30 abril, 2007

These Arms Are Snakes + If Lucy Fell @Porto-Rio 27/04/2007

Está escuro, está, mas quem não foi também não merece ver muito mais. Este concerto vai-me fazer voltar a pegar nos discos de TAAS e ouvi-los com a devida atenção. Foi muito bom. Grande som, energia e intensidade a rodos, com Steve Snare completamente possuído, deitado, em pé, no ar, a dançar e a cantar/berrar no meio do público, enquanto os restantes elementos castigavam furiosamente os seus instrumentos. Os If Lucy Fell, como seria de esperar, deram um concerto igualmente enérgico, em perfeita comunhão com o público. Os putos cantam as músicas do princípio ao fim. Acho que a 1ª música era nova, eu pelo menos não a conhecia, e é bem porreira. Parece que no verão vão começar a gravar o novo disco, e antes disso não voltam ao porto. Fico a aguardar as novidades.

Febre de James

Na sexta-feira passada encontrei alguns peregrinos da causa James Blackshaw. A iminência da concretização do sonho de assistirem ao concerto do artista das 6 cordas, levou-os a sair de casa muitos dias antes da realização do evento, para percorrem a pé, a distância que os separa do Tertúlia. Devidamente equipados com a sacola da avó, que se encontrava carregada de deliciosos petiscos, e com os indispensáveis líquidos, demonstravam imensa dedicação na tentativa de passar a mensagem a novas almas. Boa caminhada senhores, vemo-nos dia 8.

27 abril, 2007

Haja paciência!!!

"Não me inscrevi na vossa mailing list. Caso receba outro e-mail vosso, denunciarei o caso à DECO e fiquem sabendo que a coima não é leve. Os meus dados foram obtidos ILEGALMENTE, por vocês. Tenham isso em atenção."

Sabe tão bem, não sabe?

Blitz: hoje nas bancas

18 páginas dedicadas à banda de Ian Curtis. Em Setembro estreia o filme sobre Ian Curtis e é reeditada toda a discografia dos Joy Division. A BLITZ antecipa o culto e publica o texto definitivo sobre a banda de Manchester, assinado por Jon Savage.

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Colecção OPTIMUS/BLITZ APROVA é grátis e começa a partir do número que chegou hoje às bancas. Destacar os álbuns mais marcantes dos últimos 50 anos: eis o mote da colecção, cujo número de estreia é distribuído com a presente edição da BLITZ. Com texto de João Santos e Inês Rodrigues e ilustrações e design de Cesária Martins, cada livro tem 64 páginas e chega às bancas de forma totalmente grátis, com os números de Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro e Outubro da BLITZ. O primeiro volume, com Nirvana na capa, aborda a produção discográfica compreendida entre 1993 e 2006. A partir daí, os livros irão debruçar-se sobre os períodos de 1985-1993 (número 2, edição de Junho), 1979-1984 (número 3, Julho), 1974-1979 (número 4, Agosto), 1969-1974 (número 5, Setembro) e 1965-1969 (número 6, Outubro).

Digam-me que é uma brincadeira...de mau gosto

26 abril, 2007

James Blackshaw no Porto

James Blackshaw
Tertúlia Castelense, Maia
8 de Maio, 23h
6€
 
Aos nomes de Ben Chasny, Jack Rose e Glenn Jones – mestres do fingerpicking actual - urge juntar um outro: o de James Blackshaw, o britânico que tem a cabeça no outro lado do atlântico, no país que viu nascer gente como John Fahey, Robbie Basho ou até Leo Kottke. A cabeça e a guitarra, de doze cordas. James Blackshaw tem vindo a publicar alguma da melhor música de guitarra acústica dos últimos anos – O True Believers , editado em 2006 pela Important Records, é bom exemplo disso. Chamemos-lhes canções. Longas explorações de uma guitarra de 12 cordas que chegam a ser enternecedoras, ou a curar feridas internas. "Transient life in Twilight", por exemplo, de O True Believers, é maior que o mundo. Ao vivo James Blackshaw é igualmente admirável. Assim foi quando em 2005 se deslocou com Josephine Foster a território luso para três concertos, e assim será com certeza quando regressar a Portugal no próximo dia 8 de Maio na Tertúlia Castelense na Maia.
 
+ info/ouvir em:
 
"The most gem-like overlooked album this year is neither hairy nor scary; rubber-necking into the great unknown isn't high in its priorities. But it is preternaturally beautiful. "O True Believers" by 24-year-old guitarist James Blackshaw features 10 fingers and 12 strings and, frankly, urinates all over whatever will be the Mercury Prize's token folk nominee next year. Blackshaw is British, but virtually no one has heard of him outside the US folk underground; he deserves ticker-tape parades. His style derives from the Takoma school founded by John Fahey, but that is all detail. Blackshaw's got it all: skills to hyperventilate for, and instinctual loveliness in spades." - Kitty Empire, The Observer, 31/12/06
 
"In recent months, 24-year-old UK guitarist James Blackshaw has burst fully-formed onto the folk underground, his remarkable talents already seeming at peak maturity... Blackshaw has established himself as an instrumentalist of astonishing grace and delicacy, seeming as though he's gobbled and digested whole the primitive folk canons of Takoma and Vanguard. Relying primarily on 12-string guitar, Blackshaw's intricate creations web together Robbie Basho's wayfaring mysticism, Ben Chasny's soft-focused acid tongues, and the rustic fantasias of Sandy Bull... Blackshaw is able to differentiate himself through his exotic lyricism, stray pan-ethnic flourishes and pure unmasked virtuosity." - Pitchforkmedia.com
 
"There's an indecent ease to James Blackshaw's guitar playing. His fingerpicking mantras are as melodic as a music box, gliding through dizzying tempos like clockwork. His raga-like instrumentals are not structured as much as woven, teasing out a single melodic strand to explore all it's textural possibilities. Such is the silky control he exherts over his instrument, Blackshaw often sounds more like a court harpist than a backwoods strummer." - Derek Walmsey, The Wire

Apoios:

25 abril, 2007

Bexar Bexar - Tropism (Own, 2007)



O silêncio. Folk ambiental em tímida revelação. Uma caixa de música simples e ao mesmo tempo tão melancólica. Drone-Folk. Instrumentos que parecem estar a ser criados naquele momento num processo de experimentação e descoberta contínua, o lascar da madeira, o pequeno vibrar nas cordas da guitarra... O tradicional acústico a vaguear nas ondas de efeitos electrónicos e pequenos ruídos, pormenores enormes. Mar imenso. Construções artesanais e horizonte Lo-Fi bem ao longe...Excelente.



http://www.myspace.com/bexarbexar


Leaving behind the repetitious loops and percussion of Haralambos, Bexar Bexar's new album, Tropism, relies primarily on acoustic guitar. A few simple acoustic recordings served as the source material, which would be chopped, stretched, processed, and filtered. One guitar note became a tree full of cicadas, while another transformed into a deep oceany drone. Ultimately each recording was deconstructed and used to reconstruct something completely new. Far more complex and subtle than Haralambos, Tropism slowly reveals its intricate details over multiple listens. (westernvinyl.com)

24 abril, 2007

Vanessa Van Basten - La Stanza Di Swedenborg [2006]

Tenho que fazer a observação óbvia: Os elementos deste duo nada têm a ver com a família de Marco Van Basten, o famoso futebolista holandês. Ele passou a maior parte da sua carreira no AC Milan, e eles são italianos, mas desconheço se existe alguma relação entre esses 2 factos. O pequeno parágrafo em inglês no myspace da banda, define-os bem: "Vanessa Van Basten is a duo with many guests and contributors from the alternative and extreme italian underground. We make slow, heavy, metaphysic instrumental music. Our influences are the cosmic psychedelia, industrial rock like Swans or Godflesh, Neurot & Hydrahead catalogue." Acrescente-se a isto alguns drones à Sunn O))) mas menos abrasivos, passagens acústicas e ambientais, uma referência a Katatonia e The 3rd and the Mortal, e deparamo-nos com um disco variado, bem doseado e bem interessante. Gosto da melancolia de Giornata de Oro, recorda-me qualquer coisa, não estou é a ver o quê. Este álbum não quebra barreiras, mas é refrescante e soa tão bem... ^_^

Vamos marcar o próximo concerto do ano?

20th May '07 UK Minehead @ All Tomorrows Parties
21st May '07 UK Cardiff @ Point
22nd May '07 UK Nottingham @ Rock City
23rd May '07 IRE Dublin @ Temple Bar Music Centre
24th May '07 Sco Glasgow @ Oran Mor
26th May '07 UK Sheffield @ Corporation
27th May '07 UK Bristol @ Bierkeller
28th May '07 UK Birmingham @ The Barfly
29th May '07 UK Brighton @ Concorde 2
30th May '07 France Tourcoing @ Le Grand Mix
31st May '07 Belgium Brussels @ Ancienne Belgique
2nd June '07 Spain Barcelona @ Primavera Sound Festival
4th June '07 France Montpellier @ Le Rockstore
5th June '07 Italy Milan Transilvania Live Club
6th June '07 Italy Rome @ Circolo Degli Artisti
7th June '07 Italy Bologna @ Estragon
8th June '07 Switzerland Dudingen @ Kilbi Festival
10th June '07 France Paris @ La Locomotive
11th June '07 Netherlands Amsterdam @ Paradiso
12th June '07 Germany Koln @ Stollwerc
13th June '07 Germany Berlin @ Postbahnhof
14th June '07 Greece Athens @ Oxygono
16th June '07 Austria Nickelsdorf @ Novarock festival
17th June '07 Slovenia Ljubljana @ Cvetlicarna Mediapark
19th June '07 Poland Wroclaw @ Firlej
20th June '07 Poland Warsaw @ Progresja
22nd June '07 Czech Republic Prague @ Palace Akropolis
23rd June '07 Germany Munich @ Southside Festival
24th June '07 Germany Hamburg @ Hurricane Festival
26th June '07 Denmark Copenhagen @ Loppen
29th June '07 Sweden Stockholm @ Accelerator Festival
30th June '07 Finland Helsinki @ Tuska Open Air Festival
2nd July '07 UK London @ Koko

23 abril, 2007

Cult of Luna + Men Eater @Coimbra 21/04/2007

Coimbra viveu mesmo uma noite de maior encanto, particularmente as 150-200 pessoas que se deslocaram ao Convento de São Francisco.
Na semana passada, quando estava a ler uma critica a um concerto dos Cult of Luna, na última edição da Terrorizer, deparei-me com as seguintes observações: "Cult of Luna are tight and expansive, but their insistence on making the music the primary focus with little in the way of a show is thwarted by the very mechanism of live music"; "it's impossible to just turn up at a show and be sucked into their immersive, post-metal world"; E ainda a apreciação de que eles não aparentavam estar a fazer muito em palco. Eu até poderia dar um desconto se ele se referisse exclusivamente aquele concerto, até pode ter corrido mal, ou talvez a dinâmica não fosse a melhor, mas estas observações são generalizadas... Há diferentes bandas/sonoridades que se prezam a diferentes tipos de espectáculos, mas ninguém vai a um concerto de CoL para se pôr aos saltos, a dançar, ou a cantar as músicas. Não sei se esperaria um espectáculo pirotécnico, ou alguns malabarismos circenses, mas não é suposto a música ser o elemento central de um concerto? É um facto que oralmente não são muito expressivos, mas será que precisam de o ser? A intensidade da música e a energia despendida em palco não são suficientes? Para mim são/foram!
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Ao contrário do que li [e como já tinha comprovado na anterior actuação na Casa da música], a envolvente é tal, que o impossível é não sermos arrastados para dentro do turbilhão. Os cerca de 80 minutos que eles permaneceram em palco passaram num ápice. Depois do som que os Men Eater tiveram [que não os impediu de terem uma actuação bem convincente], pensei que o de CoL também fosse estar uma porcaria, mas felizmente melhorou imenso, e estávamos à vontadinha mesmo perto do palco. A única coisa que lamento é não terem tocado a Leave Me Here nem a Back to Chapel Town, não se pode ter tudo... Dividiram irmãmente a setlist entre o Salvation e o Somewhere Along the Highway, e, não querendo particularizar, uma vez que tudo foi soberbo, devo referir que a Dark city, dead man, arrasou, foi simplesmente titânica. Voltem sempre que nós lá estaremos!
Antes do concerto ainda fomos à sessão de autógrafos na Mystica, onde não consegui articular nenhuma pergunta, e depois do concerto não resisti a gastar uns €€€ :-s

Dar city, dead man, 1ª parte

2ª parte
Finland
Echoes

Men Eater - Lisboa

22 abril, 2007

Ikebana – Sparte EP [2007]



Num dos meus passeios pelo Myspace dei com esta banda francesa que lançou no corrente ano um EP composto por três temas (disponível para download nos links em baixo). De forma breve a sonoridade situa-se no Post-rock, com as paisagens comuns, os mesmo dedilhados harmoniosos do estilo. Fúria subtil, as influencias Shoegaze e explosões que não chegam ao cru intenso de uns Fugazi - mas o jogo é o mesmo. "Mer de Glace" introduz um piano envolto de crescendos à Explosions in the Sky, no entanto menos planantes e com mais fervor Rock, mais uptempo. O comboio do Post-rock já vai longe, já são muitas as bandas e as mesmas ideias desaguadas em alguns grupos. De qualquer forma ficam aqui mais 3 temas para descontrair e logo se verá o que vem a seguir.





http://www.jamendo.com/pt/album/3790/

http://www.ikebana.in./

http://www.ikebana.in./audio.html

http://www.myspace.com/ikebanafrance

20 abril, 2007

Coimbra (assim) tem mais encanto


Amon Tobin @London Electric Ballroom 11/04/2007

Um DJ Set, hummmm, à partida não é um cenário que me motive minimamente, e não sabia o que esperar desta actuação. Mas vindo do Amon Tobin não poderia ser nada de mau, além de que estava prometida a apresentação em 7.1 Surrond Sound.
Quando estávamos do lado de fora à espera que a EB abrisse, ainda nos pudemos rir um bocado à custa da máfia dos bilhetes. Em todos os concertos a que fomos, ela estava presente, mas aqui foi particularmente caricata. 3 marmanjos. Um a controlar, o organizador da coisa, o padrinho, devia ter para aí uns 70 anos! Outro sempre a correr a fila de pessoal que aguardava para comprar bilhete, e onde nós nos encontrávamos, a perguntar "Do you want tickets for the show without queueing?", e, se eles se mostrassem interessados, levava-os ao gajo que os tinha. Ainda antes das bilheteiras abrirem, quando ainda nem sequer havia fila, nem informação sobre a existência, ou não, de ingressos, tentaram impingir um bilhete a um asiático por 40 libras :-s, deviam querer comê-lo por lorpa. Depois havia pessoal que saía da fila sem saber ao que ia. Um tipo disse que lhes comprava 1 bilhete pelo preço normal - £10 (no próprio dia custavam £12) - e começou a discutir com o padrinho que lhe dizia para voltar para a fila que ele tinha de ganhar o dele, como é que o puto julgava que ele tinha arranjado dinheiro para comprar o maquinão da Xsara Picasso que estava lá estacionado em cima do passeio? E o puto a rir-se, yah, grande carro! O padrinho irritou-se e chamou-lhe wanker. Muito digno :-).
Antes de Amon Tobin, actuou Dextro, um indivíduo que dividiu o tempo entre os sintetizadores e a bateria, com uma sonoridade electrónica down-tempo bem orgânica. Quando chegou a vez de Amon Tobin, a parte de baixo estava a abarrotar de tal modo que passados alguns minutos mudamo-nos para o piso de cima. É verdade que o som estava realmente fantástico, mas também é verdade que nós não somos de dançar... Foram 90 minutos + 20 de encore, de uma variedade assinalável. Ritmos esquizofrénicos, ruídos industriais, batidas hip-hop, ambientes jazz, e drum&bass acelerado. Ele muito rodava com aqueles pratos digitais! Valeu a pena, foi interessante, mas não vou passar a ir ver DJ Sets por causa disto, até porque Amon Tobin há só 1, e o que eu gosto mesmo é dos belos dos discos.

A rodela do momento

19 abril, 2007

Sonic Youth em Paredes de Coura

"Os Sonic Youth regressam a Portugal este ano para actuarem no Festival Heineken Paredes de Coura no próximo dia 15 de Agosto. A informação foi confirmada à BLITZ por João Carvalho, da produtora Ritmos, que assim apresenta o primeiro cabeça de cartaz da 15ª edição do festival. Como sempre, o festival Paredes de Coura decorre na Praia Fluvial do Tabuão, estando já confirmadas as presenças de Gogol Bordello e Cansei de Ser Sexy."

18 abril, 2007

Paradise Lost 12/04/2007 @ Koko

O concerto adivinhava-se especial, não só pela data, mas pelo facto de ir ser gravado, para posterior edição em formato DVD. A sala - Koko - fica situada em Camdem High Street e foi inaugurada em 1900, pelo que a sua arquitectura e decoração interior transmite uma aura de romantismo e de magia, com o vermelho carmim a mesclar-se com o negro e com o dourado-escurecido. Foi neste mesmo local que actuaram bandas The Sex Pistols e The Clash, na década de 70.



O espectáculo iniciou-se com Serpico, uma banda que apresenta um desinteressante e pouco original teen/pop/punk... Daquele do género, vai-te embora e deixa cá vir o próximo! Passados os serapicos, surgem os reis da noite, que iniciam com um novíssimo tema do próximo álbum "The Enemy", que se encontra disponível (em jeito "medley") no MySpace (http://www.myspace.com/paradiselostuk) já desde Março.

Com um Nick Holmes extremamente comunicativo - seria do efeito mediático do registo videográfico??!?! -, a banda surpreendeu tudo e todos com "Gothic", o que levou a audiência ao delírio. Para trás ficou "As I Die", "Erased", "True Belief", "No Celebration", "Mouth", "One Second", "Say Just Words"... Com um som de guitarras um pouco "arranhado" para o meu gosto, o concerto foi uma espécie de regresso às origens... Potente & melancólico, rápido & lento, preto & branco...
Paradise Lost são sem dúvida uma banda que reúne uma vasta legião de fãs, o que se notou pela bandeira da Suiça, t-shirts da Áustria e nós a berrarmos nos intervalos "POR-TU-GAL".

Para terminar, de referir que fomos entrevistados para (possivelmente) aparecermos no tão falado DVD (embora, não tenhamos "articulado" nada de jeito face à emoção de um SENHOR CONCERTO!).

Ficámos a aguardar o novo álbum e uma visita a território luso!

Chegou a casa!!!!!!

17 abril, 2007

Clutch + The Sword + Witchcraft + Taint @London Astoria 08/04/2007

Parece que o Astoria não vai ter muito mais tempo de vida. Sobre a mítica sala Londrina paira a ameaça de demolição, uma vez que existe um plano de reconversão da área em apartamentos e/ou escritórios. Talvez tenhamos presenciado pela primeira e última vez um concerto naquele espaço.
Após a chegada a Londres, deslocamo-nos logo para Tottenham Court Road com o intuito de comprarmos bilhetes. Só foi pena as bilheteiras estarem fechadas... De qualquer maneira, o importante é que estava lá um cartaz a informar que os iriam colocar à venda depois das 17h30. Para minha [agradável] surpresa, o mesmo cartaz anunciava que os Witchcraft também estavam alinhados para tocar nessa noite. E assim lá fomos dar uma voltinha. Por volta das 17h30 regressamos ao Astoria, onde compramos os bilhetes e entramos sem grandes demoras. A sala, toda negra, é muito porreira, mas algo estranha, principalmente a parte do balcão, de onde vimos as duas primeiras bandas. É uma zona muito ampla com uma metade inferior de mesas e zonas de encosto, e uma metade posterior ao estilo de um anfiteatro, com divisórias para o pessoal estar em pé e apoiado.

Os Taint começaram a tocar pouquíssimo tempo depois de termos entrado. O som não estava famoso, tiveram mesmo o pior som da noite e a recepção mais fria. Mas também é certo que ainda estava pouca gente. Acho que tocaram 6 temas, 2 deles novos, pareceram-me mais directos, mas potentes. Gostei.
Os Witchcraft vieram a seguir, enchendo o espaço com seu imaginário 70's Doom Sabbath. Com um som bem melhor do que Taint, demonstraram uma excelente coesão. Dá para notar que são apaixonados pela sonoridade que praticam e pela época em que ele surgiu. Estou com a ideia de também terem tocado 2 músicas novas, mas só me lembro de uma, tal a monstruosidade Groovy dos Riffs. É que por mais recalcadas que estejam as bases, a força das suas composições arrasa qualquer cepticismo. Muito bom.


Quando os The Sword subiram ao palco, já a sala estava quase cheia e nós em frente ao palco. A actuação destes 4 senhores foi impressionantemente devastadora. A intensidade do Age of Winters foi bem amplificada em palco, com a ajuda de um som pujante [nem tanto nas vozes] do principio ao fim, e uma postura enérgica e descontraída, exceptuando o baterista que me pareceu demasiadamente concentrado e/ou preocupado com possíveis pregos. Um exemplo perfeito de como estes concertos devem ser, Loud & Heavy.


Os Clutch eram os reis da noite, e mal soaram as primeiras notas o povo ficou louco, instalando-se um clima de pura festa. Começaram bem eléctricos com Fallon a comandar as tropas ao som de Mice and gods, You can't stop progress e Mob goes wild [não necessariamente nesta ordem], e a cerveja começou a voar por todos os lados. Aquela gente conhece as letras todas, e estamos a falar de uma fauna bem variada! Durante o último terço da actuação introduziram o tipo da Harmónica, o vocalista dos Five Horse Johnson, que entrou em palco cheio de energia, preparado para exibir os seus dotes harmónicos. Houve alguns momentos mais seremos, numa toada mais blues, que cortaram um bocado a adrenalina, mas também serviram para repousar.

Poucos terão saído enfadados do Astoria nesta noite, e muitos, como nós, terão saído cansados mas satisfeitos. Corrige-me se assim não tiver sido, mel ;-)

13 abril, 2007

A rodar...

Dialing In - Ketalysergicmetha Mother Cd-r (2005)
Esculturas sonoras bem ao meu gosto a lembrarem Belong, Fennesz e até My Bloody Valentine. Sentimo-nos num quarto cheio de guitarras saturadas em distorção num loop constante. Excelente. Recomenda-se!


Grails - Burning Off The Impurities (2007)
Por uma razão qualquer nunca morri de amores por este quarteto de Portland. Parecem ter todos os ingredientes que agradam a um fã do pós-rock, até editam através de excelentes etiquetas como a Neurot ou Temporary Residence, mas nunca me despertaram o suficiente. Vou na terceira audição e, apesar de até me estar a agradar, continuo com aquela vontade de o deixar para trás e passar ao próximo…Lift To Experience - Callin' Out To Jesus In The Middle Of The Night 7'' (2000)
Haverá fãs suficientes no Porto para um concerto de Josh Pearson a solo? Se sim, enviem mail. Há boas hipóteses de ele vir cá mas sinceramente não vamos arriscar sem garantias.
Este 7” é na verdade um split com os The Autumns mas como o que interessa são os LtE basta dizer que esta “Calling…” é tão boa tão boa que merecia estar nesse único (em todos aspectos) álbum de 2001. Até digo mais: essa obra-prima está na Louie Louie a 7,95€.

Old Man Gloom - Meditations in B (2000)
Único álbum que eu não conhecia de um dos melhores projectos do underground mais pesado. Membros de Isis, Converge, Cave In e Jesuit oferecem-nos uma experiência claustrofóbica; um monstro feio, rápido e ambiental que nos agarra pela garganta e pelo estômago e nos lança para o meio de um buraco negro. Cornos para estes gajos \oo/

Original Silence - The First Original Silence (2007)
Itália, 2005. Os super músicos Paal Nilssen-Love (bateria), Thurston Moore (guitarra) e Mats Gustavsson (saxofone) reúnem-se para um fenómeno único. Foram precisos quase dois anos mas o que interessa é que o gravaram e está disponível através da norueguesa Smalltown Superjazz desde o passado dia 20. Duas peças de uma hora em que se a primeira “If light has no age, time has no shadow" de 14 minutos é mais “catchy”, já a segunda “In the name of the law” é um exercício de 46 minutos bastante mais complexo e difícil. Barulho ou arte? Decidam isso enquanto eu vou comprar o disco. Ah, que o “The Second Original Silence” aconteça ali naquela Casa na rotunda da Boavista.

Silverchair - Young Modern (2007)
Lembro-me das primeiras vezes que ouvi os Silverchair. Devia ter uns 13 ou 14 anos e fiquei fascinado com o riff da “Freak”. Hoje, passado 10 anos, considero-os daquelas bandas especiais e nada me envergonho desses tempos. E eles também não, caso contrário teriam mudado de nome e começado de novo. Ainda bem que não. Souberam amadurecer, souberam crescer e evoluir, e é evidente que o som está diferente. Está mais ousado, mais pop, mas sem perder a sonoridade melódica e mágica que começaram a desenvolver nos últimos dois álbuns, principalmente em “Diorama”. Ouvir Silverchair é lembrar-me da minha adolescência, lembrar-me das imitações que fazia do Daniel Johns em frente ao espelho. Mas não, este álbum não é só nostalgia e só o preconceito impedirá que o mesmo seja descoberto. Para terminar, eu sei que o Roberto Medina lê este blog por isso fica aqui a sugestão: tragam os Silverchair a Rock in Rio que EU VOU.

The National - Boxer (2007)
Há bandas que comigo só funcionam por fases. Tive a fase Bloc Party com o “Silent Alarm”, a fase Arcade Fire com o “Funeral” e a fase The National com o “Alligator”. Depois disso saturei-me um pouco dessas bandas e perdi o interesse. Já ouvi este “Boxer” umas duas vezes. Chamou-me a atenção o trabalho da bateria, a voz continua “acigarrada” e hipnotizadora mas falta-me concentrar nas canções e isso não será para já.

Quem é?


O primeiro a acertar ganha um pin dos Logh ;)

12 abril, 2007

Esta frase merecia um poster!!

"Ficaria feliz por saber que se borrifam para as consequências socio-profissionais das suas escolhas... Estou cansado de calculismos, manipulações e oportunismos excessivos... A música é espiritual, terapêutica, essencial... "
Manuel Mota in Bodyspace

11 abril, 2007

Katatonia no Porto: Hoje!!!

Rodan

Rodan - How the Winter Was Passed 7" (1993)
Side A - Milk & Melancholy
Side B - Exoskeleton

Sou um grande fã desta banda mas só agora encontrei este 7". Creio que não estou a cometer nenhum crime se partilhar isto com vocês: http://www.mediafire.com/?3jm5yd2iuiy

09 abril, 2007

Amplificasom no JN


Foi pena se terem enganado nas datas. Pelican é dia 30 de Maio no Porto-Rio e James Blackshaw é dia 8 no Tertúlia Castelense, mas de qualquer maneira fica aqui o nosso obrigado ao Sérgio Almeida pela entrevista e pelo destaque.

07 abril, 2007

Concerto de Páscoa

Clutch + The Sword + Taint 08/04 @ The Astoria, grande cartaz! Só espero que ainda haja bilhetes :-)

Do novo disco dos Clutch, Electric Worry

Type O Negative - Dead Again [2007]

O Bloody Kisses é, provavelmente, o grande responsável pela criação da rotulagem Gothic-metal, rotulagem à qual eu devo ter uma alergia, tal a comichão que me provoca.
No caso dos Type O, a colagem ao rótulo até é perfeitamente compreensível. Seja pela profundidade Lugosiana da voz do Pete Steele, pela vasta palete de sonoridades tétricas dos teclados, pelo facto de serem oriundos da parte Brooklin da Transilvânia, ou pelo conteúdo lírico lascivo, religioso, sexual e vampiresco. As suas vibrações são facilmente reconhecíveis e não se limitam a ecoar elementos góticos, não há nenhuma outra banda que as produza da mesma maneira, além de que conseguem ser extremamente versáteis nos arranjos e nas composições. Podem tocar lento ou rápido, Pop, Doom, Sludge ou Hardcore que a estética é sempre a mesma.
Dead Again é o 7º álbum de originais e o primeiro disco em 4 anos. Contêm 77 minutos em que se misturam e ampliam os diversos elementos que tornaram tão característico o som da banda.
Há muitas camadas e muita variedade instrumental e vocal dentro e entre cada tema. A maior parte das músicas são bem longas, acima dos 7 minutos, e sofrem constantes mutações. As duas primeiras começam com uma aura muito Doom & Gloom num ritmo extremamente lento, para ao fim de um minuto arrancarem numa correria punk/hardcore e desembocarem em refrões para a malta cantar, o mesmo acontecendo com a mais rocker Some Stupid Tomorrow, a fazer lembrar Kill All The White People. Halloween in Heaven não é tão rápida mas é bem uptempo, contem um dos refrões mais orelhudos e introduz vocalizações femininas. September Song é a música mais atmosférica, mais perto do que fizeram no October Rust, e até vai beber influências ao rock dos anos 70 apresentando um delicioso solo de teclado. Aliás, Os teclados continuam a ter um papel proeminente em todas as músicas, tal como as tonalidades sintetizadas da guitarra.
These Three Things também é bastante atmosférica, os seus 14 minutos são uma verdadeira jornada por grande parte do espectro sonoro da banda, e a parte final até me lembra The Cult. Presumivelmente é uma música antiaborto, não sei se a letra é obra do corrosivo humor negro, até porque lá para o meio mete aliens, ou se temos mesmo o prometido cristão renascido Steele. Em An Ode to Locksmiths [grande nome!] há vibrações stoner e riffs Sabbathianos. Os riffs à Iommi não constituem surpresa e são ainda mais evidentes em grande parte de Tripping a Blind Man, onde também se podem traçar comparações de estrutura com os igualmente discípulos de Sabbath, Cathedral. O disco fecha com Hail and Farewell to Britain, uma das músicas de que mais gostei.
Dificilmente irão converter novas almas com este trabalho, mas quem, em alguma altura, teve alguma afinidade com o som da banda, deve tentar ouvi-lo, para no dia 27 de Junho marcar presença no Coliseu de Lisboa [Local estranho :-s], é que foram precisos 17 anos para cá virem!

05 abril, 2007

A rodar...

Christian Fennesz & Ryuichi Sakamoto - Cendre (2007)
Este é um daqueles álbuns que merecia um espaço só para si, mas por mais contraditório que isto possa parecer, é um álbum para se ouvir, sentir e não para se falar. É um álbum que marcará 2007, um acontecimento histórico.

Colleen - Les Ondes Silencieuses (2007)
Colleen…Colleen…Colleen… nem imaginas o quanto me arrependo de não ter ido ao Rivoli, esse concerto ainda me está atravessado na garganta.
Cécile Shott regressa com o seu terceiro álbum, um álbum triste, melancólico, outonal, um álbum que deve ser servido num final de tarde chuvoso e com o céu pintado de cinzento, não com este sol que me acompanha nestas linhas. É, portanto, bastante diferente de “Golden Morning Breaks” tanto na maneira de compor (aqui não há loops nem samples) como nos instrumentos utilizados. O violoncelo está lá, claro, a guitarra também, efeitos criados com copos de cristal, mas as “estrelas” são os instrumentos pelos quais Cécile se apaixonou recentemente e que dão uma nova magia ao seu som: a espineta (uma espécie de piano mais pequeno) e outro instrumento do Barroco, a viola da gamba. “Les Ondes Silencieuses” poderá significar várias coisas embora o seu verdadeiro significado só ela o sabe. No entanto, o que realmente interessa é que este é mais uma obra de arte feita pela nossa parisiense preferida.Lisabö - Ezlekuak (2007)
Ainda não tive tempo para pesquisar sobre estes tipos mas se o que interessa é a música então posso dizer que estes espanhóis de Irún estão a ser uma agradável surpresa. Saquei o álbum num blog que os descrevia como post rock e post metal e até concordo, mais pela primeira definição. Ainda por cima cantam em basco o que dá um novo ar à “cena”. Estou a gostar. É daqueles álbuns em que não se fica completamente agarrado mas também é porreiro q.b. para não se deixar passar ao lado. A descobrir…Pagoda – Pagoda (2007)
Em “Last Days” Michael Pitt interpretou um músico claramente inspirado em Kurt Cobain. Agora dedicou-se à música mas mesmo assim não deixou a flanela nem os tiques do falecido vocalista dos Nirvana para trás. Apetecia-me descascar em cima destes Pagoda, apetecia mesmo, mas gosto do Pitt como actor e tenho a certeza de que é honesto no que faz. Apesar de apadrinhados por Thurston Moore, não trazem nada de novo e o álbum é no geral uma seca tremenda mas todos nós temos direito a fazer o que queremos e nesse aspecto não o posso criticar. Panda Bear - Person Pitch (2007)
O álbum do momento, o hype do momento em Portugal. Talvez haja uma exagerada euforia por ter sido criado aqui, até já o consideram português como se Lisboa fosse responsável por tal feito. Pode ter influenciado, como tudo na vida, mas nesta altura do campeonato já toda a gente sabe a história de Noah Lennox e não vale a pena repetir. Vale sim, dizer que este é um álbum que merece ser ouvido e explorado em todas as suas texturas embora hoje em dia seja raro um álbum isento de inspirações ou influências. Consegue-se sentir a presença da banda de Noah – os Animal Collective –, os Beach Boys mas o que mais sentimos são os nossos passos inseguros como quem não tem a certeza do que está a ouvir. O que eu sei é que este é um álbum que nos aconchega e aquece num mundo colorido, e aposto que se todos nós puséssemos este Person Pitch a tocar ao mesmo tempo, o frio ia-se embora e o sol da Primavera voltava de vez.

03 abril, 2007

Amplificasom: Próximos concertos

Depois de termos trazido os Enablers em Novembro passado pela primeira vez a Portugal, vimos agora informar os próximos concertos Amplificasom:

James Blackshaw, 8 de Maio
Pelican, 30 de Maio (colaboração c/ Lovers & Lollypops)

Mais info (locais, primeiras partes, etc) para breve ;)