31 dezembro, 2009

O imaginário de Fever Ray


Existem projectos musicais que marcam pela diferença a nível visual.
Alguns consideram este aspecto uma extensão da própria música, outros um complemento, existem também aqueles que não dão assim tanta importância a esta questão.

Um projecto que me chamou a atenção, quer pela música, quer pelo visual é o projecto a solo de Karin Dreijer Andersson dos The Knife, Fever Ray. Já com os The knife Karin Andersson apresentava elementos visuais a condizer com cada álbum.

Os vídeos, as fotografias, as mascaras, o guarda-roupa, os adereços são utilizados para expressar algo sobre a música, uma estética, um sentimento de maneira a que chame a atenção da própria música e não da pessoa atrás dela, segundo Karin "a música por si só consegue direccionar tudo o que precisas saber, porque a necessidade de saber sobre a pessoa que a criou? A música é muito maior que a pessoa".

A influência estética de Karin no seu primeiro álbum a solo é assumidamente nativa americana, algo que foi buscar a Dead Man de Jim Jarmusch e ao álbum "Anonymous" dos Tomahawk, pois esta influência também se estende à maneira de cantar, algumas músicas fazem lembrar por vezes cânticos nativo americanos.

A nível músical fez um álbum mais lento do que os anteriores com os The Knife, ela compara o ritmo lento ao ritmo do filme de Jarmusch.

Ao vivo o visual de Fever Ray é considerado um ritual, com um ambiente muito teatral, com Karin utilizando uma guarda-roupa nativo americano, mascaras africanas, a cara pintada, alguns candeeiros, pouca luz, fumo e alguns lasers, os músicos que a acompanham também se apresentam devidamente trajados.

Karin faz lembrar uma Björk mais nova, com sangue novo e um visual mais sério, teatral, intimista e no final escondido (Alguêm já viu a cara dela sem qualquer artificio?).

Vamos ver como será o segundo álbum de Fever Ray.

Leitores do tasco top 20 parte 1

11) Crippled Black Phoenix - The Resurrectionists/ Night Raider [Invada]12) Pelican - What We All Come To Need [Southern Lord] 13) Buried Inside - Spoils of Failure [Relapse]14) Jodis - Secret House [Hydra Head] 15) Animal Collective - Merriweather Post Pavilion [Domino]16) Porcupine Tree - The Incident [Roadrunner]17) Shrinebuilder - Shrinebuilder [Neurot] 18) Caspian - Tertia [The Mylene Sheath]19) Orthodox - Sentencia [Alone] 20) Russian Cirles - Geneva [Suicide Squeeze]

Sunny's Time Now

Ainda há dias mencionava aqui o extraordinário Sunny Murray...
"Sunny's Time Now" é um documentário sobre um dos bateristas mais importantes do (free) jazz.
108 minutos sobre o passado e o presente de Murray, com comentários de Robert Wyatt, Cecil Taylor, William Parker, etc.

Clip: The Wire

Dia 8 de Março seremos todos Belus

Burzum
Belus
CD & Double LP
8.03.2010

1. Lukans Renkespill
2. Belus' Doed
3. Glemselens Elv
4. Kaimadalthas' Nedstigning
5. Besoek til Kelio
6. Alvenes Dans
7. Alvegavene
8. Sverddans
9. Keliohesten
10. Morgenroede
11. Belus' Tilbakekomst

Farewell Mona Lisa

O pessoal porreiro do Bolachas disponibilizou o novo tema dos enormes Dillinger Escape Plan!! Farewell Mona Lisa marca a adeus à Relapse depois de anos a colaborarem. Pelos vistos não gostaram da forma como Ire Works (não) foi divulgado. Resumindo, nova editora, novo baterista, Mike Garson, primeiro tema de 2010 que vou ouvir... Venha mas é o álbum!!! Eis o link: Bolachas Grátis

30 dezembro, 2009

Depois de amanhã começa 2010

E por isso está na altura de compilar a(s) listinha(s) da praxe.
2009 foi um ano muito especial, singular, o germinar de uma vida é um milagre perfeito e indiscritível.
Não houve tanto tempo disponível para consumir música nova como em anos anteriores, quer em disco, quer em concerto, e até pensei que iria ter dificuldade em arranjar 40 álbuns de 2009 de que tivesse realmente gostado, mas quando dei por mim já tinha uma lista com o dobro dos discos. Mesmo com os muitos álbuns que ficaram por descobrir (e por aprofundar), 2009 revelou-se uma colheita excelente. Pode ser da chuva ou do vento, se estou a fazer uma ordenação é porque estou a considerar uns superiores aos outros, mas não quero cometer o excesso de nomear os melhores do ano, apenas os favoritos de entre os que ouvi.
Um 2010 preenchido com bons sons, a alma agradece.

40. Caspian - Tertia
39. Altar of Plagues - White Tomb
38. Pyramids with Nadja - Pyramids With Nadja
37. Tombs - Winter Hours
36. Keelhaul - Keelhaul's Triumphant Return to Obscurity
35. Rome - Flowers From Exile
34. Process of Guilt - Erosion
33. Fall of Efrafa - Inlé
32. Katatonia - Night Is the New Day
31. And So I Watch You From Afar - And So I Watch You From Afar
30. Doomriders - Darkness Come Alive
29. Amorphis - Skyforger
28. Greymachine - Disconnected
27. Pelican - What We All Come to Need
26. Gnaw - This Face
25. Minsk - With Echoes in the Movement of Stone
24. Krallice - Dimensional Bleedthrough
23. Fuck Buttons - Tarot Sport
22. Baroness - Blue Record
21. Agoraphobic Nosebleed - Agorapocalypse
20. Sunn O))) - Monoliths & Dimensions
19. Between the Buried and Me - The Great Misdirect
18. Zombi - Spirit Animal
17. Russian Circles - Geneva
16. Lightning Bolt - Earthly Delights


15. Cobalt - Gin


14. Ben Frost - By the Throat


13. Blut aus Nord - Memoria Vetusta II: Dialogue With the Stars


12. Zu - Carboniferous


11. maudlin of the Well - Part the Second


10. Wolves in the Throne Room - Black Cascade


09. Pulling Teeth - Paranoid Delusions / Paradise Illusions


08. Mastodon - Crack the Skye


07. Eagle Twin - The Unkindness of Crows


06. YOB - The Great Cessation


05. Isis - Wavering Radiant


04. Mono - Hymn to the Immortal Wind


03. Buried Inside - Spoils of Failure


02. Kylesa - Static Tensions


01. Converge - Axe to Fall

Concertos

Isis @Sá da Bandeira
Earth @Passos Manuel
Wolves in the Throne Room @Porto-Rio
This Will Destroy You @Passos Manuel
Zu @Passos Manuel
Buried Inside @Porto-Rio
Kayo Dot @Passos Manuel
Fuck Buttons @Plano B
Pg.lost @Passos Manuel
Minsk @Fábrica de Som

E já agora, sem pensar muito, 10 Filmes que vi em 2009 e que me marcaram:

Moon
the Hurt Locker
Adventureland
District 9
Anvil! The Story of Anvil
Star Trek
Ponyo on the Cliff
Avatar 3D
Inglourious Basterds
UP

E porque não, o Jogo?
Call of Duty - Modern Warfare II :)

29 dezembro, 2009

Top 20: recta final

Isto foi mais rápido do que pensei por isso se quiserem enviem até amanhã os vossos vinte discos preferidos de 2009 por ordem de preferência. Dia 31 e dia 1 postarei os álbuns que mais rodaram em nossas casas.

Para já, e só para aguçar o apetite, posso-vos dizer que a guerra pelo primeiro lugar é entre quatro álbuns, um destes ficará em primeiro. O resto está muito equilibrado e inclusive há alguns separados por um único ponto, podem até sair do top 20 bastando que alguém coloque esse disco no último lugar da sua lista...

Vá, atirem as vossas listas para amplificasom@gmail.com para arquivarmos 2009 e seguirmos em frente \m/

Vai um Bailey às quatro da manhã?

Há quem acorde com vontade de ir à casa de banho, com fome ou com sede. Eu às vezes acordo com vontade de ouvir música. Esta noite eram quatro da manhã quando acordei para pôr o Standards do falecido Bailey a tocar.

Derek Bailey foi um músico inglês extraordinário que tinha uma abordagem única perante a guitarra. Podemo-lo situar algures entre o improv e o avant-garde, era aliás uma das figuras mais interessantes da improvisação. Colaborou com dezenas e dezenas de músicos (de Tony Braxton a Evan Parker passando por Dave Holland, David Sylvian ou John Zorn) lançou um livro, editou inúmeros discos, e tinha uma editora: a Incus. No passado dia 25 fez quatro anos que a sua guitarra se calou, mas o seu legado (musica e tecnicamente falando) é um tesouro para todos nós. Standards, o álbum em questão, é uma viagem jazzística conduzida pelo estilo inconfundível, explorador e enigmático de Derek. Os seus dedilhados são imprevisíveis, podemos ouvi-los várias vezes que a sensação do desconhecido é sempre a mesma. Sentimo-lo a respirar e a inovar entre os acordes, sentimos a “luta” entre o som e o silêncio (esteticamente as comparações com John Cage são correctas) atravessando o espaço ao longo do tempo.

Este Standards e o Ballads (ambos editados pela Tzadik) são, para mim, as suas melhores obras. Reza a lenda que enquanto gravava o álbum em Nova Iorque e não satisfeito com o seu resultado decidiu ir até Londres. O primeiro é o Standards e o segundo é o Ballads, não sabemos é se Derek alguma vez tinha intenção de o editar…

Passou por Portugal, alguém teve o prazer de o ver?

Derek Bailey (1930-2005)

28 dezembro, 2009

Rapidinhas

African Scream Contest - Raw & Psychedelic Afro Sounds from Benin & Togo 70's [Analog Africa 2008]
Depois da viagem ao oeste africano proporcionada pelo João, comecei por espreitar a compilação recomendada. Este álbum regista apenas o melhor de dois países que fazem fronteira com Gana e Nigéria (falei duma compilação nigeriana aqui), imagine-se os tesouros que devem andar escondidos por esse continente fora. Destaques para Lokonon André & Les Volcans e Orchestre Poly-Rythmo e tenho que dizer que achei um piadão ao Roger Damawuzan. Albert Ayler Trio - Spiritual Unity [ESP 1964]
Só agora conheci um dos responsáveis pelo nascimento do free jazz, Albert Ayler. Até ver o seu nome homenageado no último Joe McPhee desconhecia a sua obra e importância no espectro mais interessante do jazz. Então e o Coltrane? Também também, mas foi Ayler que quebrou todas as regras e o próprio John “inspirou-se” nele nos seus discos pós-64. Albert até começou no R&B, mas foi aqui que juntamente com Gary Peacok e Sunny Murray (pioneiro do free na bateria) fez história. "Nunca antes ou depois disto houve uma agressão tão crua ao jazz”, mencionava um artigo em 1958. Conceptualmente apanhou o melhor da Nova Orleães, musicalmente foi mesmo um pioneiro. Desde o seu afogamento misterioso até aos dias de hoje surgiram músicos de topo capazes de cenas incríveis, mas Ayler deixou mesmo uma marca eterna.
Nas últimas semanas devo-o ter ouvido dezenas e dezenas de vezes, está brilhante. O único defeito é que a bateria está muito atrás, mas quando o comprar vou optar pela versão remasterizada. Ah, até a capa é perfeita… Fushitsusha - Origin's Hesitation [PSF 2001]
Após a saída de Jun Kosugi e a transformação em duo, Origin’s Hesitation marcou uma nova fase para os Fushitshusha. Keiji Haino passou para a bateria e juntamente com o baixista Ozawa tentaram preencher o vazio deixado pelo terceiro elemento. O resultado foi um álbum mais experimental e despido, muito diferente dos álbuns anteriores. Os fãs, como eu, vão fazer um esforço para “chegar lá” pois sabem do que a banda foi capaz, mas quem não estiver interessado não é mesmo por aqui que deve começar. Tentem este: Live 2Iancu Dumitrescu - Untitled (1983-1991) [Edition Modern 1991]
Mencionei este compositor romeno aqui e repito: as suas obras são das mais interessantes que descobri nos últimos tempos. Este álbum é constituído pelas peças Pierres Sacrées (1991), Harryphonies (alpha) (1985), Grande Ourse (1983), e Harryphonies (epsilon) (1986) que se destacam pela sua ousadia e frontalidade naquilo que é a música contemporânea. A Pierres Sacrées valeu-lhe mesmo a entrada no mundo avant-garde. Não há muito mais que se possa dizer sobre este mestre, é investigar. Rodrigo Amado, Kent Kessler, Paal Nilssen-Love - The Abstract Truth [European Echoes 2009]
Segundo álbum deste trio liderado pelo lisboeta Rodrigo Amado (sax tenor e barítono), Kessler no contrabaixo, e Love inconfundível na bateria (dos melhores da actualidade). Inspirado, em parte, no pintor surrealista De Chirico, o sucessor de “Teatro” é um álbum improvisado mas com lógica, é um álbum onde o saxofone nos conta todas as histórias. Aquilo que mais aprecio no Free é a sua instabilidade, a sua improvisação, a incerteza do desconhecido e do que vem a seguir. Este “The Abstract Truth” tem tudo isso e onde lhe falta pulmão (elogio) ganha em harmonia.

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Fernanda Vareille


























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RIP Vic Chesnutt

Terminamos o ano com mais uma perda: Vic Chesnutt deixou-nos há uns dias atrás depois de uma overdose de relaxantes musculares. Mais info no site da Constellation.

O pai natal trouxe-vos discos?

Tirando as meias e os boxers do costume, espero que o pai natal vos tenha trazido uns discos.
Não se esqueçam de enviar as vossas listas até amanhã. O top 20 dos leitores da Amplificasom será revelado no último dia do ano.

25 dezembro, 2009

Erased Tapes Records

Um presente de natal, não é meu, mas partilho convosco, a última compilação da Erased Tapes, para sacar aqui, em "DDC*" escrevam "MY-FREE-ERATP020" e escrevam o vosso e-mail.

No site da editora tem informações para também sacarem a primeira compilação

23 dezembro, 2009

Peter Brötzmann Quartet - improvisation (1974/10/17)







October 17, 1974
Palace Of Culture And Science, Congress Hall - Jazz Jamboree
Warsaw, Poland

Peter Brötzmann - tenor saxophone, clarinet, mouthpiece
Alexander von Schlippenbach - piano, prepared piano
Peter Kowald - contrabass
Paul Lovens - drums, percussion

Mensagem de Natal



Caros amigos, tenho andado um bocado afastado, mas desejo a todos umas boas festas.

22 dezembro, 2009

John Cage dixit

"I never see any point to music journalism; all those reviews, just to say what one person thinks about another person's work; those questions about what it all means, what your intentions are."

Esta frase é de '88, ou seja, pré-internet. Será que hoje Cage manteria a mesma opinião?

Single: Tycho - Coastal Brake

Ouvir/Download/Info: Coastal Brake

Discogs

O Discogs é um site fantástico, acho que consegue ser melhor que o allmusic. Lá podemos encontrar informação detalhada e pormenorizada de determinada banda/ músico. Está nos favoritos, consulto-o com regularidade, mas nunca lá comprei qualquer disco e tenho um Iancu Dumitrescu debaixo do olho.
O contacto é feito entre comprador-vendedor ou tal como numa Amazon o Discogs é intermediário? Têm algumas dicas?

21 dezembro, 2009

Sons ecológicos

Imaginem-se em Copenhaga. Conseguem furar a segurança e entram na sala onde os debates decorrem com uma aparelhagem na mão. Não há tempo para discursos e toda a gente lá dentro está farto de palavras. Que tema colocariam a tocar?

19 dezembro, 2009

Sunn O))) - Fireside Chat RBMA Radio



Conversa com Stephen O'Malley, Greg Anderson e Attila Csihar na Red Bull Music Academy Radio

18 dezembro, 2009

A primeira encomenda

Crest, decidi arrumar o porta luvas do carro e imagina o que encontrei: a nossa primeira encomenda à Hydra Head. Dois 5ive, um Isis e um Pelican que viriam a cair na alfândega. Isto já tem uns anitos, vê lá que nessa altura alguém até escreveu um "enjoy your new music, it's good stuff".

East Of The Wall + Year Of No Light + Rosetta - Split

Só pela Homesick este split já vale a pena! Coagido por uma certa pessoa comecei pelo fim e ainda não consegui descolar da interpretação do clássico dos The Cure feita pelos Rosetta. Até bom uso de vozes "limpas" fazem.

Alemu Aga hoje no Porto

Alguém o viu ontem em Lisboa? Que tal? Hoje é a vez do Porto receber o etíope Alemu Aga no último concerto do ano comissariado pela Filho Único. O mestre da begena (uma espécie de harpa) foi o último professor deste instrumento que se crê ter origem há cerca de três mil anos na era do rei David. Tocador, geógrafo e lojista residente em Adis Abeba, Alemu viaja, há já algum tempo, um pouco por todo o mundo a mostrar esta sua maravilhosa música ancestral.
22h na Culturgest, 5€.

17 dezembro, 2009

Agora é Crowbar em Corroios!


Na primeira parte de Sepultura a 08.04.2010. Isto está bonito. Estou a ver metade da sala a ser preenchida por culpa destes senhores, ou então não.
Quem se lembra da presença assídua destas preciosidades no Headbangers Ball? O que eu delirava com Crowbar, era o derradeiro peso!
 

pedais, pedais e mais pedais

Para os geeks do material aqui fica uma foto dos pedais do Omar Rodriguez-Lopéz.




E para que os baixistas não se sintam discriminados - os pedais do Justin Chancellor.

 

Já agora, a opinião em alguns fórums  por aí, é a de que quem abusa da utilização de pedais é porque precisa de esconder o mau guitarrista que é, por isso, e aproveitando a quadra, lanço um apelo - preciso de pedais, montes deles, ok? Antes que alguém note que eu não toco mesmo nada!!!