07 julho, 2011

DØDHEIMSGARD - Monumentalmente Cornetos.




Em 1999 descobri o BM graças a um pequeno texto n'O Público sobre a vinda de Dimmu Borgir ao Hard Club. Nunca em tal coisa tinha ouvido falar até então e rapidamente tratei de pôr as mãos no hit do momento, o deliciosamente cheesy e kitsch-friendly qb, Spiritual Black Dimensions. Desse mesmo artigo retive na memória o mais pomposo nome entre as bandas de abertura (não, não foi dork fun fer all). Um par de anos depois, finalmente com o 666 International nas mãos, descobri o Fim do BM (tipo a teoria parva do fukuyama, mas sem o wishful thinking). Daí até ter encomendado a um antigo dealer de discos ircano as versões originais dos cds anteriores foi só um passinho.

1 - O Cornetos até ao Congo estreou então os super-grupos no BM (mas alguém consegue mesmo ouvir mais do que 3 músicas seguidas de Twilight de cada vez?). Um verdadeiro hino ao grande caprino, com a presença singular tito fenriz, com linhas de baixo que ganham vida própria a meio dos riffs super-vitoriosos do tio Al(drahn), cujos vocais possuidamente vitoriosos são mais declamados do que gritados, e um Bitoques a marcar o ritmo na bateria sem cair no ridículo de "burst beats" ou o raio que o parta. Se não chorardes com a Mournul, yet and forever, então tendes corações de pedra e não mereceis ler estas palavras. Se não vos apetecer espezinhar o JC na cruz, sois uns meninos da sala dos 5 anos.

2 - Sobe a parada, sai Fenriz, entra Apollyon - actualmente a abanar a anca com os nossos pandas preferidos - exumem o Max von Sydow e venha daí essa Possessão Monumental.
Ataque vocal triplo (Al+Bi+Ap), bateria nuclear e riffs a disparar maldições que nos fazem, efectivamente, encerrar o punho virado para o céu e fazer caras muito feias. De frisar a voz goblinesca do nosso emigrante paquistanês preferido (que só no escrito em águas se ouve tantas vezes). É preciso perder tempo com mais palavras?

3 - Bitoques começa a tomar as rédeas do conjunto e começa a entra a "what the fuckness". Agora com a presença do bigode mais ridículo de toda cena musical e do poeta das retretes, vozes por conta do Al, violinos e grand-pianolas à maneira, em 16 minutos que parecem uma trip de salvia em versão stereo only where available,temos O porta-estandarte da arte satânica, das letras sem sentido aparente e das alcunhas menos genéricas de sempre ("Mr. Dead Meat Smelly Feet").

4 - Pegar hoje no 666 International sem fazer os TPC, é ignorar que há uns 10 anos atrás isto foi a coisa mais maluca e mais "à frente" alguma vez feita com o carimbo de músicas patrocinadas pel'O Grande Bode. Fazer um "/ame ouve Dødheimsgard - 666 International" no IRC dava direito a ostracização imediata em certos antros mais ortodoxos (e um kick+ban) e comparações com "martelinhos", "trance", "pastilhas" e "ei, cortaram o cabelo e estão vestidos de palhaços" eram o pão nosso de cada dia.
Consta que seria um disco de bm "normal", mas as trips de ácido do Bitinho & Cpa. começaram a dar para o torto e assim foi cagado algo que merece estar no pódio dos melhores discos de black metal de sempre, recheado de loops manhosos, interlúdios de grand piano, ruídos industrialóides, video-clips no youtube com Transformers e David Lynchas e ainda corpsepaint de fazer corar os fãs do Boom Festival.
Reza ainda a lenda que o ácido foi tanto que o Al deixou a banda para criar a filha e os rottweilers nos fjordes norskos (mas regressou entretanto com TheDeathtrip), o yussaf deu numa de eremita em Espanha, o apolião decidiu juntar-se aos immortal para ter dinheiro para rolos de caracóis, o zweizz ganhou uma paixão por doughnuts e cerâmicas, enquanto o nosso amigo Carlos-Miguel atirou-se do 5º andar porque não queria tocar mais bateria para o resto da vida depois do registo mais insano de sempre.

5 - O Supervillain Outcast (uma capa com um cartoon do Vic feito de cânhamo?) para já é outra estória, quanto mais não seja por DHG ter passado a ser a "banda do Vic" e pela saída dos outros bacanos de culto todos. Apesar de ter gostar dele em Code, é da minha opinião que o qbhosta esforçou-se demasiado aqui para se colar às vocalizações do Al. Tem músiquinhas mais orelhudas, participação especial do Al em duas ou três delas, e a última bateria de sempre gravada pelo CZ, se não me engano. Se não gostarem do resultado final por soar demasiado bonitinho, podem sempre procurar nas webz a versão bateria+guitarra que leakou uns tempos antes.

Ou então podem ir ouvir Opus Draconis, lulz.

5 Comments:

At 7.7.11, Blogger ::ZyK:: said...

Foda-se muito bom ó JHP.
O GB está feliz!

 
At 7.7.11, Blogger Unknown said...

Concordo plenamente com a boca a Twilight, pois acho mesmo que são apenas um projecto interessante que é falado apenas por causa dos membros que o integram.

Confesso que conheço muito mal o Cornetos e o Monumental, o Arte Satanica melhor um bocadinho, mas pouco, tudo porque os DHG são uma banda que tem um pináculo muito vincado, que é essa maravilha do 666 International.

E referes um facto importante, se calhar um puto a ouvir esse disco hoje em dia, não vai sentir a "weirdness", mas em 99 ouvir aquela electrónica toda no meio de riffs do demo era realmente insano!

O Supervillain Outcast é um bom disco, tem bons momentos, mas alguns menos arrojados. Mas eu acho que o Kvohst tem uma boa prestação, apesar de também o preferir em Code (que já faziam disco novo).

Já agora, no futuro tens de falar do escrito nas águas e do mine tide secál cóme, assim como do coração de carro ou do mascarado do inferno, que também tiveram a sua parte no desenvolvimento do BM.

P.S. O nosso amigo atirou-se do 5º andar mas continua a fazer música como ninguem! ;)

 
At 7.7.11, Blogger tak said...

e pilas against ageless ills

 
At 7.7.11, Blogger Unknown said...

Também tak, ainda bem que me relembraste desse! Vou já pô-lo no mp3 <3

 
At 10.7.11, Blogger Ricardo said...

Twilight é magnifico!

 

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