29 outubro, 2010

2010 acaba aqui!!

EAGLE TWIN + POMBAGIRA
2 DE NOVEMBRO, TERÇA
PORTO-RIO
PORTAS 21H30 INÍCIO 22H
8€
RESERVAS:
amplificasom@gmail.com

A próxima terça é a noite do Riff, a noite do drone e do doom se é que preciso etiquetá-la. Os Eagle Twin são uma das apostas recentes da Southern Lord e o debute mostrou-nos porquê: não há outra banda assim que consiga unir os espectros mencionados num espírito descomprometido com espaço para improvisar. E a voz de Gentry Densley impressiona com aquele timbre Tom Waits meets Attila.
Os Pombagira - que retiram o nome após a crença afro-brasileira - são um dos nomes fortes do doom recente. Aconselhado a fãs dos Sabbath até aos Sunn O))) passando pelos Electric Wizard, são um "elefante em ácidos". (João Caldeira in Zyk's Asylum) Mais duas estreias no Porto, imperdível!

SUN ARAW
4 DE NOVEMBRO, QUINTA
PASSOS MANUEL
PORTAS 21H30 INÍCIO 22H
5€
RESERVAS:
amplificasom@gmail.com

Cameron Stallones (é mesmo o nome do gajo) vem ao Porto com uns amigos de Los Angeles apresentar aquele que é um dos projectos mais falados e elogiados recentemente e cujo nome foi inspirado no mestre Sun Ra. Estará o Porto pronto a receber as suas trips lo-fi envoltas em drone psicadélico, dub, funk e até jazz? Estará o Porto de braços abertos para alguém que vai ficar na história? Não temos dúvidas, não temos dúvidas...

ATAQUE NO PORTO!!!

Dedicado a Ela

Em dias chuvosos e ventosos como este, um disco pode-nos aquecer. A minha escolha de hoje vai para o debute homónimo (1972) do brasileiro Arthur Verocai que recentemente teve direito (amén) a reedição. Pensem numa mescla entre funk, soul, tropicalia num ambiente folksy. Mudou muita coisa, sobretudo em terra brasilis, e o melhor tema do disco reza assim:
Ficou vazio o meu quarto
A cama e o meu cobertor
Não sei se falo às paredes
Ponho um disco pra ouvir
Eu sei lá
Quem sabe eu deite na rede
Ou leia um livro talvez
Saia pra ver os amigos
Pra não ter que pensar
Em você

28 outubro, 2010

Façam as malas novamente, temos mais uma trip de hoje a uma semana.

Schlippenbach

Alexander von Schlippenbach, um dos músicos mais fascinantes que já ouvi e confesso que até nem tenho uma grande relação com pianistas, passou por PT recentemente. Quem não foi deve ter perdido um momento histórico, clássico e "free" tal como a sua música. Digo deve pois também não fui. Haverá outra oportunidade? Ficam as fotos da ex convidada do blog Vera Marmelo:


27 outubro, 2010

Uns dias em B'ham

O primeiro impacto é sempre o primeiro impacto. Esquecer-me-ei mais depressa de um concerto que gostei do que os primeiros riffs de Napalm Death. E não, não sou grande fã, mas ali estava eu acabadinho de chegar a ver um concerto num festival que sempre quis viver, um festival com o qual me identifico completamente. Da atitude e dos conselhos moralistas da banda da casa até último riff dos novos Swans foi um prazer inesgotável saltar de espaço em espaço e ver e ouvir dezenas de bandas e projectos.

Não me vou queixar dos horários da companhia aérea do Ryan – tê-la a voar da minha cidade directamente para lá é já uma sorte – mas na sexta só deu mesmo para os mencionados Napalm e os fantásticos Dead Fader. Assim que estes limarem as arestas no que diz respeito ao seu “dubstep meets industrial para uma pista de dança” serão um projecto ainda mais interessante.

Sábado, o primeiro dia a sério, começa com os Part Wild Horses Mane On Both Sides. A disposição para o seu som não era muita e havia que espreitar os Blue Sabbath Black Fiji antes dos Eagle Twin que deram um concertaço mesmo com os problemas de som. E quando falo em “problemas de som” falo do facto das bandas não fazerem soundcheck nos festivais, não há tempo, e o linecheck nem sempre é suficiente. Com as actuações a durarem cerca de uma hora, não era anormal apanhar o melhor de cada uma nos temas finais. Eagle Twin estiveram brutais em palco, mas os timbalões só para o fim é que se fizeram ouvir. Na próxima terça garanto-vos: vamos ter um concerto cheio de músculo! Tentei ver o nosso amigo Rob-Lichens-Lowe mas a Old Library estava cheia – óptimo sinal – e Gnaw, uma das bandas que tinha como prioridade, tocavam de seguida. Que grande concerto!! Mais uma vez o som – foi no mesmo espaço, coincidência? – esteve incoerente mas Alan Dubin e companhia arrasaram e o set deles só poderá ganhar com mais estrada.
Com tantos e bons concertos por onde escolher, os documentários e palestras com músicos que passavam/ aconteciam no Theatre Space eram cativantes mas tudo menos prioritários. O documentário da Sublime Frequencies fica para “alugar” e falarei com o Broadrick sobre o passado quando a Amplificasom o trouxer ao Porto. O nosso outro amigo KK Null esgotava a Old Library (um espaço a ser revisto) com Lash Frenzy ao mesmo tempo que Dosh, para um Outside Stage cheio, se revelava um one-man band bem chatinho. Os OvO – banda que já tivemos para trazer cá com os Skaters, lembram-se? – estavam a proporcionar óptimos momentos mas o novo projecto de Kevin Martin, os Kind Midas Sound, estavam a começar. Grande grande concerto, autêntica viagem suburbana. Gnod – que até têm uma baixista portuguesa – estavam a ser engraçados e os Tweak Bird ficam para um dia destes, estava na hora dos Godflesh!! GRANDES!! Se havia uma banda que acreditava ser impossível ver ao vivo era a banda de Streetcleaner. Agora acredito-me em tudo e acreditem também quando vos digo que foi uma noite mágica. Passei Melt Banana, havia que digerir o que tinha acabado de viver.
Domingo começa com a maior surpresa do festival: os Bong. Grande viagem xâmanica! Pierre Bastien com a Male Instrumenty entretiam miúdos e graúdos, mas era o Peter Broderick que tinha em mente e que belo concerto foi…. Tocava guitarra, violino, piano no palco ou no meio de nós, foi enorme! Voice Of The Seven Thunders… been there done that, já Jailbreak – projecto do Corsano com Heather Leigh – foi uma bela surpresa. Meia hora deliciosa onde a voz idiossincrática de Heather dava um ar tão fresco aos duos típicos do free. E espaço na Old Library para ver Ruins? Não havia, mas havia o suficiente em Mothlite, o concerto mais descontextualizado de todo o festival. Daniel O’Sullivan disse ao fim de três temas que o Supersonic precisava de pop. Mas depois chegou à conclusão que talvez não, a adesão foi fraca e reacção do público mais fraca ainda. A segunda grande supresa do dia vinha a seguir: Nisennenmondai. Em álbum não funcionou, ao vivo e naquele ambiente motorika o trio de japonesas foi fantástico. Antes dos Bukkake com Khyam Allami, deu para rever um pouco de outro amigo: James Blackshaw, sempre um prazer. Como seria de esperar, e quem esteve no Passos apercebeu-se da quantidade de material que os MMOB trouxeram, o concerto atrasou. Ainda por cima, para dificultar o trabalho das bandas que passaram pelo Stage 2, a percurssão dos Swans esteve em palco toda a tarde. Não deu mais do que meia hora, ou seja, o primeiro acto desta colaboração que se baseava no Bósforo. Aposto que vem aí disco, ouço o resto mais tarde, é que Barn Owl eram outra prioridade e deram um belíssimo e intimista concerto no esgotado Theatre Space. Foi uma decisão difícil pois à mesma hora tocavam os Factory Floor, banda da qual apreciei imenso o recente Lying / A Wooden Box. Assim que Caminiti e Porras deram o último riff, deu para espreitar uns quinze minutos esquizofrénicos dos londrinos e ficar com a sensação que tomei a decisão acertada.
Com tanta tanta oferta, há ainda que arranjar tempo para as necessidades fisiológicas como comprar discos ou comer, e jantar ao som de Black Sun & Drumcorps foi o “ter de ser”. Seguiam-se os Zeni Geva, mais uma banda com a qual a Amplificasom trabalhou recentemente, mas a prioridade foi toda para os Hallogallo, projecto que consiste em Michael Rother com amigos – entre os quais Steve Shelley dos SY – a tocarem temas dos Neu! Pá, um dos concertos do festival! E pronto, sem tempo para os Deathscalator tal como não houve tempo para tantos outros concertos ou workshops ou palestras ou projecções, etc etc etc eis que chega a hora do último concerto do Supersonic 2010 com os Swans. A entrada foi perfeita, o som estava perfeito, o novo disco é que não chega para um concerto cativante do início ao fim.
Foi mais ou menos isto e vai ser díficil não repetir todos os anos…

Fotos: Ovaia

26 outubro, 2010

Barn Owl no Porto

Os Barn Owl fizeram-nos uma visita e ficou a promessa: para o ano passam cá outra vez.... mas para tocar!!!

Bor Land: 2000-2010

Cães aos Círculos, Lobster, Bypass, Carlos Bica, Alla Polacca, Most People Have Been Trained To Be Bored, Old Jerusalem, Norberto Lobo, etc etc. Obrigado Bor Land!
http://www.bor-land.com

24 outubro, 2010

Uma na Bravo, outra na Ditadura

Começando pelo título que achei genial, este documentário de André Valentim Almeida fala sobre a geração pós-25 Abril, da dificuldade que sentiram em enquadrar-se num país acabadinho de sair da clausura ditatorial, filhos de uma revolução cujo espírito se esvaneceu muito pouco tempo depois.

Recheado de relatos de várias personalidades da sociedade portuguesa dessa geração, é sobretudo algo com o qual devemos fazer uma reflexão sobre aquilo que somos hoje. Deixo-vos o link para a notícia no ionline e do documentário completo no Vimeo

23 outubro, 2010

Quem nos mente?



22 outubro, 2010

Sun Araw, o poster

Cá está ele, mais uma bela obra de design do nosso amigo Hélder Costa.

Aqui na Amplificasom só recomendamos coisas boas - vocês sabem-no, Deus sabe-o. E este projeto de Cameron Stallones é prova de que nos iremos sempre mover em torno daquilo que consideramos ser genuínas representações artísticas, muito mais do que meras representações estéticas ou estilísticas. Isto ficou bem patente esta última terça-feira.

Deixo-vos o link para a review da Pitchfork sobre On Patrol, o mais recente longa-duração de Stallones. Porque espelha bem aquilo que se pode esperar já no próximo dia 4 de Novembro no Passos Manuel.
Click

Sun Araw
4 Novembro 2010, 22h, Passos Manuel, Porto
Bilhetes: 5€
Reservas: amplificasom@gmail.com

Supersonic '10: para a semana conto-vos como foi

Bong, Action Hero, Lash Frenzy vs KK Null, Hallogallo, Fukpig, Pierre Bastien + Male Instrumenty, Kids gigs, Mugstar, OvO, Eastside Projects, Gnaw, Mothlite, VBS Swansea Love Story, Health & Efficiency, Zeni Geva, Eponymous, Fear Of Music, Breach, Burning (Mogwai), Dead Fader, Gum Takes Tooth, Motorik Skills, Lichens, Dosh, Dethscalator, Swans, Cave, Voice Of The Seven Thunders, Gnod, Napalm Death, Sublime Frequencies – Palace Of The Winds, People Like Us, Factory Floor, Stinky Wizzleteat, Project Pigeon, Melt Banana, Grand Union, Ruins, VBS Guide To Liberia, Steve Tromans and Dan Nicholls, Part Wild Horses Mane On Both Sides, Seeing Sound, 77 BOA DRUM (Boredoms), Godflesh, Eagle Twin, Tweak Bird, Khyam Allami & Master Musicians of Bukkake present: Bosphorean, Outer Limits, Black Sun & Drum Corps, Demons (with Sick Llama), Drumcorps, Kipple, Cloaks DJ set, Peter Broderick, Sirens Of Sparkhill, King Midas Sound, Ikon Eastside, Necro Deathmort, Barn Owl, Chrome Hoof, James Blackshaw, Prick your finger, Jailbreak, PCM, Nisennenmondai, Devilman, Noise Boxes, Gods White Noise, Craft workshop, Blue Sabbath Black Fiji...

Para nós também, para nós também...

"It was one of my best life experiences, no lies"
Brad Mowen in Passos Manuel

Foto: Carmo Louceiro

21 outubro, 2010

Querem mais uma noite de elevada qualidade musical num ambiente de boa disposição e convivência cujas bandas nos oferecem momentos inesquecíveis?

E se ainda por cima o bilhete custar uns míseros oito euros e o local for em pleno rio Douro?

Reservas: amplificasom@gmail.com

A curta de terça-feira: The Largest Prison on Earth

Para quem quiser rever ou simplesmente ficar a conhecer, eis a curta de Fernanda Vareille que apresentamos na passada terça-feira curada pela Priscila Fontoura:

Para melhor conhecerem o trabalho da Fernanda, basta seguirem este link. Muito obrigado a ambas!

20 outubro, 2010

Big Boob Butt Bangers 4 (2003)

Big Boob Butt Bangers 4 é uma encenação de contornos eróticos destinado ao grande público. Conta-nos a história de algumas senhoras que, em 4 actos de sublime melodramatismo contemporâneo, passam por algumas situações de expressão de liberdade pessoal, numa cortante história de encantar. Elizabeth, Rod, Steve e Tanya são os pseudónimos dos génios de uma companhia mundialmente conhecida como Filmco Video, também conhecida por nos trazer clássicos incontornáveis como Big Boob Butt Bangers 3, Anastasia’s Mature Gang Bang ou mesmo o imortal Blast My Ass 3.

Este é um típico “woman pic” que desmascara a crua realidade dos países de ex-influência soviética, através de uma mordaz sátira de contornos surreais, e quiçá eróticos, ao estilo de comédia de costumes. O realizador preferiu manter-se anónimo devido ao regime proibicionista e perseguição política. Chamemos-lhe Jeremias. Ora, Jeremias optou por bordar o seu delicado rendilhado por actos, que apesar de parecerem independentes entre si, que quando repensados (ou vistos pela 17ª vez) permitem que o mais intelectual dos cinéfilos possa especular acerca desta denúncia e accionar mecanismos cognitivos avançados, também conhecidos como “erecção”.

No acto 1 e 2, Svenda e Natasha personificam heroicamente os gulags através uma resistência estóica e pura crença nos seus direitos como cidadãs, enfrentando 8 saudáveis sovietes armados apenas de cacete e pequenos frasquinhos de bezunto. O uso de preservativo vem intensificar a ideia de que combatem o regime, ao não se deixarem conspurcar pelos ideias Marxistas fora de validade, recusando sempre engolir, preferindo cuspir a propaganda a que estão expostas, numa clara alusão às resistências que grande importância tiveram nas quedas destes regimes.

No acto 3, Helga encontra a sua amiga Natasha para uma reunião secreta de confraternização da resistência. Negando os princípios capitalistas, despem as roupas como protesto sonoro. A arte de lamber, as cumplicidades entre as duas mulheres, confrontadas com a vida e a morte, tudo contribui para um alheamento do mundo real, isolando-as numa espécie de redoma de sentimento e de beleza silenciosa.

A aparição do cavalo simbolicamente excitado representa a força da massa trabalhadora, que mesmo depois das mais vis sevícias se aguenta de pé, até à morte. Penso que o uso do cabedal e algemas de aço são apenas técnicas de publicidade, tentando promover as indústrias nacionais. O efeito subsconsciente destes materiais leva o cinéfilo a procurar estes artigos para, também ele, promover o crescimento da nação enquanto potência industrial.

Veredicto: Uma densa trama intrínseca em que o não-dito tem mais importância do que tudo o que se geme por lá. Uma lição de esperança em prol de um futuro mais sorridente. Um hino à feminilidade e às utilidades alternativas do cavalo.


Palavras para quê?









Sinceramente, nem são as poucas horas de sono que me impedem de partilhar mais. É mesmo isto: as 170 pessoas que lá estiveram presenciaram e sentiram algo completamente diferente e tá feito, não há que acrescentar ou tentar explicar mais nada. Obrigado aos Bukkake (e ao Timb Harris que foi músico convidado), à Priscila e à Fernanda, ao Cardia pelas fotos em cima e, claro, a todos vocês que lá estiveram. Noites assim não se comentam, vivem-se.

19 outubro, 2010

Apenas um aviso


QUE P*TA DE ÁLBUM NOVO!

Cough - Ritual Abuse (link para streaming oficial do àlbum)

Obrigado ao Zyk's Asylum pela dica!

Amplificasom apresenta: ah ah ah ah HOJE no Porto!

É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
Ainda há bilhetes, pouquíssimos mas há. É hoje, é hoje! É hoje, é hoje! Até logo às 21h30 no Passos Manuel!! Não se esqueçam que às 22h começa a primeira parte. É hoje, é hoje! É hoje, é hoje! É hoje, é hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!
É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje! É hoje, hoje!

MASTER MUSICIANS OF BUKKAKE

Himalayha: Melancolia nº IV

18 outubro, 2010

O bom gosto

A Imagem do Som registou este momento na passada sexta-feira no Hard Club. Eu confesso que nunca ouvi Senser ou se ouvi não me lembro, mas é uma bela duma t-shirt, não é? E foi um belo dum concerto aquele de há um mês atrás...

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17 outubro, 2010

Lições de Política – Como fazer aprovar uma lei

Às vezes ficamos perfeitamente incrédulos com o descaramento de determinadas leis. Ficamos irritados, prometemos virar a mesa e que “esta é a última”. Revolução, queremos revolução. Levar esta escumalha a tribunal. Enforcá-los todos. Depois a senhora do McDonalds pergunta “quem é a seguir?” e esquecemos a cólera sangrenta que por momentos tomou conta de nós. Bacon ou Double Cheese? Mas afinal como é que o governo consegue fazer aprovar as leis mais absurdas? Vou explicar com um exemplo prático e real de uma técnica usada recentemente.

Um representante do governo aproveitou um dia mais aceso na assembleia da república e propôs a seguinte lei: a autorização de lutas de cães, apenas aos domingos, que poderiam de ser até à morte. O procedimento seria iniciado com o atirar de um bebé para o ringue para espicaçar os dois cães esfomeados estavam posicionados aos cantos. Para obedecer a normas comunitárias rígidas, o bebé teria que marinar uma semana numa instituição religiosa de caridade social e seria previamente “desactivado” por um forcado amador com formação superior na área de contabilidade e acreditado pela norma ISO9000 que regula a desactivação de bebés para efeitos de luta de cães.

A contestação foi geral. O CDS-PP disse que só aprovaria se o uso de bebés servisse para controlo do número de imigrantes com tonalidade de pele mais escura que algarvio, o Bloco de Esquerda ficou indignado com a violação dos direitos dos animais, o PCP concordaria se os bebés fossem de todas as classes sociais e não apenas das famílias pobres e o PSD reagiu dizendo que “a infâmia dos alcoviteiros será urdida sequencialmente pelos polibolarizantes do costume, como outrora o fora pelo advento dos falcões do volfrâmio”. A opinião pública indigna-se, os telejornais fazem pressão on demand e os políticos cedem.

Uma semana depois o mesmo representante aparece em horário nobre nas estações generalistas e diz que o governo ouviu o povo e cedeu. Diz que o governo é sensível e social e como tal a lei foi alterada. Não haverá lutas de cães com bebés mortos previamente por um forcado amador, haverá apenas um ligeira descida de ordenados, um suave aumento de 2% no IVA e a sodomização não consensual de todos os contribuintes que, não sendo milionários, vão sendo ainda os únicos a respeitar o sistema de finanças nacional. O regozijo foi geral, o povo havia ganho mais uma batalha.



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16 outubro, 2010

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15 outubro, 2010

Top 10 Cinema Low-Budget e Ultra Low-Budget (parte2)

Previously on Amplificasom: parte 2 do Top 10 Cinema Low-Budget e Ultra Low-Budget. E sem mais delongas, fiquemos com a parte 1.

05 – PI (1998) – Darren Aronofsky

Darren Aronofsky cria uma inquietante viagem à mente de um cientista que acredita ter descoberto uma formula que lhe permite decifrar padrões da realidade e antever o futuro, a ténue diferença entre o génio e o louco (e um berbequim). Preto e branco fortemente granulado. Mais uma vez com o orçamento a ir direitinho na sua quase totalidade para filme e revelação. A alimentação da equipa foi fornecida pela Sra. Aronofsky, mamã galinha do realizador.

04 – Last of the Living (2008) – Logan McMillan

21 anos depois de Bad Taste de Peter Jackson, eis que nos chega mais uma pérola do cinema de terror neozelandês ultra-low budget. Com um orçamento de 5 dígitos apenas, Last of the Living compensa em sentido de humor e frescura o que lhe falta em meios. E voilá, estamos perante uma nova estirpe de filme de zombies, o filme “quase sem zombies”. Reparem nos posters lá atrás...

03 – The Evil Dead (1981) – Sam Raimi

Um fim de semana na floresta acaba em horrenda carnificina sob a batuta de Sam Raimi. Bruce Campbell é apresentado ao mundo na pele do mais improvável herói da história do celulóide: Ash! Um engenhoso trabalho de câmara e um uso cuidado da estética fez deste filme um clássico intemporal que muitas vezes revejo em ataques de nostalgia. E quem diz Evil Dead 1 diz Evil Dead 2 que é um misto de remake com sequela mantendo-se bastante contido no orçamento.

02 – Bad Taste (1987) – Peter Jackson

A primeira webpage que fiz foi para um projecto de curso. Do tempo em que fazer uma webpage era como construir um motor de propulsão capaz de escapar à gravidade da Terra. Entre outras coisas, essa webpage prestava homenagem a três filmes de Peter Jackson que ainda hoje venero quase religiosamente: Bad Taste, Meet the Feebles e Braindead. A indústria viu mérito neste genial artesão do celulóide, um mago a gerir orçamentos, e passou-lhe para as mãos a responsabilidade do maior projecto alguma vez feito até à altura, Lord Of The Rings. (que é uma granda seca, diga-se de passagem…)

01 – Clerks. (1994) – Kevin Smith

Clerks não é apenas o meu filme low budget preferido, é também um dos meus filmes preferidos. Kevin Smith inicia assim a sua carreira com aquele que é o seu melhor filme. Clerks fala-nos de dois jovens enfiados em McEmpregos que divagam todo o santo dia de uma parafernália de assuntos filosóficos, desde a cultura pop (Star Wars com fartura), vida e morte até ao sexo oral , definição de infidelidade conjugal e a importância de masturbação de animais em cativeiro para inseminação artificial. Filmado quase inteiramente num quiosque de um amigo, Clerks é um filme fortemente baseado em diálogos. Pela primeira vez temos o orgulho de conhecer Jay and Silent Bob, esses mestres da pop culture stoner. O argumento deste filme é também leitura obrigatória para qualquer cinéfilo que se preze. Como diria o masturbador de animais " It's important to have a job that makes a difference, boys. That's why I manually masturbate caged animals for artificial insemination. "


Ban Bè Cua Anh Ay

Se os Master Musicians of Bukkake tocarem este tema – o segundo tema de dois do sete polegadas que está prestes a sair – estou a imaginar o pessoal todo a levantar-se, despir-se e dançar nu, estou mesmo! O primeiro é mais experimental, mas este explode à lá Secret Chiefs 3 e dá um gozo enorme.
Em cima, o artwork do dito cujo. Eu diria que aquele rio é o Bósforo e nos próximos dias vamos todos viajar. Façam a mala e juntem-se:
Domingo. ZDB. Lx
Segunda. Mondo Club. Vigo
Terça. Passos Manuel. Porto

Guernica


"Um dos mais belos quadros que já vi é o original e grandioso Guernica, de Pablo Picasso. É um quadro que temos de ver para crer, pois serve como um poderoso aviso contra o terrorismo, a violência e a guerra. Eu já tinha visto reproduções do quadro, mas não transmitem a ideia do seu extraordinário virtuosismo."

Brendan Behan in Nova Iorque

Amplificasom apresenta: Alfredo Costa Monteiro & Tim Olive HOJE no Porto

Tim Olive e Alfredo Costa Monteiro @ Festival Trama
18h00 - Matéria Prima
Concerto
Gratuito

Este duo recém formado, nasceu a partir de várias colaborações à distância, entre Barcelona e Osaka, até se materializar numa tournée no Japão em 2010. É um projecto de natureza decididamente doméstica que oscila entre texturas densas, cortes bruscos e dinâmicas imprevisíveis, desenvolvendo frequentemente atmosferas obscuras que se decompõem constantemente em massas sonoras desagregadas: o caos e a ordem são medidos, mas sempre bem-vindos.

Tim Olive é natural do Canadá, onde aos 12 anos, nos anos 1970, começava a sua formação musical no baixo eléctrico. A mudança de um ambiente rural para a cidade com o acesso facilitado as lojas de discos permitiram a Olive, descobrir o free jazz, a música electrónica e concreta e a música asiática. Começou por importar estas descobertas para o seio do rock, mas logo foi abrindo as suas fronteiras musicais a formas abstractas, à improvisação e à exploração das possibilidades sonoras que se ofereciam nas cordas de metal e nos microfones magnéticos. Desde então a sua carreira expandiu-se com intensa actividade nos Estados Unidos, Austrália e Japão, e em variadíssimas colaborações em estúdio e ao vivo, com Jeffrey Allport, Alexandre Babel, David Brown, Kelly Churko, Tom Hall, Anthony Guerra, Takahiro Kawaguchi, Shinichi Isohata, Katsura Mouri (Busratch), Takuji Naka (Culpis), Bunsho Nishikawa, Joel Stern, Adam Sussman e também com o portuense radicado em Barcelona, Alfredo Costa Monteiro, entre outras.

Após ter terminado os seus estudos em escultura e multimédia com Christian Boltanski na École des Beaux-Arts de Paris, em 1992, Costa Monteiro tem desenvolvido actividades múltiplas que abarcam instalações, poesia sonora e visual e arte sonora. Nas suas obras, podemos testemunhar um interesse por processos instáveis na manipulação de objectos enquanto instrumentos e de instrumentos enquanto objectos, marcados por um forte carácter fenomenológico. Para além da sua extensa discografia e exposições individuais e colectivas, tem vindo, desde 2001, a colaborar com numerosos músicos, coréografos, bailarinos e artistas da área do vídeo. Entre 2001 e 2008 foi membro de IBA col.lectiu d’improvisació, e é actualmente membro de Cremaster (com Ferran Fages), i treni inerti (com Ruth Barberán), Octante (com Fages, Barbéran e Margarida Garcia), atolón (com Fages e Barberán), tellus (com Pilar Subirá) e monolith (com Juan Matos Capote). Colabora frequentemente com Tim Olive, Michel Doneda e Pascal Battus. No campo da poesia sonora, trabalha habitualmente a solo, realizando leituras poliglotas e ‘ruidistas’. Em 2005 a Fundación 30Km/s de Barcelona editou uma compilação dos seus poemas fonéticos /visual intitulado “Axiomáticas”.

Tim Olive: guitarra preparada
Alfredo Costa Monteiro: dispositivo electroacústico

Mais info:
http://www.myspace.com/timolive
http://www.costamonteiro.net/
http://www.festivaltrama.com/

Himalayha: passatempo

Temos 3 cds do split "4" com 2 postais diferentes incluídos para vos oferecer. Para tal só têm de ser um dos três primeiros a responder às seguintes perguntas:
1) De que banda fez parte Hélder Costa que chegou a musicar "Decasia" de Bill Morrisson?
2) Qual o primeiro cartaz que Hélder Costa fez para a Amplificasom?
3) Qual o concerto organizado pela Amplificasom em que colocariam este seu novo projecto Himalayha como abertura? Porquê?

Respostas para amplificasom @ gmail.com (sem espaços)

4

14 outubro, 2010

Lá fora como cá

"(...)But Mr. Kubilius and his team say that with a budget deficit of 9 percent of G.D.P., a currency fixed to the euro and international bond markets unwilling to lend to Lithuania, the government had no choice but to show the world it could impose its own internal devaluation by cutting public spending, restoring competitiveness and reclaiming the good will of the bond markets. (...)"

Mais aqui

5

13 outubro, 2010

Top 10 Cinema Low-Budget e Ultra Low-Budget (parte 1)

10 – Eraserhead (1976) – David Lynch

Filmado a preto e branco, minimalista e sob uma desconfortável e constante banda sonora industrial, é uma verdadeira orgia de surrealismo. David Lynch fez a festa com meia dúzia de tostões e os cinéfilos mundiais à procura de novas sensações e conceitos adoraram. Vi este filme em Coimbra, no tempo das salas de cinema majestosas acompanhado por 7 pessoas que no final do filme eram só 3. Foi a primeira vez que vi um homem assumir a paternidade de um frango assado. E talvez tenha sido também a última.

09 – Mad Max (1979) – George Miller

Um filme australiano intemporal e super-clássico, com um Mel Gibson diferente daquele que nos viola as TVs todas as tardes de sábado e domingo com filmes de humedecer vaginas a cinquentonas. Antes de Mel Gibson andar por aí bêbedo a distribuir bofetada a tudo o que é judeu. Antes de Mel Gibson ter sequer barba. Com um sotaque tão denso que teve que ser dobrado para estrear nos States. Baixo orçamento, grande força de vontade. Delicioso.

08 – El Mariachi (1992) – Robert Rodriguez

Pistolas de água pintadas, personagens criados na hora por transeuntes colaboradores e a cabeça fervilhante de Robert Rodriguez serviram para criar o primeiro blockbuster feito com menos de 10.000 dólares da História do cinema, usados na sua quase totalidade em filme 16mm. Semi-blockbuster, vá! O certo é que El Mariachi é um filme de acção de referência, que vem reforçar a teoria de que muito fogo de artifício só vem adicionar distracção e ruído num bom filme.

07 – Ninja das Caldas (2002) – Hugo Guerra

O sucesso de um filme só pode ser medido de uma maneira: a relação entre aquilo que se pretende e aquilo que se alcança. Sendo assim, Ninja das Caldas é um absoluto vencedor. Divertimento contagiante de amigos que se distraem a fazer umas filmagens com uma câmara VHS (ou similar), uma versão (talvez pirata) do Adobe Premiere e uma cópia do Rave Ejay. Mais do que low budget, este é um filme “No Budget”. A arte está na maneira como os criadores do imortal Ninja das Caldas conseguiram transformar a orientação do filme com um imenso sentido de humor. Uma solução airosa e divertida para cada contrariedade de produção. Um marco do cinema das Caldas da Raínha, que a partir de 2002 se tornou a terra dos caralhos de barro e dos ninjas.

06 – Los cronocrímenes (2007) – Nacho Vigalondo

Os cenários são simples, uma casa de campo e umas instalações secundárias, luz natural. Paisagens naturais, um argumento genial e a capacidade de criar um colosso a partir do quase zero absoluto.

To be continued... CinemaXunga