A tarefa dos Isis nunca seria fácil.
A cada novo lançamento eles tentam alterar ligeiramente a fórmula e incorporar novos elementos, nunca estagnando, mas também nunca perdendo o contacto com as suas raízes.
Desde o épico Sludgecore de
Celestial, mas principalmente desde o mais denso e simultaneamente mais ambiental Post-metal genre-defining de
Oceanic que a banda tem estado debaixo do radar de grande parte da comunidade Rockiana.
Poder-se-á dizer que in the
Absence of Truth é a sequência lógica de
Panopticon. Mas, desta vez, o tempo que me tomou a digerir o disco foi maior.
Depois da primeira audição completa do álbum, o que mais me surpreendeu, foi a forma como as guitarras já não desenbocavam nos crescendos de intensidade de forma avassaladora criando a muralha de distorção compacta habitual. Não é que os crescendos não estejam lá ou que o disco não tenha partes tão intensas como anteriormente, acontece que, as guitarras não estão é colocadas tão "à frente" como acontecia nos discos anteriores. Ao invés, a bateria faz-se notar mais que nunca, "enchendo" muito mais o disco, com ritmos mais tribais (
Firdous E Bareen) e geralmente em compassos mais acelerados (
Not in Rivers, But in Drops).
O Aaron também canta muito mais e tem mais melodia na voz, enquanto que as guitarras vagueiam durante longos momentos sem distorção ou com outros efeitos menos "distorcidos", em
Garden of Light até há umas insinuações Shoegaze.
No global, fica-se com a impressão de que eles resolveram absorver algumas ideias dos seus amigos post-rockianos, e, só depois de ouvir o disco diversas vezes, se compreende o quão bem lhe assentam essas ideias. Só é pena que lhe falte um bocado de Grandiosidade Riffal!
As melhores:
Not in Rivers, But in Drops
Dulcinea
Over Root and Thorn
Holy Tears
Lançamento a 31 de Outubro @Ipecac.