02 outubro, 2011

Amplificasom: até já

No dia 17 de Maio de 2006, mesmo sem imaginarmos que seríamos uma promotora a curto prazo, o Jorge iniciou este blog com este tópico: Vortex Sonoro

Mais de cinco anos depois, 3866 tópicos, 650 mil visitas e mais de 1 milhão de visualizações está na hora do adeus. Melhor, um até já. Foi aqui que anunciamos os 63 eventos Amplificasom, foi aqui que anunciamos as centenas de concertos que agenciamos, foi aqui que vocês nos conheceram, foi aqui que fizemos grandes amigos, que passamos óptimos momentos e será, para sempre, um espaço especial.

Mas está na hora de dar um salto para algo melhor, uma plataforma como a própria Amplificasom merece e que a Bürocratik soube produzir. Este é então o último post de sempre e enquanto vos escrevo estas linhas arrepio-me com o percurso que foi feito desde essa tal quarta-feira de Maio.

A partir dos próximos dias, esperamos a vossa visita em http://www.amplificasom.com. Pedimo-vos desde já paciência para qualquer erro que possa eventualmente surgir, para a informação que vamos colocar durante o mês e para a falta de caixa de paleio que ainda não está implementada.

Para terminar, o logo em cima pelo qual nos apaixonamos e certamente já o tinham visto nos novos cartazes é da autoria da INVERT studio; um muito obrigado aos convidados de Setembro e a todos os outros que fizeram deste blog um espaço interessante; e a todos vocês pela companhia e apoio à nossa/ vossa Amplificasom.

30 setembro, 2011

Amplifest: alinhamento

Sábado 29
Jesu, Rise and Fall, OvO, Sungrazer, EAK, Drumcorps, Rorcal & Solar Flare, Cuzo, Mugstar, Stearica, Suzuki Junzo e o filme “Blood Sweat + Vinyl”.
Abertura de portas 15h
Início 17h

Domingo 30
Godflesh, Acid Mothers Temple, Barn Owl, Bardo Pond, Orthodox, Process of Guilt, Enablers, Dirge, L’Enfance Rouge, Witchburn e o filme “Soldier of the Road”.
Abertura de Portas 15h
Início 16h

Horários de cada actuação muito em breve!



Nota da Amplificasom: Insistimos no experienciar e viver o evento no seu todo logo podemos ter cabeças de cartaz às 18h como bandas que nunca ouviram falar às onze da noite. A ideia é saltar de palco em palco com mente e ouvidos abertos, prometemos que vão gostar.
A noite de sábado terminará perto das 2h da manhã, já domingo, pensando mais uma vez em todos nós que trabalhamos, o festival terminará pouco depois da meia-noite.
Vêm aí mais novidades, até já as temos para próxima edição, mas estamos à espera que continuem a dar-nos o v/ feedback seja a comprar o passe o mais breve possível como a escrever-nos para o endereço do costume.

Exorcismo falhado

Não sei se já ouviram falar do exorcismo a que Necrobutcher, baixista dos Mayhem, vai ser sujeito. É daquelas coisas que, num acto de, para mim, tão pura estupidez pode reunir a verdade de muitas coisas.

A religião é um tópico imensamente dual e que, na comunidade metal, até ao surgimento dos POD (cof cof, esses senhores de um metal imensamente barbudo). Na verdade, é uma inspiração para uns tantos e, para outros, foi quase o motor que os levou ao extremo oposto, ou seja, que os enojou e provocou as suas devidas consequências. Boas consequências como o Black Metal, portanto. Mas aqui estou eu, a falar do óbvio, quando aquilo que vai acontecer é o metal voltar a ganhar.

Não sei porquê, mas esta é uma ideia que está votada a ficar cravada na minha lápide. "O metal vai voltar a ganhar." A verdade é que, seja de que género metal for, as gentes que de lá vêem, ou que vêem de fora e lá chegam, são aquelas em que eu mais acredito que me satisfaçam o desejo de requinte (e há requintes muito javardos, claro; mas esta é a palavra chave que me leva a apreciar os géneros pesados. São eles que, numa só música, contêm mais commumente todos os sabores e todas as sensações que procuro na música).

Ou seja, este endorsement do "mau (mas muito bom) metal" vai ficar decidido já no próximo mês, quando virmos o televangelista Bob Larson a falhar. Esta é uma das situações em que somos obrigados a dizer que é bom estar do lado das estatísticas, que é como quem diz que é bom ter mais do que uma fé a suportar as nossas ideias. Eu tenho fé no metal.

29 setembro, 2011

"Será uma ocasião especial..."

PA: Vocês foram o primeiro concerto da promotora Amplificasom e agora voltam para o maior evento que esta já preparou. Como é que encaram a responsabilidade de tocar no Amplifest?
Enablers: Nós ansiamos por todos os concertos. Mas estamos mesmo entusiasmados por tocar no festival. Será uma ocasião especial, da qual nós queremos fazer milhões de proveito.

Entrevista completa aqui e convém estar atento ao site do Ponto Alternativo, mais entrevistas se seguirão. Foto em cima da Raquel Loureiro, estávamos em 2006...

Alojamento Amplifest: Dixo's Oporto Hostel

Como vos tínhamos falado, pensamos em quem também vem de longe e reservamos o melhor hostel do Porto durante o fim-de-semana do Amplifest. O Dixo's Oporto Hostel, para além de estar do outro lado da rua e de ser a opção mais barata, ainda tem este maravilhoso aspecto:















Cama em quarto para 12 pessoas = 19€/ noite
Cama em quarto para 6 pessoas = 20€/ noite
Cama em quarto só para raparigas que não querem misturas = 20,50€/ noite
2 duplos cama de casal = 50€/ noite

Os wcs/ chuveiros são individuais, terão a privacidade que necessitam, e o preço ainda inclui pequeno-almoço e wi-fi.

Tendo em conta o espaço limitado e o bom ambiente que se vai proporcionar, só os primeiros a reservar terão lugar. Para tal, devem adquirir o bilhete para o Amplifest o quanto antes e enviar um e-mail para amplificasom@gmail.com com os seguintes dados (podem copiar-colar):
Nome completo
Residência actual
B.I.
Contacto telefónico
Número do bilhete do Amplifest

Nota: o pagamento é feito aquando do check-in.

Se entretanto vos surgirem mais dúvidas, fiquem à vontade para nos escrever, esclareceremos imediatamente.

Noites que valem mesmo a pena...

Jefre Cantu-Ledesma (esse mesmo dos míticos Tarentel) passa hoje pela ZDB em Lisboa numa sessão de ambiências shoegaze para a geração do noise. Vem com o intuito de apresentar o primeiro disco via Type e, a abrilhantar ainda mais a noite, Paul Clipson traz a sua Super 8 para fazer destas coisas:

Aqui com os Barn Owl, banda que estará no Amplifest:

Amplifest: bilhetes em Espanha

Para todos os nossos amigos galegos (e não só), passes à venda no Breakpoint.

Muito em breve a opção hostel com camas a partir de 20€/ noite.

28 setembro, 2011

The Great Southern Darkness

Tem sido uma descoberta muito gratificante ouvir, de há uns dias para cá, o "The Great Southern Darkness" dos Glorior Belli, editado muito recentemente (que é como quem diz, ontem). É mais um must-have album! 
No perfil do facebook, definem-se como "The perfect blend of desert-rock textures with the brutal, ominous, doom-laden vibe typical of black metal".

Não vos vou falar aqui da minha opinião sobre o álbum (deixo-vos aqui, aqui ou aqui algumas reviews que tem recebido), mas apenas o link a partir do qual o poderão ouvir em streaming e o primeiro video do álbum (que, por acaso, nem é sequer a sua melhor música):


Em 2010, os Glorior Belli editariam o que poderia ter sido o quarto álbum da banda, "The Full Intrepid Experience of Light", não fosse a decisão de o lançarem sob outro nome, "11 As In Adversaries", por o considerarem, de algum modo, mais experimentalista e algo distante da sonoridade black.
"The Night Scalp Challenger" conta com a inconfundível colaboração do Niklas Kvarforth:


E, desta vez, é que é  mesmo a sério - agradeço pela paciência de quem me leu e, em particular, à Amplificasom, pela oportunidade de poder partilhar algumas coisas convosco durante estes dois meses.
Até sempre e continuem a preencher o nosso quotidiano!

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Próxima paragem: ONEIDA

ONEIDA
Passos Manuel, Porto
9 de Outubro, Domingo
10€ c/ bilhete Amplifest
12€ normal


"Vindos de Brooklyn, os Oneida são um daqueles casos excepcionais que consegue ser transversal a décadas de boa música sem nunca soar minimamente revisionista ou estupidamente reverente. Assumindo com inteligência uma faceta eminentemente lúdica, capaz de trazer o melhor do Krautrock, do Space Rock e da electrónica mais cósmica para dentro de canções tão memoráveis quanto desafiantes, e contando com um currículo de discos tão importantes como Each One Teach One, Happy New Year ou o colossal triplo-disco que foi Rated O, os Oneida são marca indelével de um mundo de possibilidades para a contínua exploração do lado mais inconformista do Rock sem ponta de chico-espertice ou pretensiosimo bacoco. Antes, uma capacidade brilhante de por a cabeça a pensar enquanto o corpo sucumbe a uma dança desengonçada e a um sorriso rasgado".
Bruno Silva / Out.Fest 2011

Mais:
Site


27 setembro, 2011

Orelhas tindes vós

Video novo de Eak para o temalhão Ears Have you. É degustar.


Cortesia INVERT Studio.

Industrial

O título deste post até poderia ser “industrial à séria”, dado um certo amansar do termo nos últimos tempos. Há uns bons anos atrás (nem vamos dizer antes do advento generalizado da internet, pode mesmo ser, ainda, antes do surgimento do Windows 95), registou-se o aparecimento de uma vaga de bandas britânicas que desenvolveram o conceito de som industrial na sua vertente mais extrema e pesada.

Baseando-se tanto nos primórdios de Swans como no death/grind, que por estes dias ainda se encontrava em plena fase de ascensão, esta sonoridade era suportada por ritmos maquinais, vozes retorcidas e peso, muito peso, contundente e claustrofóbico, com a dose certa de urbanidade e decadência.

Sendo claramente identificada a influência de Godflesh na génese deste “movimento”, representando o nome de maior relevância e que mais perdurou desde essa época, seria injusto não nomear no mesmo contexto outros nomes que abusavam do mesmo sentido de abrasividade sonora e que justificam, no mínimo, uma merecida espreitadela conjuntural, dado o bom envelhecimento da maior parte da sua obra.


Pitch Shifter

Industrial . 1991

Primeiro álbum de Pitchshifter e provavelmente o registo mais aproximado ao «Streetcleaner» algum dia lançado.

«Landfill»




Scorn

Vae Solis . 1992

Primeiro álbum de Scorn contando com dois ex-elementos de Napalm Death (Mick Harris e Nicholas Bullen) e participação de Justin Broadrick nas guitarras.

«Spasm»





Meathook Seed

Embedded . 1993

Primeiro registo resultante da colaboração entre membros de Napalm Death (Mitch Harris) e Obituary (Donald Tardy and Trevor Peres).

«Famine Sector»




Optimum Wound Profile

Silver or Lead . 1993

Segundo registo de OWP com a participação do malogrado Phil Vane (Extreme Noise Terror).

«Nazilover»


O génio e a princesa aos olhos do Jorge Silva











26 setembro, 2011

Digging Aurora Borealis

A Aurora Borealis é das únicas editoras que posso dizer que acompanho. Nunca tive grande interesse em ouvir uma banda ou álbum apenas por estar em determinada editora, mas isso alterou-se naturalmente quando comecei a receber a newsletter da AB e a perceber que gostava de (quase) tudo o que iam lançando. Além de seguir as últimas novidades, tenho vindo progressivamente a explorar o resto do catálogo, e, se havia várias bandas que já conhecia, pelo menos de nome, também conheci muita música que de outra forma dificilmente teria ouvido falar. The Stargazer's Assistant é um dos projectos que conheci enquanto passeava pela simpática loja.

The Stargazer's Assistant é uma criação de David Smith (Guapo), que, com a ajuda de Daniel O’ Sullivan e Antti Uusimaki, compôs The Other Side Of The Island como parte integrante de uma instalação com diversas esculturas feitas pelo próprio.
Com uma sonoridade que assenta no drone, é outro caso em que a música é tão intrigante como a capa do álbum (uma das esculturas), chegando a ter momentos perturbadores (quando, por exemplo, entra uma voz - muito pouco humana - que parece sair de uma das esculturas). Um álbum melhor apreciado à noite, com auscultadores. Ou no meio da galeria, com estes olhos a fitarem-vos o tempo todo.
Smith has spent the last two years bringing his visions to life; life that emerged slowly, painstakingly, out of wax, coal, copper and lead. In much the same way, the soundtrack itself slowly writhes organically before the listener: the groan of the motherlode, the shifting of tectonic plates, the song of the Earth's crust.
Para algum contexto e mais informação sobre a inspiração para o álbum e esculturas, é visitar o blog do David. Também podem ver um vídeo onde aparecem as mesmas esculturas da exposição inicial (numa outra instalação colectiva) aqui - a música não é do The Other Side of the Island, tho.
Lançaram outro álbum em 2008, pela Utech Records (outra editora muito interessante, com um back catalogue mais intimidante), mas esse ainda não tive oportunidade de ouvir.

HOJE!!!

Apareçam =)

Os 3 R's de Lynch

24 setembro, 2011

Maria Minerva: a estónia, o Blake, a Vogue, o vídeo oficial e o concerto no Porto


“Cabaret Cixous” é o terceiro momento de Maria Minerva neste ano. O disco esperado depois da óptima estreia com a cassete “Tallinn At Dawn” (Not Not Fun) e o maxi “Noble Savage” (100% Silk), apontamentos possíveis do que viria a seguir na carreira desta jovem da Estónia que agora reside em Londres. De todos os lançamentos recentes da Not Not Fun, este é o mais aberto em termos de audiência que a editora colocou cá fora e, provavelmente, aquele com mais glamour genérico na sua história. A atenção que a cantora tem tido à sua volta é disso exemplo (até já chegou à Vogue francesa) e há aqui um chamamento para uma versão feminina de um James Blake ou de um Jamie Woon, embora os territórios sejam distintos. A comparação vem da agregação de componentes pouco usuais na música popular (em James e Jamie é o dubstep, por exemplo) e a função e fusão desses géneros num formato canção indefinido. Aqui a vertente cai muito para o europop dos anos 90 (algo que a 100% Silk, editora irmã da Not Not Fun, tem seguido) e a desacelaração dos beats que está em voga como manto por cima de uma voz desleixada, imperceptível, hipnótica (tal como em Grimes ou Lauren Halo). É um mundo paralelo a Lady Gaga, mas é um mundo. “Cabaret Cixous” é, provavelmente, a afirmação mais visível, hoje, desse momento.
in Flur

Antes de RUINS alone, Maria Juur que toca hoje no Lounge em Lisboa, sobe ao palco do Passos para a apresentação do seu novo trabalho. Mais uma noite eclética via Amplificasom que vale apenas 5€ (!!!) na apresentação do bilhete do Amplifest. Portas às 21h30, início às 22h. Tragam sorrisos.

RUINS alone ou como o Yoshida é um dos génios deste mundo!



Os vídeos são de 2006 e 2010 respectivamente e dão para ter uma ideia, mas como alguém comenta:
I think you would have to have seen him in person in the room to hear that "intensity" your missing out on. I saw him back in April in London, UK - he was amazing, so much intensity and musicianship till even people who didn't know about him that night were telling me how amazing the guy was.
Outros como RUINS, com o Keiji Haino, Acid Mothers Temple, John Zorn, Bill Laswell ou os seus Zeni Geva aqui pois na próxima segunda há estreia e data única no Porto!!!