Se algum dia a Amplificasom organizar um festival
Sugiro que adopte a tagline "Sun, Sea and Sludge"
Abstract: Debruçamo-nos neste trabalho sobre o estudo de bandas de heavy-metal como exemplos de empreendedorismo criativo e cultural, caracterizando-as através do framework de empresas Born-Global: empresas jovens, pequenas, e que se internacionalizam rapidamente após a sua criação. Concentrar-nos-emos mais especificamente nas opções que tomam em termos de coordenação de gestão e práticas negociais, sugerindo que estas bandas/empresas diferem entre si no que diz respeito a quatro áreas principais de actuação - gestão, marketing, distribuição, touring - e distinguindo abordagens gerais de gestão orientadas para o negócio e orientadas para o artista.
5.1 Descrição das duas empresas-caso
Os ABC formaram-se em 1993 em Freixo de Espada à Cinta, por António José (guitarra e vocais) e Josefino Maria (bateria). No final de 1996 a banda assinou um contrato de três álbuns com a Discossete, dando o seu primeiro espectáculo fora de Portugal em 2000. Estavam prestes a ser distribuídos nos EUA pela Estouro Nuclear em 2000 quando esta faliu, e, consequentemente, a sua entrada neste mercado sofreu um atraso, não se concretizando até 2003 quando a Media Século licenciou o seu quarto álbum “Batata Frita e Peixe-espada”. Os álbuns seguintes foram lançados pela Marisco Records, uma filial da Universal (que tem um contrato de gravação mundial com a banda). Até agora os ABC venderam 500 mil álbuns mundialmente, sendo que o virtuosismo de António José tem sido reconhecido nos meios musicais, levando à sua consagração na revista Mundo do Ukelele como o mais promissor jovem guitarrista de 2010.
Os XYZ foram fundados por Sófocles Aristóteles (teclados), na Arroteia em 1997. Logo depois de gravarem a sua primeira demo, a Discossete (a mesma empresa que assinou os ABC), lançou o primeiro longa-duração “Avé Maria cheia de Desgraça” (1997). No Outono de 2001, Avô Cantigas deixou a Discossete e começou a trabalhar como manager dos XYZ. Aí estes eram já uma banda estabelecida nos mercados europeus, sendo que em 2001-2002 mais de 150000 pessoas viram a "XYZ World Tour of the Alphabet". No mesmo ano, os XYZ assinaram um novo contrato de gravação nos EUA com a Papa-Léguas Records - os seus álbuns anteriores tinham sido licenciados nos EUA pela Media Século. Os XYZ não têm um contrato global com nenhuma discográfica, usando assim editoras diferentes em mercados diferentes. Para o seu quinto álbum, “Sacristia” (2004), os XYZ usaram uma orquestra real que custearam com fundos próprios, atingindo assim o topo das tabelas europeias, algo que uma banda portuguesa nunca tinha conseguido até então.
5.2 Práticas de management
Em termos de abordagens de gestão genéricas, estes dois casos envolvem práticas bastante diferentes para a Europa. Desde 2007 que os ABC usam uma empresa de management independente, especializada em mercados europeus e os XYZ, por sua vez, utilizam uma equipa de management global que gere as relações com managers locais subcontratados.
Mais detalhadamente, os ABC são geridos na Europa pela empresa alemã Giggety-Goo GmbH, uma sociedade que gere a carreira de outras 6 bandas e é booker de outros 17 artistas. Nos EUA, os ABC associaram-se a uma empresa diferente, a Pupu Inc., que tem 16 clientes. A banda mantém reuniões oficiais com ambos os managers regularmente, mas a relação entre banda e gestores é puramente profissional. Em suma, os ABC estão à cabeça de duas redes diferentes, uma na Europa e outra nos EUA.
Em contraste com os ABC, os XYZ são geridos por um único management, a Cholé Entertainment, com quem a banda interage de perto, com uma postura mais baseada na amizade do que profissional. Tal como os XYZ, a Cholé é uma empresa portuguesa. O gerente era já amigo íntimo dos membros da banda antes de se tornar no seu manager oficial. A Cholé, por razões legais, formou mais tarde uma subsidiária nos EUA, contudo ainda são as mesmas pessoas que lidam com toda a gestão globalmente. Estas seguem a banda a todos os seus eventos, o que não é típico no caso dos ABC, existindo relações muito pessoais e individuais com cada um dos membros da banda. Assim, tanto o managing como o networking dos XYZ assumem um carácter integrado e uma rede social íntima. A relação dos artistas com o seu manager não está claramente definida, mas amalgamada numa base ad hoc (pelo menos em interacções sociais sobre assuntos não-profissionais).
5.3 Digressões
As digressões são a actividade de marketing mais importante no campo do heavy-metal. As vendas de álbuns normalmente aumentam significativamente após cada tournée. Enquanto na Europa as distâncias entre concertos são relativamente curtas, os EUA, por exemplo, são um mercado desafiador pois as distâncias geográficas são muito acentuadas, e é muitas vezes impossível cobrir todas as cidades importantes, mesmo com uma digressão de seis ou sete semanas. Os concertos são organizados e agenciados por elementos locais. Os ABC começaram a sua primeira digressão pelos EUA após o lançamento do seu quarto álbum em 2003, sendo que a sua primeira tour como cabeça de cartaz ocorreu em 2005. A banda acompanhou outras bandas de heavy-metal, incluindo alguns nomes maiores como Matador, Megamorte e Cordeiro de Deus. Este tipo de associação é sempre um risco financeiro e, portanto, considerado um investimento para o futuro: a banda raras vezes é ressarcida pelo seu trabalho mas a exposição que recebe (provinda de um público maior), pode aumentar as vendas drasticamente e, consequentemente, compensar a longo prazo. Nos EUA, os ABC são clientes de uma grande agência de booking com mais de 1.000 artistas e 50 agentes. Diferindo dos ABC, os XYZ usam um agente independente para os EUA, João Ratão, que é também parceiro da Cholé Entertainment, a empresa de management dos XYZ para os EUA. Devido à fragilidade da voz do seu vocalista, os XYZ fizeram menos digressões do que os ABC. A banda fez a sua primeira visita aos EUA em 2003, e, depois, viajou outras quatro vezes para tournées de duas a cinco semanas, todas elas com um aumento progressivo na afluência; estas digressões tiveram sempre bandas de suporte, mas também elas clientes da Cholé Entertainment (divisão portuguesa).
5.4 Marketing e práticas de distribuição
Os ABC foram introduzidos no mercado americano pela Media Século, que se interessou na banda após o lançamento do seu quarto álbum. Tinham um contrato mundial com a Universal através da Discossete (propriedade da Universal), mas a Universal não estava naquele momento interessada em editar essa gravação nos EUA; a Media Século fez então um contrato de licenciamento com a Universal e o álbum foi lançado e distribuído nos EUA; estes organizaram ainda tournées para os ABC e investiram no marketing local da banda. Esta foi bem aceite pelo público americano e a Universal lançou assim o álbum seguinte através da distribuidora Marisco Records, uma empresa independente de distribuição detida pela Universal. A Marisco trabalha também em estreita colaboração com a Discossete e a PSE (marca que fabrica as guitarras usadas pela banda), e na criação de campanhas de marketing para, por exemplo, Amazon e iTunes.
Os XYZ foram licenciados nos mercados americanos logo após o lançamento de seu primeiro álbum pela Media Século, e são hoje aí distribuídos pela Papa-Léguas Records, a sua discográfica nos EUA. Os quatro primeiros álbuns são licenciados nesse país através da Marisco Records, que é a editora dos ABC nos EUA. De acordo com um representante da Papa-Léguas, a execução de digressões e a exposição na imprensa são os únicos métodos sensatos de marketing de bandas estrangeiras em mercados americanos. A Papa-Léguas é uma discográfica global, mas distribuem os XYZ só os EUA e Austrália. Como os XYZ não viajaram ainda muito através dos EUA, não têm explorado plenamente o seu potencial nesse mercado.
(Nota: O Pedro, por estar algures entre o Iraque e o Irão, não consegue aceder ao Blogger, portanto serei eu a colocar o texto que ele me enviou por mail.)
Cultura é sinónimo de civilização, sinónimo de evolução. Os escandinavos sabem disso. Enquanto que por aqui se corta no já insignificante orçamento, na Dinamarca e na Suécia são distribuídos apoios para que obras de arte nasçam. Como esta.Hævnen, de Susanne Bier, é um filme muito interessante. A fotografia impressiona, os actores surpreendem (Mikael Persbrandt está sublime) e o argumento é muito mais que um exercício de suspense. Levanta questões complexas dos nossos dias, passeia no limbo entre o que é ou não justo fazendo constantemente, às vezes de forma exagerada, um paralelo metafórico entre a realidade dinamarquesa e africana, mas que tem no seu centro a questão da nossa responsabilidade como cidadãos. Vale todo o reconhecimento que está a ter.
Taka, you were in Japan at the time of the earthquake and tsunami, what was your greatest fear??
Preparem-se pois o que lhe sucederá será muito, muito pior.
Pois é, sou um feliz (e satistfeito) dono de um ipad. "Então mas isso não é tipo um portátil?" Não. "Isso não é tipo um leitor de mp3"? Não. "É tipo uma consola de jogos, ereader, dispositivo de acesso rápido à internet?". Não, isto é tudo isso e muito mais. A apple acertou em cheio neste ferrolho, porque muito em breve deixaremos de ver aí as pessoas a carregar as suas mochilas com os portáteis e a sacar do bolso de trás um ipad para fazer tudo e mais alguma coisa. "Mas isso não tem usb", ok, esta só mesmo quem tiver um ipad sabe como pouca ou nenhuma falta faz o usb. "Ah, não há nada como pegar no papel de um livro ou de um jornal..." Sim sim, chorem rios de nostalgia enquanto eu domino a awesomeness de um Garage Band ou acedo à fabulosa aplicação do Expresso, ao mesmo tempo que consulto o meu mail e controlo há quanto tempo está o assado no forno.
Pois é, caros leitores assíduos ou não tão assíduos porque de manhã a net costuma falhar e entre ir ao wc comunicar com o sr. poia, ler o jornal e ir para o trabalho não dá tempo para ir à interweb e no trabalho também têm os sites bloqueados por segurança interna e o tempo que têm ao almoço é tão exíguo que só quando chegam a casa, mas depois chegam tão cansados que até se olvidam de passar por aqui diariamente..., a todos vocês, a Amplificasom orgulha-se de acrescentar ao seu booking estas duas grandes bandas deste pequeno lugarejo chamado Portugal.