesadão do Stoner/Desert Rock. Ultrapassou fronteiras, já não é um brinquedo exclusivo daqueles que escolhem guitarras e baixos como instrumentos de expressão, manifestando-se amplamente em música de concepção digital.
Volvidas cerca de 5 décadas, é curioso constatar quanta influência teve um defeito de equipamento na nossa concepção de "som" e como novos músicos continuam a ser influenciados por esta estética sonora. Será que ainda há espaço na música actual para revoluções destas?
Volvidas cerca de 5 décadas, é curioso constatar quanta influência teve um defeito de equipamento na nossa concepção de "som" e como novos músicos continuam a ser influenciados por esta estética sonora. Será que ainda há espaço na música actual para revoluções destas?
3 Comments:
Voçês deviam colocar aqui do lado direito uma coluna com os tags: cinema. musica. fotografia. arquitecta etc etc etc...
Para facilitar a vida ao pessoal :D
genial! não fazia ideia de quando tinha sido inventado e que tinha sido por acidente... é engraçado mesmo. Epa... e a história do wah-wah? A Dunlop fez um documentário que está de borla no youtube com a história do CryBaby/Vox wah. É qualquer coisa também. Um pedal feito inicialmente para simular o "abafador" dos trompetes numa orquestra amplificada... Até que apareceu o Jimi Hendrix hehe
Quanto à revolução, é muito complicado... Já se chegou a tal ponto que, em termos de pedais, há pouco a descobrir. Com a era digital, 'tudo' passou a ser possível... vejam os trackpads das guitarras de Muse. Quanto ao analógico, graças à Moog e aos sintetizadores, também não me parece que haja muita coisa por aí que possa ser feita... até porque o pessoal brinca com circuit-bending como se não houvesse amanhã e os sons são sempre muito semelhantes :)
João, em termos de pedais e afins, apesar de ser leigo na matéria, penso que o que dizes é acertado. Por outro lado, lembro-me agora do auto-tune (que é algo relativamente recente) que abriu novas possibilidades na exploração da música. Hoje em dia é (infelizmente) uma ferramenta muito usada para atingir um tipo de vocalizações que até há pouco tempo não estavam disponíveis. O tipo de construção musical é a mesma mas o embrulho, a sonoridade com que é entregue é distintamente diferente.
Pode-se argumentar que constitui uma mudança na maneira como algum público encara a música (pop) ou como esta deve ser apresentada.
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