30 outubro, 2009

Sonhar acordado...ou apenas adormecer


Graças ao um preço convidativo, 4ª Feira passada pareceu-me um bom dia para ficar a conhecer a música de um artista sobre o qual já muito tinha lido. Assim, desloquei-me até ao Teatro Maria Matos para assistir ao concerto de Jon Hassell & Maarifa Street, pronto para conhecer o que significa, em termos sonoros, o tal Quarto Mundo, que tanto impressionou, entre outros, Brian Eno.

Numa sala repleta de gente, barbas, calvície e poucas raparigas, Hassell e três companheiros tocaram durante cerca de 90 minutos. E o mínimo - e máximo, depende do ponto de vista - que se pode dizer é que foi uma actuação repleta de beleza e subtileza, mas também extremamente irregular.

Explico-me: o saxofone de Hassell emite um som belíssimo, que poucas ou nenhumas vezes terei ouvido. Evade a todo o momento a tentativa de o arrumar numa gaveta geográfica, enquanto provoca o suspiro e o desejo que não se cale. O problema é que se cala demasiadas vezes, mesmo para uma música que se quer tão delicada. E se o violinista argelino consegue quase igualar o seu mestre na capacidade evocativa do seu som, já o tocador de sampler e o guitarrista noruegueses (desculpem ter-me esquecido dos nomes) resvalam algumas vezes para um ambientalismo pouco excitante.

Se é verdade que a primeira visita de Hassell a Portugal termina com saldo positivo, também não é menos verdade que sinto alguma coisa ficou por explorar. Que aquilo tem tanto mais para oferecer. Ninguém espera free-jazz. Espera-se apenas que não se repouse à sombra dos "louros", e isso nem sempre aconteceu.

ZU no Porto: últimos dias para reservar

ZU
2 de Novembro
Passos Manuel

Horários:
22h15 abertura da bilheteira (foyer)
23h início do concerto

Reservas até segunda de manhã (conforme disponibilidade) para: amplificasom@gmail.com

Passem o halloween a comprar discos

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Voucher expiry date: 1st November 2009

Visualizar Música em Portugal (1ª parte)

Desta vez vou escrever-vos sobre apenas alguns nomes que fazem trabalho visual para música em Portugal.
Esta primeira parte abrange essencialmente artistas de design gráfico e ilustração.
São apenas alguns nomes, gostava também que escrevessem sobre outros artistas que admirem que não estão presentes nestas linhas :)


Bráulio Amado, o autor da capa do excelente album dos Lobster, o seu trabalho desdobra-se em cartazes e capas de cd.



André Coelho, a ilustração deste senhor é do melhor, é músico dos Sektor 304, fez trabalhos para a Thisco, para a Enough Records, para alguns projectos portugueses e internacionais. Faz capas, cartazes, ilustração, zines...


Tó trips, o músico dos Dead Combo assina os seus trabalhos gráficos como mackintoxico, tem trabalhos muito variados, desde posters, capas de albuns, dvd´s, fez alguns trabalhos para cinema (um deles é a capa do filme Movimentos Perpétuos de Edgar Pêra).
Fez trabalhos para Bunny Ranch, The Legendary Tiger Man, Loosers... Assina a maior parte das capas da Optimus Discos



Carlos Quitério, é um dos meus ilustradores preferidos, costuma ilustrar alguns jornais e revistas nacionais e internacionais, o seu trabalho não é apenas no campo da música, mas tem algumas das melhores ilustrações sobre músicos feitas por cá.

Blitz: 25 anos

Lembro-me quando comprava o Blitz às terças-feiras, era uma rotina quase religiosa. E adorava, adorava mesmo quando não tinha nada de jeito. Cheguei a ser assinante, cheguei a ver os Isis numa das páginas e depois vi o jornal a transformar-se em revista. Espreitei os primeiros números e separei-me dela. Compreendi e aceitei que tivesse que mudar, mas já não tínhamos nada para dar um ao outro. Foi o fim.
Faz 25 anos agora em Novembro e deixo aqui o meu desejo que tudo continue a correr bem.

Évora no mapa

Sei quem está por detrás deste evento e sei da vontade que tem em colocar Évora no mapa underground dos concertos. Malta do alentejo e arredores: é apoiar!!!

29 outubro, 2009

Rapidinhas...

Boris - Japanese Heavy Rock Hits Vol. 1 [Southern Lord 2009]
Depois da banhada que foi o split com 9dw, é bom ter os Boris de volta ao que melhor sabem fazer. É verdade que um dos motivos que me faz gostar tanto deles é essa capacidade de mutação e de experimentação de registo para registo, mas esse split foi um tiro ao lado. Já no primeiro volume desta série de três em sete polegadas encontramos uns Boris cada vez mais ecléticos, aventureiros e confiantes na sua música. Gostem ou não, eles não estão preocupados. Depois do sushi, são para mim a melhor exportação japonesa.
Drunkdriver & Mattin - A List of Profound Insecurities split 12'' [Badmaster 2009]
Não faço a mínima quem é o Drunkdriver, saquei o split por causa do basco Mattin e o tema está em loop há duas semanas. Graças à Esquilo já tive a oportunidade de o apanhar ao vivo duas vezes em dois projectos diferentes e em ambas saí com cicatrizes para o resto da vida. Não gosto de tudo o que edita, principalmente quando mete laptop, mas é impossível ficarmos indiferentes ao seu talento e visão em tudo que se envolve. Este tema é brutal!! Enablers - Now You Can Answer My Prayers 10'' [Lancashire And Somerset 2009]
O Soulseek continua a ser o software onde os melómanos partilham a sua música. Por mais raro que seja, sabemos que mais tarde ou mais cedo aquele disco que está na wishlist vai aparecer. Este novo lançamento dos americanos Enablers é um desses casos e que bem que está a saber. Não há novidades neste dez polegadas, é som à lá Enablers que basicamente serve para nos relembrarem que continuam a fazer boa música e entreter-nos até ao próximo LP. Banda especial esta…
Jesu - Opiate Sun EP [Caldo Verde 2009]
O JKB habitou-nos mal. Tirando o Infinity que ainda estou a digerir, já não editava nada há um ano e para os Jesu (ou para nós) é muito tempo. A verdade é que Justin tinha este lançamento em mente há mais de dezoito meses. Inicialmente estava previsto uma edição em que consistia nos Jesu de estúdio (Ted Parsons e Diarmuid Dalton) vs. os Jesu de palco (Dave Cochrane e Phil Petrocelli) e acabou por, tal como em Infinity, compor e tocar todos os instrumentos. Esta banda sempre foi, é e será o seu reflexo, mas as razões para tal só ele poderá explicar. De qualquer maneira, é um EP muito bem-vindo composto por quatro temas mais crus do que o habitual sem nunca perder a sua face shoegaze. Nunca exagera nem complica, mas desta vez as canções estão mais simples e melódicas com peso q.b. e deixa a “experimentação electrónica” de “We Are Not Perfect” para trás. Uma coisa que Justin nunca se irá livrar é das comparações com o seu passado, nomeadamente Godflesh, mas aquilo que me parece é que mesmo envolvido em outros projectos como Final ou Greymachine ele encontra nos Jesu a maturidade artística que sempre procurou…ou não.

Ps: Caldo Verde Records é a editora de Mark Kozelek que não pensou duas vezes depois de comer essa deliciosa sopa numa noite lisboeta.Jodis - Secret House [Hydra Head 2009]
Já falei deste disco no tasco, sublinho agora as palavras da Quartin:
“A perfeição com que todos os elementos são introduzidos ao longo das sete faixas é arrepiante. Chama-se Secret House mas bem podia ser Desert House, já que é para o que o álbum me transporta; por vezes até consigo ouvir o eco, sentir o pó a passear-se no ar. Ou talvez Secret House seja o nome correcto, por o disco me fazer encontrar essa tal casa...”
Resto aqui: Erode Oxbow - Fuckfest [Hydra Head 2009]
Esta Reedição do primeiro disco dos Oxbow datado de oitenta e nove não é nada mais que uma celebração aos vinte anos de carreira desta banda de São Francisco. Falta-lhe uma vinda a Portugal… Até isso acontecer é esperar um novo álbum já no início de 2010 embora uma coisa seja certa: bater Narcotic Story é quase impossível, é o auge desta inspiradora viagem “avant-garde” que começou ao mesmo tempo que uns Nirvana, por exemplo. A banda é composta por músicos fantásticos, sem dúvida, mas a genuinidade de Eugene Robinson e a sua maneira de exprimir os seus textos ricos numa mescla de padre meets bebé de dois anos é incrível. Tenho para mim que são uma das bandas mais subvalorizadas de sempre, mas estão aí para mais vinte. Abençoados sejam!

Sugestão para hoje

28 outubro, 2009

ISIS: falta um mês!!!!!!!

28 de Novembro, Sábado
Incrível Almadense, Almada
Bandas de abertura: Circle + Keelhaul
20h Abertura de portas
20h30 Início dos concertos
20€ (preço único)
Bilhetes bonitos à venda na Carbono (Lisboa e Amadora) e Cave.

29 de Novembro, Domingo
Sá da Bandeira, Porto
Bandas de abertura: Circle + Keelhaul
20h Abertura de portas
20h30 Início dos concertos
20€ (preço único)
Bilhetes bonitos à venda na Lost Underground, Louie Louie (Porto e Braga), Piranha e Jojo's.

Bilhetes feios para ambos os concertos à venda na Ticketline, lojas Fnac, Worten, Bliss, Livraria Bulhosa (Oeiras Park e Bom Sucesso), Agências Abreu, CC Dolcevita, Megarede, Breakpoint (Vigo) e noutros locais habituais.

Mais palavras para quê? Estreia em Portugal em dose dupla via Amplificasom e Prime Artists de uma das bandas mais interessantes e desafiantes deste século.

AMPLIFICASOM

No blog com... Sérgio Hydalgo

Em dia de aniversário da ZDB, é preciso (re)conhecer um dos programadores que está por trás da excelente agenda da Zé dos Bois. O seu nome é Sérgio Hydalgo, autor do interessante programa Má Fama que entretanto teve que suspender para se dedicar a 100% a este novo projecto. O resultado está à vista de todos: a ZDB tem uma programação eclética, atractiva e de grande qualidade. Eis as perguntas do costume:

O que roda no teu leitor de cds/ mp3?
Tanta coisa. Mas certamente mais Mp3 e vinil. O Cass McCombs fez um par de singles perfeitos e tem rodado com alguma insistência. Sun Araw, Gary War, Sunn 0))), Peaking Lights, Harappian Night Recordings, Orchestre Ply-Rythmo de Cotonou, etc etc etc.

Último álbum que compraste?
Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou "The Vodoun Effect" 1972-1975" (Analog Africa)

Último concerto?
Hisham Akira Bharooka (Soft Circle) no terraço da ZDB.

Último filme que viste?
Pouco cinema. Totalmente viciado na The Wire ("Omar don't scare")

Livro na tua mesinha de cabeceira?
Cassavetes on Cassavetes (Ray Carney)

Them Crooked Vultures

Josh Homme (QOTSA) + Dave Grohl (Foo Fighters) + John Paul Jones (Led Zeppelin) =
Que vos parece? Já agora, indo atrás do tópico do Stage Diving, alguém tem saudades dos Queens of the Stone Age?

Pyramids & Nadja

A ZdB faz anos

A Zé dos Bois, mítico espaço de referência no panorama cultural lisboeta e português, festeja hoje 15 anos de vida. Da parte da Amplificasom deixo aqui o nosso obrigado pelos concertos em que temos colaborado e desejos que continue a festejar por muitos muitos anos. Parabéns ZdB!

27 outubro, 2009

OSTIA

Vejam o video até ao fim. Quem não se arrepiar que fique em casa:

Já lá vão cinco anos...

No passado domingo foi o quinto aniversário da morte desse grande mestre que dá pelo nome de John Peel. Falei da sua autobiografia em Setembro de 2006 e agora, três anos depois, insisto para todos aqueles que não conhecem uma das mais importantes vozes da rádio: Margrave of the Marshes

Ps: O livro andava à venda nas funáques por uns míseros 12 euros...

James Plotkin: entrevista

Grande entrevista (em tamanho e qualidade) concentrada sobretudo no seu último projecto Jodis. Mas há mais, muito mais sobre um dos cérebros da música actual. Aqui

Boris: Heavy Metal Addict (HMA)

Opeth no Porto

Review de Nuno Lobão no Catarse Sonora

JODIS @ Rock-A-Rolla 22


26 outubro, 2009

CAVE cancelado

É com um certo sabor amargo que vos transmito que o concerto dos americanos CAVE no Porto foi cancelado. Desde o início que este concerto foi perseguido por um certo karma negativo e acabou da pior maneira. Somos (Amplovers) alheios às razões que levaram a este desfecho, fizemos tudo e mais alguma coisa para encontrar soluções aos imprevistos constantes mas o concerto teve mesmo que ser cancelado. Para que fique registado, tanto a Amplificasom como a Lovers & Lollypops vão assumir o cachet da banda. É com muito orgulho que somos constantemente contactados por diversas bandas e agentes de todo o mundo e assim vamos continuar com a palavra acima de qualquer contrato. A todos aqueles que pretendiam ir ao concerto, acreditem que fizemos o nosso melhor. Fica a promessa de voltarem para o ano e arrasarem Lisboa como compensação. Sexta apareçam na ZDB.

Outono em Vigo parte 2

Kings of Convenience
Javiera Mena
Bedroom Community
Tender Forever
Emilio José
Circle (agenciado pela Amplificasom)
The Dodos

23 outubro, 2009

O que tenho no meu iPod - Os Assassinos da Lua de Mel




Não tenho iPod. Aliás, tenho com o iPod a mesma relação que Bill Clinton tinha com o cannabis, fumou mas não inalou. Eu tenho um iPod mas não é meu. Ofereci-o à minha cara metade há uns dois anos mas este ano sou eu que ando com ele. É um daqueles Nano de 4Gb.

Durante a época eleitoral refugiei-me em casa dos meus pais durante os dias de reflexão. Aproveitei para pôr em dia todas as leituras de revistas velhas e anexos de jornais que por lá andam por casa e cheguei à conclusão que a pergunta que mais se repete hoje em dia é "o que é que tens no teu iPod?".

Como era época de reflexão aproveitei para reflectir no tema e na dificuldade que os jornalistas teriam para formular esta pergunta há uns anos atrás. No meu caso teriam que perguntar: "o que é que tu tens gravado numa cassete C60 para ouvir no teu walkman sony que tem o motor tão marado que não puxa as C90?".

Não quero de forma alguma parecer nostálgico mas havia algo de mágico na criação de uma MixTape numa cassete C60. A exposição que se tinha ao oferecer uma destas a alguém de quem se gostava é equivalente a andar nu na Rua de Santa Catarina à hora do almoço. Lembro-me de passar dias inteiros com dramas existenciais tais como se o Swimming Horses de Siouxsie & the Banshees deveria vir antes ou depois do Golden Brown dos Stranglers, ou se deveria incluir o More than this dos Roxy Music ou o Souvenir dos OMD (na altura era "pimba", mas o Souvenir acabava sempre por arranjar o seu espaço).

Em meados dos anos 80 andava eu numa dieta de Cure, Echo and the bunnymen, Joy Division e afins quando me ofereceram uma MixTape com um tema que nunca vou esquecer. Deep Space Romance de uma banda Belga chamada Honeymoon Killers/Les Tueurs de la Lune de Miel. Um tema sobre o caso amoroso entre o piloto automático de uma nave interestelar chamada Ariane e a Coronel Fifi la Fiévre.

Não me lembro de mais nenhum tema dessa compilação mas sei que pedi para me gravarem o album onde vinha esta faixa. Gravaram-me 2 discos, o LP Honeymoon Killers/Les Tueurs de la lune de miel e o EP Subtiled Remix. Era uma banda inacreditável, completamente diferente de tudo o que eu ouvia na época, liderada pelo par mais irreal que creio já ter visto, Yvon Vromman (pintor e jogador de póquer profissional, com um enorme nariz de bebedolas) e Véronique Vincent (modelo e jornalista). Nas teclas estava Marc Hollander dos Aksak Maboul e que mais tarde viria a ser o patrão da Crammed Records.

O album está recheado de temas fabulosos como o Decollage, Ariane, Laisse tomber les filles (original de Serge Gainsbourg) e Route Nationale 7 (original de Charles Trenet). O EP Subtitled Remix é composto por três reinterpretações em inglês de temas do LP.

Quando me deram esta cassete a banda já estava a acabar. Os discos eram de 81 e 83 e nunca mais gravaram nada. Antes destes já tinham gravado um outro LP (Spécial Manoubre) mas com outra formação, sem a Véronique.

A cassete acompanhou-me durante anos e a importância desta só a vim a reconhecer anos mais tarde, quando me apercebi que foi nessa data que o meu foco musical passou de Inglaterra para o eixo Bruxelas/São Francisco. Graças a esta cassete vim a conhecer bandas como Tuxedomoon, Minimal Compact, Residents, Wire (estes são Ingleses mas eram amigos do pessoal da Crammed em Bruxelas)...

Desde essa altura o tema Deep Space Romance passou a ser parte integrante de praticamente todas as minhas compilações até aos dias de hoje .

Assim, no meu Walkman Sony com motor marado roda uma cassete BASF de CrO2 com o LP Les Tueurs de la Lune de Miel e o EP Subtitled Remix. Já quase não se ouve por baixo de tanto ruido...
(para dizer a verdade encontrei o disco há tempos numas reedições da Crammed em CD e agora ouço-o no iPod Nano de 4Gb)

Nunca agradeci a cassete. Obrigado Paula.

... o album chegou a ser considerado o melhor album rock de sempre de uma banda Belga.




Sugestão para amanhã

Umas vinte guitarras, uma dezena de baixos e uma única bateria. Super interessante!! Amanhã às 22h30 no Passos. 5€

Esquilo em saldos

A loja online da Esquilo vai fechar. Todos os discos (excepto as próprias edições da casa) estão com 30% de desconto, ou seja, ao preço marcado no site basta tirarem o desconto e repararem que é possível comprar autênticas raridades por 10/11 euros. Espreitem aqui: http://www.esquilo-records.com/

Ontem houve Monstros na Casa Viva





Jorge Silva

O Eugénio tem um novo livro

"Mixing equal parts Mickey Spillane and Quentin Tarantino, A Long Slow Screw, set during a week in the late 1970's New York City is a mean streets meander through a jewel heist gone from bad to worse, as sometimes crook Jake Paternostra tries to make a buck the hard way: one bullet at a time."

Vide o que deu à costa

A Fiona e a Madison parece que ainda agora se juntaram. Aliás, deram o primeiro concerto ainda anteontem. E também não há fotos. Graças à Internet, dou por mim a desejar que a Zé dos Bois as recrutasse para fazer a primeira parte do concerto do Onddas. Não terão um Zach Hill na bateria. Todavia tem carradas de energia para dar e vender.

A música das Coasting consiste em riffs distorcidos, com ascendência na surf music, no fuzz-rock, no psychobilly, no garage sujo, completados por uma bateria com um amor/ódio (só pode ser, pela forma como os ataca) pelos címbalos. Não estamos em território Stripes/Black Keysiano, pois não parece haver resquício de proficiência técnica aqui. As Coasting aparentam existir com o desvario e abandono da posição estática em mente.

É verdade que este som poderia ter aparecido desde há muitos anos. Felizmente para as Coasting, enquanto houver gente com vontade de experimentar este lado avariado e anfetaminado do rock, as suas músicas continuarão a fazer todo o sentido. Toca a aprender os riffs. São bem simples.

Vêm de Brooklyn.

MySpace

22 outubro, 2009

Russel Haswell - Second Live Salvage [Mego 2008]

Enquanto o novo "Wild Tracks" não aparece, decidi recuperar este disco.
Russel Haswell é um artista inglês que se movimenta pelas lides sonoras e visuais através de instalações e apresentações em galerias de arte, museus e afins. Este seu segundo álbum a solo via Mego - embora na sua discografia haja diversas colaborações com Florian Hecker, Aphex Twin ou Earth - é mais uma “compilação” de temas seus por esse mundo fora. Cada um é baptizado com a duração, ano, sala e cidade. E não é por acaso. É neste aspecto que a sua música se funde com a ciência, seja ela a geografia, a sociologia ou a antropologia. É interessante apercebermo-nos da interacção e dinâmica dos seus temas com o público conforme os espaços e as cidades. Se em Valência a sua música funciona como “adereço” no meio de um museu onde a audiência é passageira e faladora, em Estocolmo no “laboratório” Fargfabriken há um silêncio e respeito brutais. Já em Brighton, e sendo um tema mais ruidoso, sente-se um público menos tolerante e impaciente.
Russel dá então em Second Live Salvage um sentido fonográfico à experiência que propõe ao vivo. A sua música incorpora toda a ambiência à sua volta e mesmo sendo uma mescla de composição com improvisação não deixa de ser minuciosa e abstracta. Nos seis temas do álbum, Haswell mostra como o noise pode ser um espectro interessante e infinito sem que se pareça com feedback vomitado. Desmente todas as teses de que noise é barulho, prova como se constrói a desconstrução do mesmo de uma forma complexa mas variada, genuína e cheia de nuances. Tal como Sunn O))), é ao vivo que está a essência pois o seu som chega a ser táctil, é esculpido de forma a conseguirmos tocar nele. Ouvir com phones é então algo desaconselhável, os sons precisam de espaço.
Este é outro daqueles discos obrigatórios que deviam ser estudados. Ultrapassam barreiras, desafiam. É preciso parar um pouco e tentar perceber, deixarmo-nos envolver. É verdade que há probabilidades de sairmos devastados, mas quando recuperarmos já nos sentimos diferentes… para melhor.

O Alotus é tão bom...


Já ouviram?

21 outubro, 2009

Two White Monsters... amanhã na Casa Viva

Tal como tinha prometido, aqui fica o "reminder" para amanhã não perdermos a dupla João Filipe & Henrique Fernandes depois da excelente primeira parte na noite de Kayo Dot. 19h.

Clara ministra?

Não sendo socialista, gostei de ver o primeiro-ministro a assumir a culpa pelo facto de se ter esquecido da Cultura no último mandato e a prometer mudar nos próximos quatro anos. Diz o DN que Sócrates tem em mente Clara Ferreira Alves para ministra. Deixando para já de lado as medidas que gostaríamos de ver implantadas, que vos parece esta escolha?

Anvil, the story - It really rocks


Agora que estou a aproveitar a licença de paternidade para passar todo o tempo com a pequena, vou tendo um tempinho para estes extras quando ela está a dormir.
Ontem decidi pegar neste documentário, mas apenas tive oportunidade de ver os primeiros 50 minutos, curiosamente, coincidência das coincidências, quem eram os convidados do conan o'brien no tonight show que ontem passou na sic radical? Os Anvil!
Já tinha lido maravilhas sobre este documentário sem no entanto antever quais seriam os grandes méritos que ele poderia ter para atrair tamanhos louvores. Facto é que agora estou completamente rendido, é um documentário deveras envolvente que tem a música como personagem principal mas que fala de sonhos, de relações, de valores, de crer, e posso afirmar que é um dos melhores que alguma vez vi. Tanto tem momentos hilariantes como alturas de tensão e descarga emocional, com algumas situações que chegam a ser confrangedoras. Felizmente a esperança é uma constante e a crença na oportunidade que há-de surgir é a motivação que transporta o sonho. Aquela Tour Europeia é qualquer coisa... Não é requisito ter gosto pelo Heavy Metal ou até mesmo um gosto em particular por música no geral para simpatizar com estes personagens e se deixar envolver pela história de amizade, honestidade, dedicação, camaradagem, entusiasmo e até ingenuidade que envolve as 2 almas de 50+ anos que carregam o Anvil.

ISIS: a tour começa hoje

21-10-09 Koko London
22-10-09 Cyprus Avenue Cork
23-10-09 Button Factory Dublin
24-10-09 Black Box Belfast
25-10-09 Stereo Glasgow
26-10-09 The Cluny Newcastle
27-10-09 Academy Manchester
28-10-09 Asylum Birmingham
30-10-09 Essigfabrik Koln
31-10-09 Gruenspan Hamburg
01-11-09 Kb Malmo0
2-11-09 Parken Gothenburg
03-11-09 Betong Oslo
04-11-09 Strand Stockholm
06-11-09 Nosturi Helsinki
07-11-09 Rock Cafe Tallinn
08-11-09 Spikeri Concert Hall Riga
10-11-09 Proxima Warsaw
12-11-09 Palac Akropolis Prague
13-11-09 Posthof Linz
14-11-09 Arena Vienna
15-11-09 Diesel Club Budapest
16-11-09 Teatar Itd Zagreb
17-11-09 Kino Siska Ljubljana
19-11-09 Estragon Bologna
20-11-09 Alpheus Rome
22-11-09 Fuzz Club Athens
23-11-09 Musicdrome Milan
24-11-09 L'usine Geneva
26-11-09 Sala Apolo Barcelona
27-11-09 Sala Penelope Madrid
28-11-09 INCRIVEL ALMADENSE LISBOA
29-11-09 TEATRO SÁ DA BANDEIRA PORTO
01-12-09 Rock Star Live Bilbao
02-12-09 Bt59 Bordeaux
03-12-09 Trabendo Paris
04-12-09 Substage Karlsruhe
05-12-09 Trix Antwerp
06-12-09 Vera Groningen
07-12-09 Postbahnhof Berlin

20 outubro, 2009

Ouvir online: 20 Years of Merge Records: The Remixes


Tracklist:

Kalgon (Polvo) by Caribou
Mother of Pearl (Pram) by Barbara Morgenstern
Baby's Way Cruel (Guv'ner) by Four Tet
Drill Me (I Was So There Remix) (Portastatic) by The Blow
The Ghost of You Lingers (Spoon) by John McEntire
No Cars Go (Arcade Fire) by Jason Forrest
Volcana! (I Hope Your Train Crashes Remix) (The 6ths) by Xiu Xiu
Bow to the Middle (The Rosebuds) by +/-
Irene (Caribou) by Hands Off Cuba
Washington, D.C. (The Magnetic Fields) by Mark Robinson
Nashville Parent (Lambchop) by Junior Boys

Excelente versão de Caribou (tema dos Polvo)

Ouvir

pg.lost + Indignu em fotos*









*Jorge Silva

Outono em Vigo

Amigos galegos, amanhã de manhã será apresentada a programação de Outono do Sinsal. Daremos conta assim que os concertos sejam anunciados, mas é esperar mais umas belas noites em Vigo.