30 setembro, 2010

Uma sentença

Tudo existe num espaço vazio. Não escolho lugares. Para mim é tudo uma diferença do mesmo. Por vezes viver torna-se penoso. Uma sentença. Que cumprirei até ao fim (- Como respeito o fim!)

Perdi o respeito por tudo. Sou vago e conciso, difuso em horas vagas. Acreditei em todos e desisti de todos vós. Para ser sincero, perdi a esperança. Apenas nós, sentimos coisas como esperança. Por vezes, pergunto-me se sentimos as palavras ou as palavras sentem-nos a nós? Analisei o aquilo que pensei ser o cerne humano e não descobri nada: somente aleatoriedades e jogos sistemáticos. Ruído. Apenas ruído seguido de silêncio.

O fim existe. Um fim qualquer... Uma coisa minúscula na sua grandiosidade.

Uma pena incógnita, um mal menor... Um nada sincero... Vago... Vagos...

as escolhas da marmelo xv:

foto de: Lauren Dukoff

vídeo de: Ron Winter.

e para terminar a estadia por aqui... o meu teenage crush de sempre a andar de skate.

vídeo de: 2HeadedHorse

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Rock-A-Rolla 28

The legendary SWANS return after a 13-year hiatus with a brand new album: My Father Will Guide Me Up A Rope To The Sky. Michael Gira discusses the reactivation of one of the most influential bands of the past three decades.
WINO: Doom legend talks Saint Vitus and first ever acoustic album, Adrift.
HELMET: Alt.metal heroes on twenty years in the business, Seeing Eye Dog, and The Beatles.
THIS HEAT: Drummer extraordinaire Charles Hayward remembers the making of the band’s 1981 masterpiece, Deceit.
RICHARD YOUNGS: Furiously prolific experimental artist Youngs talks years of underground wilderness.
U.S. CHRISTMAS: Neurot’s Appalachian psych crew return with their best album to date, Run Thick In The Night.
CHÖD: Zu’s Massimo Pupillo fills us in on a blitz of upcoming projects, and his latest supergroup Chöd.

Plus: LAWRENCE ENGLISH, BEEHOOVER, CUZO, HER NAME IS CALLA, EXILE ON MAINSTREAM, THE SECRET; Live action: GONG, ZOLA JESUS, MOON DUO, SUBCURRENT FESTIVAL; plus over 100 album reviews, and much more!

Ps: Assim que cheguem aviso, mas podem começar a encomendar para: amplificasom@gmail.com

Ponha aqui...

Vocês já alguma vez foram ao cinema e aquando da compra dos bilhetes preferiram dizer o nome do filme em inglês do que em português? Não seria a minha primeira vez, algumas traduções são tão geniais que eu penso que quem as faz deve-se divertir imenso (é tipo a PJ e o nome que dão aos casos, só os consigo imaginar numa mesa cheia de cervejas e tremoços a rirem-se com os nomes que escolhem).

Em semanas mais preenchidas, a quinta-feira é o dia de verificar o que estreia nos cinemas. Hoje estreia um tal de Vampires Suck que foi genialmente traduzido para Ponha Aqui o Seu Dentinho!! Não é incrível? Ok ok, existem regras: a IGAC (aquela dos selos, sim essa) tem que aprovar os nomes, os mesmos só podem ser em inglês quando se trata de uma personagem/ lugar/ etc etc… Depois também entra em jogo o marketing e para que público alvo o filme é dirigido, mas….mas… Ponha Aqui o Seu Dentinho? Poupem-me!

29 setembro, 2010

A rodar: Les Rallizes Dénudés

Curioso o facto de estar a ouvir a discografia dos nipónicos que deram origem a metade das bandas japonesas e o Fabricio, ex-convidado do blog, a postar sobre eles ao mesmo tempo:
Era o final de 1967 quando, na Universidade de Kyoto, o estudante de literatura Mizutani Takashi encontrou aqueles que se tornariam seus parceiros em uma das bandas de psy-noise-rock mais sedutoras de sempre: Les Rallizes Denudes. No início do ano seguinte, ocorreria a primeira gig oficial. A mistura de lassidão e melancolia, adensadas por blocos de ruídos ensurdecedores, faria a fama do grupo no underground japonês. Marco naquele início da banda foi a apresentação, em abril de 69, no concerto ‘Barricades A Go-Go’, organizado por estudantes que haviam ocupado a Universidade de Kyoto.
Continua aqui: Free Form Free Jazz

Recuperação da semana: Black Oni

Numa época em que não tem grande expressão, e sem os querer forçosamente limitar a um espectro, os Guapo são os reis contemporâneos do prog. São excelentes músicos, sabem o que querem e executam-no tal e qual o planearam. Este Black Oni, o segundo de uma trilogia, data de 2005 e mesmo com o elixir de 2008 pelo meio confesso que as saudades apertam. São uma banda especial, são “como um Edward Munch para os ouvidos”, alguém disse. Eu concordo.

O mundo é um imenso livro do qual aqueles que nunca saem de casa lêem apenas uma página













A frase é de Agostinho de Hipona, já as fotos da Grécia, Turquia, Polónia, Israel e Petra são de Normando Fontoura.

28 setembro, 2010

Quem está na capa da Rock-A-Rolla 28?

Três semanas, três!

Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Bilhetes à venda na Lost Underground ou reservem para amplificasomATgmail.com. Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três! Três semanas, três!

God Zilla




Não sei porque carga de água, mas enquanto andava em buscas na web a tentar perceber se vou ou não pagar nas SCUT, dei em cair nesta página.
http://www.deviever.com/

Provavelmente ando distraído e esta até é a marca de pedais de efeitos mais famosa do mundo. São pelo menos os graficamente mais espetaculares. Sinceramente não os conhecia. Fiquei fascinado com o God Zilla. Numa análise mais detalhada de cada um dos pedais, há uma nota comum na descrição de quase todos. Notable user of the ....: My Bloddy Valentine

Lembro-me de em tempos ter lido um entrevista com o Kevin Shields em que ele dizia que usava muito poucos pedais. Usava um qualquer processador multiefeitos da Yamaha e pouco mais.

"The band spent £200,000, about $366,000, on equipment for the tour, and Mr. Shields laughed when asked how many effects pedals he owned. “Hundreds,” he said. He only uses 30 onstage, he added."

É caso para dizer, está bem abelha.

27 setembro, 2010

Pessoas loucas

"...porque as únicas pessoas autênticas, para mim, são as loucas, as que estão loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, as que não bocejam nem dizem nenhum lugar-comum, mas ardem, ardem como fabulosas grinaldas amarelas de fogo-de-artifício a explodir, semelhantes a aranhas, através das estrelas e, no meio, vê-se o clarão azul a estourar e toda a gente exclama «Aaaah!».

Jack Kerouac in Pela Estrada Fora

26 setembro, 2010

estes Poucos pormenores

Um traço que não queremos desenhar. Um movimento com esforço para exercer um pensamento transmitido – vivemos em estado basal: adormecidos. Somos um conjunto de coisas no meio de muitas outras, as mesmas talvez. Às vezes penso-me como o humano que veio policiar os outros. Intervenho sem acção nos pensamentos dos outros sem lhes tocar. Todos fazemos isso numa constante diária: em tempo e nos mesmos espaços. Povoamos o mundo com a nossa presença, apenas isso. Deambulei pelo princípio da existência tempos sem fim. Fui horizontal num mundo que se movia na verticalidade desmesurada. Somos humanos verticais, membros de uma natureza primitiva (sofisticamos a nossa primitividade – enfeitiçamos o mundo, alimentamos um fogo sem fim, um calor que não vemos e nos deixa vivos e entretidos num enorme continuum de espaço e acontecimentos). Queríamos mais. Quisemos sempre mais. Sem linhas nem regras, quisemos sempre mais. A raça humana está condenada ao seu julgamento e à sua sentença: a sua ignorância e a sua sobrevivência. E encerramos a sessão incógnitos: inocentes e culpados – perdidos numa escala de perdição à muito esquecida. Repetimo-nos... Um desgosto enorme ao longo dos séculos.
- Muita merda, merda incógnita:
- Conclusões que mais vale esquecer... Para quê pensar? (isso é estúpido hoje em dia, como fugir a algo instaurado no gene humano?)
Antes visceral e vivo que arrisca a morte – progressivo e vanguardista sem moda – inexistente no seu tempo – alguém à parte como quem é ninguém e é humilde. Como se apenas tivesse vivido... Um saber visceral e ao alcance de poucos. No fim só resta uma solidão incrível que não sabemos se é bela como música ou trágica como tédio.Traços sem fim e dias marcados, coisas enfim, pensamentos desmarcados e sem obrigatoriedade. Loucura instantânea portanto. Fuga aos cânones vigentes – julgamento instantâneo, sorriso de ignorância e absolvência inata ao desconhecimento. Sorrimos de tudo aquilo que não nos faz sentido. Rimo-nos disso para afastar a incompreensão e voarmos para o próximo pensamento: assim como quem voa num dia vazio repleto de nadas fundamentais e silêncios esclarecedores. Assim somos Pouco como um muito impensado: pormenores em Espaço fundamental...

25 setembro, 2010

as escolhas da marmelo xiv:


andar de longboard, enquanto ainda há sol.
porque a vida não é só música e fotografias.

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24 setembro, 2010

Alguém à procura de casa?

Aparências

"Fiquei bastante nervoso, porque percebi que a minha liberdade poderia estar em causa. Não foi nada bom sentir que estava a ser julgado pela minha aparência".

Mr. E in Blitz (sobre o facto de ter sido confundido com um terrorista pela polícia em pleno Hyde Park)

Lembram-se deste concerto?

15 de Abril de 2009, foi uma noite porreira. Sala esgotada, som perfeito, imagens a acompanhar a banda na tela do Passos... Foi mesmo uma noite porreira, há até quem tenha este concerto como um dos seus preferidos.
Pouco mais de um ano depois, os This Will Destroy You encontram-se na estrada a abrir Deftones para milhares e milhares de pessoas por dia. Merecem!

23 setembro, 2010

Murmansk




Aproveitando a senda do post abaixo deste, os dois trabalhos desta excelente banda Finlandesa tem tido alta rodagem neste fim de Verão/início de Outono (Chinese Locks e Eleven Eyes to Shade). Posso-vos dizer que já não ouvia um àlbum rock tão bem orquestrado quanto este EETS. Como isto já é do ano passado, só posso dizer que andei a dormir durante muito tempo. Altamente recomendado.

Muito obrigado Dona Saturnia por ter descoberto isto.

Myspace

Outono boreal

Aprecio os momentos distintos que todas as estações nos dão, mas o Outono é especial. O pôr-do-sol pincela o céu com umas cores únicas, as árvores tingidas, o prazer de ouvir o estalar de uma folha quando a calcamos, as primeiras chuvas e o cheiro a terra que elas libertam, a temperatura arrefecida mas agradável… E têm que concordar quando digo que há álbuns que só batem no Outono: o Venice do Fennesz, o Everyone Alive Wants Answers da Colleen, Black Earth dos Bohren Und Der Club Of Gore, Hex dos Earth, Stories from the City Stories from the Sea da PJ Harvey, qualquer um do MGR, 55:12 dos Gregor Samsa, Heartache dos Jesu, Televised dos Calla, When I Live by the Garden and the Sea do Eluvium, Spiderland dos Slint, todos dos KTL, Harmony in Ultraviolet do Tim Hecker… Chega? Agora vocês.

Intronaut na sala de ensaios


Já anda ai um tema novo, muito bom por sinal

Ouvir

22 setembro, 2010

Ciganos, esses larápios

É com enorme tristeza e temor que leio os comentários dos portugueses nos jornais online às notícias sobre a questão dos ciganos em França. Não se trata do julgamento sumário que é feito à comunidade, generalizando todos os ciganos como gatunos imundos, mas sim do ódio racial que exala desses mesmos comentários. Abandona-se o discurso ponderado para o uso de termos depreciativos de uma raça.

A questão é simples: quem quer que tenha razão, os ciganos são um povo. Um povo que sempre foi nómada (não, eles não vêm todos da Roménia). Não podemos simplesmente enviá-los de volta para a terra deles, porque a terra deles é em todo o lado.

Este clima de tensão racial, fruto da politica pós 9/11, tem vindo a crescer na última década, formando um vulcão emocional prestes a explodir. A isto acresce o crescimento da direita por toda a Europa, que teme perder a sua identidade para os imigrantes, e prefere a repulsa à inclusão, gerando conflitos raciais latentes.

Não são só os ciganos os alvos destes comentários. Vejam notícias sobre muçulmanos, esses terroristas que só comem halal e cujo desígnio é conquistar o mundo e subjugar os infiéis.

Nas palavras de Stephen Hawking, "The greatest enemy of knowledge is not ignorance, it is the illusion of knowledge"

A primeira fotografia de sempre

Joseph Nicéphore Niépce
Saint-Loup-de-Varennes, França
1826

21 setembro, 2010

Amplificasom apresenta: concertos às terças-feiras

- Muito calmo, não?
- Muito, senhor.
- Tem alguma explicação?
- Não faço ideia, senhor. Talvez por ser terça-feira.
- Exactamente.
- Não sei porquê mas o bar do hotel está sempre morto às terças-feiras.
- Deve haver uma razão.
- Não que eu saiba, senhor.
- As pessoas deveriam voltar à vida novamente nas terças. Nas segunda-feiras...
- Isso.
- A segunda-feira vem depois do domingo. As festas de sábado à noite...Você sabe o que eu quero dizer.
- Dá para entender o porquê das segundas-feiras serem calmas. Mas as terças... É um grande mistério.

Olá a todos,

Este diálogo tem lugar no "Coeurs" de Alain Resnais e não podíamos estar mais contentes por contrariá-lo. Na semana passada esgotamos um Mercedes com mais de cem pessoas enquanto os londrinos Part Chimp arrasavam tudo e todos em plena segunda-feira. Seguem-se agora dois concertos em duas terças-feiras - o tal dia misterioso - e não temos dúvidas que vão ser mais duas noites a roçar a perfeição.

Nota: Quem esteve presente em Part Chimp certamente que reparou que o concerto acabou bem antes da meia-noite. Nos próximos eventos vamos cumprir os horários que estão em baixo. Contamos com a vossa colaboração.
MASTER MUSICIANS OF BUKKAKE

Dia 19 teremos mais uma estreia, uma super banda composta por elementos dos Earth, Grails, Asva, Burning Witch, The Accused.. Para aqueles que acompanham o blog, sabem que é um espaço de partilha e troca de informação. A 22 de Maio de 2009 escrevi isto mal ouvi o "Totem One": É uma excursão ritualista e espiritualista pelos caminhos do psicadélico e do exotismo guiada por uma série de músicos low-profile mas com um invejoso currículo. Don McGreevy que esteve há pouco no Porto com os Earth, o ex Burning Witch e actual Asva Brad Nowan, Randall Dunn (talvez o meu produtor preferido) e Alan Bishop são alguns dos nomes envolvidos. Aconselho a todas as mentes abertas a não só escutarem o álbum como a investigarem conceitos e significados que estão por trás deste projecto, todo ele é uma viagem de enriquecimento. Esta vai ser uma das bandas mais interessantes dos próximos anos. Aliás, já o é…
Já o é, sem dúvida, e dia 19 vai ai ser uma das viagens mais ricas e interessantes que passaram pelos palcos Amplificasom, é uma promessa. Detalhes:
MASTER MUSICIANS OF BUKKAKE
Passos Manuel, Porto
19 de Outubro
Portas 21h30 Início 22h
10€
Reservas: amplificasom@gmail.com
Bilhetes à venda a partir de sábado na Lost Underground
Obs: A primeira parte é uma curta-metragem com a curadoria de Priscila Fontoura.
+ info:
http://www.myspace.com/mastermusiciansofbukkake

EAGLE TWIN + POMBAGIRA

Umas semanas depois, na terça 2 de Novembro, teremos os Eagle Twin em data única no Porto. Recentemente andaram com os Sunn O))) na estrada e diz quem viu que foi das bandas mais incríveis em palco. O Jorge, também no blog, escreveu isto há um ano atrás sobre o debut: "The Unkindness of Crows" tem um som orgânico e inexorável sustentado por Rifalhões monstruosos de progressão lenta que num momento remetem para Sunn O))) na sua vertente "sustenta-o aí mais uns segundinhos", e no seguinte embalam para uma jam à la Om encorpada por um groove Crowbar. E ali para o fim da Crow hymn demonstram engenho para manter o tom e cavalgar à la High on Fire.
O vozeirão profundo de Gentry Densley também tem por vezes um efeito hipnótico semelhante a Om, sendo um instrumento crucial para o impacto destes temas. As palavras são claras e os refrões ficam na cabeça! Obrigatório!
É preciso dizer mais alguma coisa? É!!! A primeira parte será assegurada pelos não-menos-incríveis Pombagira!!! E só para terminar: o palco do barco vai estar ainda mais cheio que em Boris. Vocês sabem o que isso quer dizer... Eis os detalhes:
EAGLE TWIN + POMBAGIRA
Porto-Rio, Porto
2 de Novembro
Portas 21h30 Início 22h
8€
Bilhetes à venda a partir de sábado na Lost Underground
+ info:
http://www.myspace.com/eagletwin
http://www.myspace.com/pombagiradoom

Agenda (na assinatura, no site ou no myspace) sempre em constante actualização, espreitem.

É tudo, para já.

Abreijo,
Amplificasom

Upcoming shows/ tours:
13.09 Part Chimp (uk) @ Mercedes, Porto
08.10 Khuda (uk) @ Music Box, Lisboa
09.10 Khuda (uk) @ Insólito, Braga
10.10 Khuda (uk) @ Domus, Bragança
15.10 Alfredo Costa Monteiro (pt) + Tim Olive (can) @ Festival Trama, Porto
19.10 Master Musicians of Bukkake (us) @ Passos Manuel, Porto
02.11 Eagle Twin (us) + Pombagira (uk) @ Porto-Rio, Porto

Amplificasom recomenda: André Coelho na Louie Louie

André Coelho, ex convidado do blog e ilustrador responsável pelos nossos cartazes de Kylesa e Eugene Robinson, por exemplo, apresenta uma exposição na Louie Louie de 8 trabalhos realizados durante 2010, alguns já conhecidos do público, mas que agora poderão ser vistos no seu formato original: bem maiores, a preto e branco, com marcas das pinceladas, rasgos, indecisões, marcas e outras características bem "humanas" e habituais no processo de trabalho. Podem também acompanhar o seu trabalho no seu site: O Homem do Pacote

12 polegadas que também são 7

20 setembro, 2010

as escolhas da marmelo xiii:

que vão tocar em todo o lado a partir do dia 24 de Setembro.
 foto: Vera Marmelo

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Apanhados no Radar: Sleepy Sun

No radar (leia-se incursões pelo myspace), parei nestes Sleepy Sun. Sem ter ainda o disco a rular, prendeu-me o rock pesado mas bastante descontraído (stooooner), a voz masculina e feminina (PJ Harvey lança lá o disco novo rapariga!). Quem quiser uma rockalhada sem ter que fazer descontos, são só uns minutos (tira-se apenas o imposto para os ácidos do psicadélico). Uma referência musical imediata só me lembro dos Colour Haze. De qualquer forma vou testar o disco (de nome Fever). Quem já conhecer agradeço que comente. O Pedro Mendes já referiu esta tropa num post titulado Rituais Sonoros.

Ouvir

Part Chimp: uma semana depois

"Foi, verdadeiramente, num ambiente demoníaco que a actuação dos Part Chimp decorreu, e, do fundo do que resta da minha alma, há que lhes agradecer pela actuação revigorante. Tim Chimp foi o belzebu que deu as boas vindas não só ao seu próprio inferno, onde a música é rock do bom e do lixado, como aliás dizem as línguas beatas que é, mas também ao reinício da actividade da promotora Amplificasom, que retomou os concertos com o trio londrino, ou seja, da melhor maneira."

André Forte in Ponto Alternativo
Foto: Jorge Silva

Afinal, era apenas o maior papel da sua vida..

19 setembro, 2010

A evolução na criatividade



Horseback


O black metal é um dos géneros musicais que mais se reinventou nos útlimos anos. É também um os géneros que maior celeuma causa entre os fãs nos fóruns e revistas da especialidade. Eu tornei-me especialmente fã deste género quando ouvi o Ruun dos Enslaved, e encontro-me dentro dos apreciadores desta ramificação progressiva e ambiental.

Descobri recentemente os Horseback, e este "Invisible Mountain" não tem deixado de rodar. Um álbum de black metal psicadélico, todo ele uma viagem de morte pelo deserto (citando de cabeça uma review da Terrorizer). Correm-se certos riscos de degolação fanática ao dizer que estamos perante um àlbum de black metal, mas penso que uma audição atenta e liberta de preconceitos revelará as claras influências na sonoridade. Mas estas são daquelas bandas que quebram a barreira artística do género em todos os sentidos, desde o som à própria estética (como podem constatar pela foto em cima, sem qualquer indício da presença de satã, corpse paint ou cabeças de animais sangrentas a decorar as paredes da sala), e normalmente são estas as que causam mais polémica, muito pela questão do estatuto de serem trve ou não trve.

Isto serve igualmente para questionar em que ponto estamos na evolução da criatividade. Vou neste caso apenas mencionar na música, sendo que gostaria que dessem a vossa opinião sobre se acham que esgotamos a criatividade e estamos a repetir/aperfeiçoar/reinventar processos antigos, ou se há coisas novas a serem criadas. Vamos todos dar as mãos e partilhar os nossos sentimentos na caixa de comentários.

P.S: Para primeira audição no myspace recomendo a música que dá o título ao àlbum. Que p**a de viagem.

17 setembro, 2010

palenque pakistani

Já aqui o disse: gosto muito destas viagens pela cultura musical de diversos países ou regiões. Recentemente fui até ao Brasil, Singapura e Vietname, e neste momento caminho pelas paisagens quentes colombianas e as idílicas do Paquistão. Não me identificando tanto com os sons típicos da América do Sul, alinhei nesta compilação pelo seu conceito: captar as raízes africanas, crioulas e champetas de 75 a 91 na música colombiana. Sonora e estilisticamente o resultado é muito interessante, preenche o seu espaço na história musical e não há oferta igual. Agora convinha um segundo volume com sons actuais para criar um exercício comparativo. Já a viagem paquistanesa não é tão específica numa época ou lugar, mas é talvez uma das melhores e mais ricas compilações do género. Por aqui encontra-se uma amostra geral da essência da música no Paquistão através de cânticos sufis, canções pop, canções seculares, canções romântico-ghazal… Um mimo!

Exclusão vs. inclusão

Enquanto a França faz uma limpeza étnica, já em Sevilha pensa-se de maneira diferente e recentemente puseram oito ciganas a declamar Garcia Lorca numa peça de teatro.

"Somos alfabetes. A Pepa lia-me o texto e eu repetia uma, duas, três, cinco vezes... até o saber de cor."
Rocío Montero in Expresso

Recuperação da semana: Kénôse

Se há banda de Black Metal que não me pareça que alguma vez me vá fartar essa banda são os Deathspell Omega. Para além dos ingredientes habituais do BM, os franceses têm um cuidado diferente nos arranjos e nas ambiências dando-lhe uma natureza avant-garde. Ah, há quem lhes catalogue como Intellectual Progressive Black Metal...

"Ele, existindo em forma divina, não considerou como presa a agarrar o ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se igual ao ser humano. Aparecendo como qualquer homem, humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte - e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome." (Fil, 2,6-9)

Têm fotos de eventos Amplificasom?

Partilhem-nas connosco! Enviem-nos fotos de concertos ou de momentos em dias dos nossos eventos, estamos a preparar algo...

as escolhas da marmelo xii:

Orelha Negra.

video: Carlos Afonso

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16 setembro, 2010

Por detrás do espelho

I was invited to a Christian Dior party in Paris, and I got drugged there. It was a big party on Avenue Montaigne, and there were a lot of people. I thought, "Oh my gosh, John Galliano is going to see me." It was a small bar, really crowded and the line was like ten miles long. So some guy just handed me a bottle of champagne. I drank some and he disappeared. Soon after I felt really sick and had to run for the door. I ran out into Avenue Montaigne and cars were coming at me, but all I could see were flashing lights. I just knew I needed to get into a cab and out of there. Luckily someone who was working the door pulled me onto the sidewalk.

Mais aqui

Just a little more rock



Glenn Hughes, Joe Bonamassa, Jason Bonham e Derek Sherinian. Quando se fala em supergrupos, que dizer destes Black Country Communion? A música do myspace que apresenta o àlbum de estreia, intitulado "Black Country", a sair a 21 deste mês, deixa antever um trabalho untado a bom velho rock, numa interessante mistura de hard rock americano com algo de prog britânico. Olhem, eu gostei. E vós?

Myspace - Black Country Communion

Amplificasom @ Indiefrente

Desta vez não vamos a Paços de Ferreira nem vamos anunciar concertos, mas as nossas recomendações musicais que passarão HOJE das 22h às 23h no programa do Ricardo e do João deviam ser motivo mais que suficiente para vocês não o perderem. Sintonizem-se em http://www.indiefrente.net/

15 setembro, 2010

O que é a música?

Música. Momentos que se repetem e se seguem, uns nos outros. Tal como um quadro mas ao dispor sonoro de todos. Uma simplicidade que se consegue multiplicar dentro de um início e um fim – uma vida em si.. Um grão que se junta a outro grão e são o choque entre estes, aquele momento. Uma sorte que existe por si só. Existe sem palavras e sem imagens e emite-nos sussurros e cor que se forma em emoções. Apreciamos música pois esta induz-nos mudanças neurológicas aprazíveis à nossa realidade e ao nosso ser. Podemos dizer que a música existe na verdade apenas dentro dos nossos cérebros – processamos os seus picos entre o tudo e o nada. Sendo a música um fenómeno de uma complexidade da idade do mundo e do próprio canto da Natureza é-nos impossível perceber a sua invasão pelo nosso mundo interior. O silêncio absoluto é abrasador, a música existe nos silêncios contidos, ouvidos ao longe, muito longe; e das vozes perto que parecem ser a nossa própria voz. E é serena, consegue ser tão serena, tão longe deste mundo que nos fascina – no fundo vivemos numa tentativa defraudada de sair daqui, não aceitamos a Natureza, construímos futuros, prosperamos, avançamos, somos mais civilizados, somos também mais actores , falhamos redondamente... pois reparamos primeiro nas diferenças e só depois nas semelhanças e um dia talvez, saberemos que somos o mesmo separados por enfeites e entraves que nós próprios construímos ou deixamos que construíssem em nós. E se tivéssemos nascido de olhos abertos? Pelo menos temos uma Música. Uma voz que nos constrói. Uma consciência que sendo nós não o somos verdadeiramente; queremos crer na mentira, somos fáceis e razoáveis, vidinhas numa escala global: podres e fundamentais. E mais nada como um tudo que proporciona o próximo amanhã. Nada portanto. .triste. Triste, e música ainda... pelo menos ainda. O tempo fica quieto, a esperar pelo espaço que fosse aquilo que todos queríamos que fosse. Somos Pouco. Mas temos música...

Filosofia

"If there's anything you take away from Isis, let it be the power of the human spirit when put to positive ends. And I really felt like that's what we wanted to do. We wanted to make music that made us feel something, that made us feel connected to the fact that we're alive. In a lot of ways, I think people think about music as being just entertainment – and it is that, and there are bands that are wholly that – but I also feel like there is something, for a lack of a better word, spiritual about music that's made with really pure intentions, that tries to tap into something deeper to get to a level of consciousness that goes beyond the everyday, mundane kind of stuff. That's all I really ever wanted to do in Isis – to get to that level."

Aaron Turner in Decibel

14 setembro, 2010

Total Chimp ou como nunca os iremos esquecer

Mais de cem pessoas!!! Ontem fomos mais de cem pessoas que presenciamos um dos melhores concertos que alguma vez passou por um Mercedes à pinha. Os Part Chimp foram incríveis, em palco e fora dele. Foram incansáveis, deram tudo o que tinham e o que não tinham, quem lá esteve sabe do que falo. Para quem não esteve (e insisto: foi mesmo uma noite fabulosa que até teve direito a chiclas/pastilhas Gorila como bilhete) seguem em baixo algumas fotos do grande Jorge Silva:




Super Sexy Mario Chimp.


Antes de sair para o concerto dos Part Chimp recebi um mail da Nintendo a lembrar-me dos 25 anos do Super Mário Brothers. Sim... fez exactamente ontem 25 anos que foi lançado no Japão.
Ainda me lembro da primeira vez que joguei com o velho canalizador no Game and Watch do Donkey Kong que o meu pai me deu e das infindáveis horas que tempos mais tarde passei em frente à NES a jogar Super Mario.
Convenhamos que a ideia de dois canalizadores a salvar uma princesa de nome pêssego é genial. A figura do canalizador como um Principe encantado contemporâneo.

Não sei porquê, mas também veio à conversa outra efeméride que, estranhamente, tem passado "ao lado" deste blogue. Ana Malhoa faz 25 anos de carreira. É verdade! Parece que foi ontem que a vi nas festas do Calvete, ainda pequenina e em início de carreira, a fazer a primeira parte do espetáculo do pai. Terminava o espetáculo a dizer "E agora senhoras e senhores, o meu paizinho!!!". Um fartote!!!
Lembro-me que quando vinha ao Porto aos fins de semana costumava ver a carrinha frigorífica do Zé Malhoa e Ana Malhoa estacionada na faixa central da Avenida da República em Gaia (Na altura ainda não passava lá o "elétrico" e até tinha árvores). Confesso que toda a carreira da rapariga me passou totalmente ao lado. Até que há tempos Ana Malhoa nos prendou/amaldiçoou com as suas imagens na Playboy. Por muito que me esforce ainda não consegui tirar essas imagens do meu subconsciente.

Ontem, não sei se por influencia da torrente de décibeis no Mercedes associada ao e-mail que recebi momentos antes e à quantidade enorme de raparigas jovens com generosos decotes que se passeavam pela Ribeira a essa hora, dei comigo a voltar para a casa a pensar... Se o senhor Miyamoto fosse Português e tivesse criado o jogo ontem à noite, creio que o jogo teria sido um pouco diferente. Os Super Irmãos Dias na sua Kangoo (Super Irmãos Dias - Pichelaria, Reparações ao domicílio, Orçamentos grátis) salvam a princesa pêssego Ana Malhoa ,obviamente nua ou vestida com aquele fato com que nos prenda na capa do album "Sinto-me Sexy"... Corridas entre carrinhas de picheleiros e camionetes de transporte de peixe congelado... O Donkey Kong parcialmente humano a arrasar tudo à sua passagem... Tudo isto acompanhado por uma banda sonora de Part Chimp com guitarras de 5 cordas ou 4 ou 3 num delírio capaz de fazer corar os próprios Sonic Youth num dia bom.

Ontem o concerto foi brutal!!! Acabei a dar razão a um antigo chefe meu que quando me apresentou a uns membros novos da equipa disse: Carissímos, este é o Reis e os décibeis foderam-lhe os neurónios....