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Behold...The Arctopus - Skullgrid (2007)
Apesar de instrumentais, os “Behold… The Arctopus” devem o seu som aos grandes DEP, referência mais que óbvia. Nada de errado nisso, antes pelo contrário, mas apesar das primeiras audições deste álbum de estreia serem interessantes, ao fim de algum tempo começa a cansar tal o desequilíbrio entre a técnica e a inspiração. Para já fica encostado na prateleira mas continuarei atento.
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Blood and Time - Untitled [Southern 2007]
Gravado especialmente para as Latitudes Sessions umas horas antes de um concerto londrino dos Neurosis, este é mais um trabalho paralelo mas muito recomendável para quem gosta da banda de Scott Kelly, aqui acompanhado pelos dois companheiros Noah Landis e Josh Graham. Cinco temas em cerca de 25 minutos que não serão novidade para quem já conhece o maravilhoso “At The Foot Of The Garden”. Território escuro e introspectivo. Obrigatório!
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Buried at Sea - Ghost [Neurot 2007]
Depois de terem terminado a curta carreira em 2004, nada fazia prever que voltassem. Mas, será mesmo que acabaram? Diz-se por aí que Sanford Parker (Minsk) e o resto da malta continuaram a compor e este “Ghost” é o resultado final, um tema de meia hora que respira doom e drone. Quando o ouvi, tinha o último de Overmars bem presente na mente por isso serve como referência para quem nunca os ouviu. Khanate e afins também são referências, mas digamos que este fantasma consegue ser mais acessível. E a capa, a capa é brutal. Compra obrigatória!
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Earth - The Bees Made Honey In The Lion's Skull [Southern Lord 2008]
Não gosto de escrever sobre discos que me marcam, sinto que todas as palavras acabam por ser inúteis, mas sim, preciso de dizer a toda a gente que este novo álbum dos Earth é brilhante. Depois de “Hibernaculum”, a banda regressa aos álbuns progredindo e evoluindo a obra que começara em “Hex…”. Mais rock, gospel e melódico que os dois anteriores, Dylan Carlson consegue sempre surpreender tudo e todos. Perfeito! Ele foi e continua a ser uma espécie de visionário e, sem dúvida, que está muito bem acompanhado. Outro destaque é a presença de Bill Friesel, arrisco a dizer que as texturas que o mesmo cria fazem falta nos temas onde não toca. Enfim, álbuns assim são raros e estou-me a guardar para o original, sai já no próximo mês. É que não há outra banda assim, não há.
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Dälek - Abandoned Language [Ipecac 2007]
Já o outro dizia: “não entendes o hip hop, não percebes o hip hop” e é verdade, não entendo nem quero entender. É um estilo que nada me diz e musicalmente falando pouco cativante. Mas como em tudo, há excepções, neste caso a mesma chama-se Dälek. Aqui não há bitches nem ouro, limusines ou provocações infelizes e a própria parede sonora vai para além do habitual no hip hop. É verdade que não tanto como em trabalhos anteriores, mas Dälek continua a ser um mundo à parte. De vez em quando preciso de álbuns assim…
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Daniel Higgs - Metempsychotic Melodies [Holy Mountain 2007]
Não hesitei em ouvir este disco, as edições da Holy Mountain são sempre interessantes e recomendáveis. Não sei é como o descrever. Talvez um free folk esquisito apimentado com meia dose de drones e dedilhados à John Fahey. Não sei. O que eu sei é que é muito bom, faz todo o sentido no catálogo desta editora, e dou cabeçadas na parede de arrependimento por não o ter conhecido mais cedo. Pelos vistos veio cá e…
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James Plotkin - Indirmek [Utech 2007]
James Plotkin é um dos gajos mais interessantes do metal moderno mas que continua a sofrer do síndrome Stephen O’ Malley. Não me interpretem mal, é um excelente músico/ produtor, mas só ao lado do SOMA é que atingiu o topo e ainda não voltou lá. É evidente que não vamos colocar tudo no mesmo saco, este é um álbum completamente diferente, mas apetece-me exigir mais dele. De qualquer maneira, é um disco interessante e vou definitivamente pegar nele em breve.
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Kalas - Kalas [Tee Pee Records 2006]
Projecto composto por músicos de S. Francisco em que Matt Pike é (apenas) o vocalista. Não é nada de outro mundo, mas é interessante qb para se dar um par de escutadelas, principalmente os fãs de High on Fire. Grower.
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Unsane - Visqueen [Ipecac 2007]
Provavelmente já não são novidade para ninguém, mas só com este “Visqueen” é que conheci esta instituição nova-iorquina com cerca de vinte anos. Abrasivo, sujo, sangrento, álbum de tomates para gente com tomates. Rock puro nas veias, quanto mais se ouve mais se quer injectar.